Porto Alegre, sáb, 16/08/25

Anuncie no JC
Jornal do Comércio. O jornal da economia e negócios do RS. 90 anos.

Publicada em 30 de Novembro de 2023 às 14:43

Anvisa aprova Baricitinibe; remédio vale só um tipo de queda de cabelo

A alopecia areata atinge entre 1% a 2% da população brasileira

A alopecia areata atinge entre 1% a 2% da população brasileira

Freepik/Divulgação/JC
Compartilhe:
Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste mês o Baricitinibe para o tratamento de alopecia areata, tipo grave de queda de cabelos causado por doença autoimune. Embora a notícia tenha deixado muitas pessoas que sofrem com a perda dos fios esperançosas, o remédio não é indicado para todos os tipos do problema. No Brasil, ele é vendido com o nome comercial de Olumiant, produzido pelo laboratório Eli Lilly. 
É importante diferenciar a alopecia areata da alopecia androgenética. A primeira é um distúrbio que atinge entre 1% e 2% da população brasileira. Já a segunda, popularmente conhecida como calvície, tem maior incidência entre os brasileiros, é de origem genética, mais comum na faixa etária dos 40 a 50 anos. As duas doenças atingem tanto homens quanto mulheres (confira abaixo os sintomas e tratamentos). 

O médico tricologista Marcos Kawasaki explica que o Baricitinibe não é novidade no mercado. O medicamento já é usado para doenças como artrite reumatóide, dermatite atópica e casos graves de Covid-19. “Alguns estudos internacionais apontaram o Baricitinibe como um potencial aliado no tratamento da alopecia areata, mas nos casos graves. O resultado varia de paciente para paciente”, explica Kawasaki, que é sócio-fundador da rede de clínicas de transplantes capilares Novofio.

A liberação da Anvisa vale para os casos de alopecia areata em pacientes adultos. O especialista salienta que a medicação tem custo elevado, não sendo coberta nem oferecida por nenhum plano de saúde. Vendido em cápsulas, a caixa com 30 comprimidos da dosagem de 4mg custa cerca de R$ 5 mil. 
"Por ter potenciais efeitos colaterais, o uso do remédio requer uma abordagem cautelosa pelos profissionais da saúde e também dos pacientes", reforça o tricologista. Na alopecia areata, a duração do tratamento com o Baricitinibe depende de cada caso. A indicação do medicamento deve ser feita após o diagnóstico preciso da doença, realizado por profissionais especializados. A comercialização do produto é feita mediante prescrição médica.

Para os casos de alopecia androgenética, Kawasaki lembra que os tratamentos clínicos atuais possibilitam bons resultados. Há vários tipos de terapias e medicações que os especialistas podem prescrever de acordo com cada caso, além do transplante capilar. 



O que é a alopecia areata?

A alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. Fatores genéticos e doenças autoimunes podem desencadear esse tipo de alopecia, assim como fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos. Em alguns casos, a queda dos fios é localizada, afetando poucas regiões, mas há casos em que o paciente perde todo o cabelo da cabeça ou os pelos do corpo. A doença não é contagiosa.

Sintomas
Os pacientes com alopecia areata têm uma perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da área afetada saem facilmente se forem puxados. Ao renascer, os cabelos podem ser brancos, voltando depois à coloração normal.

O que é alopecia androgenética?

A alopecia androgenética é popularmente conhecida como calvície, afetando tanto homens como mulheres. Pode provocar a queda parcial ou total dos cabelos. Diversos fatores de ordem genética e hormonal desencadeiam a alopecia androgenética. No caso dos homens, também está associada ao excesso de hormônios andrógenos (masculino), o que pode representar um problema para as mulheres, provocando alterações hormonais ao longo da vida.

Tratamentos
A alopecia androgenética conta atualmente com diversos tipos de tratamentos, dentre eles medicamentos tópicos, como soluções de minoxidil e 17 alfa estradiol, e orais, como a finasterida e antiandrógenos sistêmicos, como a ciproterona e espironolactona.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Notícias relacionadas

Avalie esta notícia

Comentários

0 comentários