Porto Alegre tem 17 ruas e avenidas em obras; empreitada em vias afeta o trânsito

Empreitada em vias da Capital afeta o trânsito, com trechos interrompidos; trabalhos seguirão até o próximo ano

Por Maria Welter

Na avenida Cristóvão Colombo, o tempo de cura do concreto é maior, afetando mais o trânsito
A sensação de que Porto Alegre virou um canteiro de obras tem se tornado constante. Importantes vias passam por recuperação do asfalto ao mesmo tempo, devido a um programa de recuperação lançado pela prefeitura da Capital, com aporte de R$ 60 milhões. 
São 17 ruas e avenidas, divididas em quatro lotes, que tiveram processo de licitação lançado em março deste ano, com quatro empresas diferentes tendo vencido cada trecho. A reportagem do Jornal do Comércio tem acompanhado o andamento das obras e traz qual a situação atual de cada lote.
O lote que está com as obras mais avançadas é o que compreende as ruas Santana e São Manoel e avenida Princesa Isabel, onde já foi retirado o asfalto antigo e colocada, pelo menos, uma camada do asfalto novo. O contrato tem duração de oito meses. 
Na Santana, a previsão é de finalização até o fim de novembro e, na sequência, será feita a pintura para sinalização. "Nessas três vias, estamos trabalhando simultâneo. Como tem bastante comércio, bastante residência e trânsito, nós fizemos um cronograma para fazer as três mais ou menos junto", explica o secretário municipal de Serviços Urbanos (Smsurb), Marcos Felipi Garcia.
Rua Santana recebe melhorias, com a troca do asfalto da pista. TÂNIA MEINERZ/JC
No mesmo lote, as ruas Coronel Neves e Doutor Murtinho passam por recuperação funcional. A primeira já teve o asfalto antigo retirado, enquanto a segunda ainda não teve o início das obras. O lote não deve ter grandes transtornos com o retorno da chuva a Porto Alegre, visto que não está com nenhuma 'frente aberta', ou seja, não há trechos em que o asfalto velho foi retirado e o novo ainda não tenha sido colocado.
"Quem passa por ali já pode perceber que o asfalto já é novo. Tem alguns transtornos ali, um pouco de trânsito e também no próprio pavimento. Porque passamos a primeira camada e depois programamos a segunda camada e, às vezes, tiramos o asfalto velho, vem a chuva, e não conseguimos colocar o asfalto novo. Então fica aquela parte 'fresada' que chamamos e parecem uns buracos, isso trouxe alguns transtornos na chuva", reconhece Garcia.
Outro lote envolve as ruas Carlos Trein Filho, Anita Garibaldi e Silva Jardim, nas quais o trabalho também é feito de maneira simultânea. Nesta semana, foi feito o asfalto em trechos da Carlos Trein e da Anita. Já na avenida Plínio Brasil Milano, do mesmo lote, as obras começaram, mas não chegaram à fase de asfaltamento ainda. Será feita a recuperação da avenida desde a altura do Carrefour até a parte da Perimetral.
Os outros dois lotes, com contratos de um ano e dois meses, terão obras mais complicadas, pois englobam avenidas maiores, que ainda estão em preparação para receber o asfalto novo. Um deles tem a avenida Manoel Elias, a avenida Sertório (trecho com uma pista), um trecho da avenida Assis Brasil e a rua dos Maias.

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Na Manoel Elias, já foi colocada a primeira camada de asfalto em direção à avenida Baltazar de Oliveira Garcia e, nesta sexta-feira (3) e na próxima semana, os trabalhos se concentram em terminar de asfaltar nesse sentido. Depois, terão início as obras do lado contrário, da avenida Baltazar de Oliveira Garcia em direção à avenida Protásio Alves, a mais extensa radial da Capital, em que a recuperação deve demorar mais. "Em alguns pontos, tem que escavar mais, não só tirar o asfalto antigo e colocar o asfalto novo e é um pouco mais demorado", explica o secretário. Na avenida Sertório e na Assis Brasil, já começou o trabalho de escavação, enquanto na rua dos Maias o trabalho ainda não foi iniciado.

Trecho mais complexo ainda está sendo preparado pela prefeitura

Considerado pelo secretário o lote mais complexo dentre os quatro, o último trecho de obras engloba a avenida Cristóvão Colombo, assim como as ruas Benjamin Constant e Bernardino Silveira Pastoriza. A recuperação da avenida Cristóvão Colombo (entre as ruas Barros Cassal e a Ramiro Barcelos e entre a Ramiro Barcelos e a avenida Benjamin Constant) envolve a retirada das placas de concreto do corredor de ônibus, o que aumenta o tempo de execução dos serviços, já que o concreto precisa de 30 a 40 dias para a cura do concreto – período no qual a mistura do cimento e dos agregados vai se solidificando e tomando forma – e veículos não podem transitar ali. Nas partes que são apenas com asfalto, o trabalho já vem sendo feito.
Só depois que toda a Cristóvão Colombo tiver as obras concluídas, começarão os trabalhos na Benjamin Constant, para evitar problemas no trânsito. "As duas são coladas, se nós abrirmos duas frentes de trabalho ao mesmo tempo, podemos causar vários transtornos no trânsito", sustenta Garcia. Na Pastoriza, as obras ainda não começaram.
O secretário destaca que, além do aporte de R$ 60 milhões para a recuperação das 17 ruas e avenidas citadas, a prefeitura segue com os contratos com as usinas da Restinga e do Sarandi, que têm capacidade de produzir até 90 mil toneladas por ano juntas. As usinas concentram a atuação em serviços mais rápidos, como tampar buracos. "Então, de fato, a cidade está um canteiro de obras, que conseguimos evoluir quando o tempo permite", complementa o secretário.
Uma das ruas que deve ter obras feitas pelas usinas nas próximas semanas é a avenida Teixeira Mendes, próxima à avenida Doutor Nilo Peçanha. A recuperação total da via acontece devido à intervenção de rua e os buracos que dificultam o trânsito. A próxima será a rua Matias José Bins, localizada próxima aos colégios Anchieta e Farroupilha.