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Saúde

- Publicada em 11 de Maio de 2023 às 11:11

Hospital Moinhos de Vento orienta pacientes oncológicas sobre fertilidade

Maira reforça a importância de acolhimento e de cuidados na abordagem do paciente com câncer

Maira reforça a importância de acolhimento e de cuidados na abordagem do paciente com câncer


Divulgação/JC
Ao receber o diagnóstico de câncer de mama, a mulher que ainda não tem filhos precisa lidar com uma situação delicada. Dependendo do impacto que o tratamento quimioterápico exerce no sistema ovariano, ela pode perder a capacidade reprodutiva. Essa informação, que nem sempre é fornecida para as pacientes diagnosticadas, pode fazer a diferença em algo fundamental: o poder de escolha.
Ao receber o diagnóstico de câncer de mama, a mulher que ainda não tem filhos precisa lidar com uma situação delicada. Dependendo do impacto que o tratamento quimioterápico exerce no sistema ovariano, ela pode perder a capacidade reprodutiva. Essa informação, que nem sempre é fornecida para as pacientes diagnosticadas, pode fazer a diferença em algo fundamental: o poder de escolha.
Neste mês das mães, o Hospital Moinhos de Vento quer alertar sobre um outro tipo de conscientização: a que combate a doença, mas que preserva os anseios da pessoa diagnosticada. A Chefe do Núcleo da Mama do Hospital Moinhos de Vento, Maira Caleffi, reforça a importância de acolhimento e de cuidados mais justos na abordagem do paciente com câncer, uma vez que existe um percentual de mulheres que irão receber o diagnóstico com menos de 40 anos. Muitas delas ainda não engravidaram ou querem ter mais filhos. “Os protocolos eficazes para a cura da mama têm um impacto muito grande sobre a função e a reserva ovariana”, explica.
Coordenadora do Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento, a médica Isabel de Almeida relata que 80% das pacientes que finalizaram a quimioterapia ficam um tempo sem menstruar. O organismo de algumas retorna à normalidade e elas se mantêm férteis. No entanto, dependendo da idade e do que ainda há de reserva de óvulos, a mulher pode ficar permanentemente em falência ovariana.
Diante disso, abordar esse assunto delicado de uma forma acolhedora faz toda a diferença para que a paciente se sinta à vontade para fazer perguntas, a fim de entender todas as opções. “É muito importante que a gente fale sobre cuidados mais justos, sobre o que a paciente precisa. Neste caso, se a mulher quer muito engravidar e, durante este processo, desenvolveu o câncer de mama, como fica isso? Isso justifica a necessidade de uma equipe multiprofissional, um grupo dedicado em avaliação e acompanhamento da fertilidade dentro da mesma equipe”, destaca Maira.
O ideal é que a primeira abordagem à paciente seja feita pelo Serviço de Mastologia ou de Oncologia. Sempre que uma paciente oncológica ainda está em idade reprodutiva, ela deve ser questionada a respeito disso. “Na hora, a mulher estará muito impactada com as informações sobre o diagnóstico e com a frequência de exames que terá de enfrentar em um curto espaço de tempo. Pode ser que ela nem se dê conta, naquele momento, do impacto que isso pode ter na fertilidade”, explica Isabel de Almeida.
Geralmente, a opção preferida das mulheres nessa situação é o congelamento de óvulos. Para isso, ela passará por um primeiro estímulo medicamentoso de 10 a 15 dias. Em seguida, estará liberada para dar sequência à quimioterapia e já terá garantido uma reserva de óvulos para preservar a possibilidade de uma gravidez no futuro.
“Usamos protocolos específicos para pacientes com câncer de mama que agregam uma medicação que protege a mama dessa ação hormonal. Então, existe um protocolo de estimulação ovariana para essas pacientes,” explica a médica do Centro de Fertilidade do Hospital Moinhos de Vento.
O impacto de uma infertilidade inesperada que se estabeleceu por conta de uma quimioterapia, normalmente, é visto como uma dupla penalização, o que pode ser ainda mais traumático para a paciente. Por isso, ao ser informada a respeito de todas as opções, a paciente pode tomar uma decisão consciente sobre o seu futuro. “A esperança de gerar uma vida se mantém viva, e as pacientes enfrentam o processo quimioterápico muito melhor”, relata Isabel.