Comprometida há pelo menos dois anos, parte da plataforma marítima de Atlântida, em Xangri-Lá, cedeu na madrugada deste domingo. Com o rompimento da estrutura, o restaurante da plataforma, que estava fechado há cerca de um ano, caiu no mar e ficou totalmente destruído. Não houve feridos, pois o local estava interditado desde a última quinta-feira.
"Agora, será necessário que uma equipe técnica avalie o que é possível fazer ali, mas o fato é que nunca houve manutenção adequada deste que é o principal ponto turístico e cultural do Litoral Norte", disse o prefeito da cidade, Celso Bassani Barbosa. Ele lembra que a estrutura da plataforma já estava comprometida há pelo menos dois anos com corrosões, rachaduras e rompimentos nas vigas de suporte.
Barbosa pontua, ainda, que o município vem, desde 2021, buscando assumir a gestão para poder investir nas obras de recuperação do local. "Tenho atas de todas as reuniões feitas junto ao Ministério Público Federal e à Superintendência do Patrimônio da União, com a presença de representantes da administração municipal e da Associação dos Usuários da Plataforma Marítima da Atlântida (Asuplama), que atualmente é responsável pela gestão da estrutura", sinaliza.
Utilizada, segundo o prefeito, apenas pelos associados e por pessoas que pagam ingresso, a plataforma foi construída há 52 anos pelo fundador da Atlântida S.A. Balneários, Antônio Casaccia - responsável também pelo primeiro loteamento, que deu início à ocupação da praia.
Segundo informações do empresário Solon Soares, genro de Casaccia, durante os primeiros anos o local contou com manutenção, incluindo o uso de instalação elétrica de proteção catódica. "Quando a administração da plataforma foi entregue para a Asuplama, em 1984, esse equipamento funcionava, mas acabou sendo desligado, pois gerava um custo alto (porém necessário para dar vida útil às estruturas)", recorda.
Na avaliação de Soares, o estresse estrutural da plataforma iniciou antes mesmo da queda de um dos braços em 1997. "Deste então, o formato da plataforma, que era em T acabou ficando em L. Agora, com a queda do restaurante, o local está desconfigurado. É lamentável que tenha chegado neste estágio", afirma.
O prefeito de Xangril-lá contou que não foi possível o município investir os R$ 2 milhões orçados para reparos na estrutura, porque a negociação junto ao MPF, que havia avançado, estagnou a partir do momento em que a Asuplama recuou da decisão de passar a responsabilidade de manutenção para o poder público. Alegando que o município pretendia recuperar as estruturas da plataforma e transformar o local em um ponto turístico e com entrada gratuita para qualquer pessoa, Barbosa lamenta que a associação não tenha demonstrado interesse.


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