Os profissionais da saúde que trabalham no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre, devem começar greve na manhã desta sexta-feira (14). Entre os principais motivos estão o atraso do pagamento dos salários dos funcionários, o que deveria ter acontecido no dia 4 de julho, e nos repasses do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o Sindisaúde - RS, os problemas são recorrentes e, no caso do FGTS, acontecem há cerca de 12 meses.
A expectativa do presidente da entidade, Julio Jesien, é que funcionários do hospital, entre técnicos e auxiliares de enfermagem, atendentes, cozinheiros, seguranças, administradores, auxiliares de higienização e manutenção, participem da greve.
O líder do sindicato afirmou que pessoas que ganham até R$ 2,6 mil receberam o salário atrasado nesta semana, mas que os que ganham acima disso ainda estão sem os repasses. "Isso prejudica quem queria fazer o saque aniversário e não conseguiu, quem quer tirar amortizar dívida e não consegue, ou quem quer usar o FGTS para comprar casa própria", explicou. Ele também relatou que recebeu denúncias de funcionárias com problemas para pagar aluguel e a creche dos filhos. "A maioria dos trabalhadores da saúde são mulheres, então esses atrasos causam efeitos em cadeia, afeta a creche, o aluguel, o remédio, a comida", disse.
A previsão da categoria é manter a greve até segunda-feira (17), quando será realizada nova assembleia, mas a greve desta sexta-feira pode ser suspensa a depender da movimentação. Conforme o presidente da entidade, repasses da prefeitura de Porto Alegre, previstos para sexta-feira, podem resolver a questão dos salários, mas não do FGTS. "Isso que não estamos falando de salários tão altos", afirmou Julio.
De acordo com o sindicato, uma das justificativas para o atraso nos pagamentos dos salários diz respeito à dívida do Instituto de Cardiologia, que aumenta desde 2017. "Uma hora estoura, não tem como pagar", avaliou o presidente. A reportagem tentou contato com a assessoria do hospital, mas ainda não obteve retorno.


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