O tradicional supermercado Silva, de Rainha do Mar, fechou as portas para não mais abri-las, após 40 anos de operação. Com a proximidade do verão, muitos veranistas chegam ao balneário, tiram as malas do carro, enchem os pneus da bicicleta e, com saudade das guloseimas que só encontravam lá, pedalam em direção à frustração ao se deparar com as portas trancafiadas.
Era no Silva que nós, veranistas, comprávamos as melhores roscas. Havia uma em formato similar a um pão de queijo gigante, chamada de corujinha.
Os sonhos do Silva também eram imbatíveis. Aliás, o balcão da padaria poderia ser traduzido como tentação. Os pastéis fritos na hora e os salgadinhos frescos fazem falta na rotina ao longo do ano.
Eu, que tenho 37 anos, nunca passei um verão sem a presença do Silva em Rainha do Mar. Esse será o primeiro. Quando era pequeno, ficava responsável por buscar o pão para toda família. No fim do veraneio, lembro que algumas tias me davam recompensas pelo serviço de telentrega.
À tardinha, faziam longas filas, com o pessoal descalço, cheios de areia. As mulheres de biquíni, os homens sem camisa. A maioria vinda direto da beira da praia, a fim de garantir a janta. E o pessoal nem se importava tanto com a espera, pois era o momento de colocar o papo em dia com amigos que só viam no Litoral.
Seu Silva, há alguns anos, teve um problema de saúde. Seus filhos e esposa passaram a tocar o negócio com a mesma maestria. Só foi desativado o açougue, que era a especialidade do fundador.
Neste ano, após a Páscoa, porém, decidiram encerrar um capítulo que foi tão importante para Rainha do Mar. Veranistas e moradores ficaram órfãos. O que será de nós sem os sonhos?
Era no Silva que nós, veranistas, comprávamos as melhores roscas. Havia uma em formato similar a um pão de queijo gigante, chamada de corujinha.
Os sonhos do Silva também eram imbatíveis. Aliás, o balcão da padaria poderia ser traduzido como tentação. Os pastéis fritos na hora e os salgadinhos frescos fazem falta na rotina ao longo do ano.
Eu, que tenho 37 anos, nunca passei um verão sem a presença do Silva em Rainha do Mar. Esse será o primeiro. Quando era pequeno, ficava responsável por buscar o pão para toda família. No fim do veraneio, lembro que algumas tias me davam recompensas pelo serviço de telentrega.
À tardinha, faziam longas filas, com o pessoal descalço, cheios de areia. As mulheres de biquíni, os homens sem camisa. A maioria vinda direto da beira da praia, a fim de garantir a janta. E o pessoal nem se importava tanto com a espera, pois era o momento de colocar o papo em dia com amigos que só viam no Litoral.
Seu Silva, há alguns anos, teve um problema de saúde. Seus filhos e esposa passaram a tocar o negócio com a mesma maestria. Só foi desativado o açougue, que era a especialidade do fundador.
Neste ano, após a Páscoa, porém, decidiram encerrar um capítulo que foi tão importante para Rainha do Mar. Veranistas e moradores ficaram órfãos. O que será de nós sem os sonhos?