A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) afirma que a Associação Patas Dadas perdeu o projeto de extensão, pois os prazos não foram cumpridos. Em 2022, teve início o embate com a ONG, com sede no Campus do Vale, que perdeu o vínculo com a instituição de ensino, o que mantinha o grupo de proteção animal em situação regular de atuação no local.
O Instituto de Letras era quem coordenava o projeto, pois uma professora atuava como voluntária, no entanto, ela não teve interesse em renovar sua vinculação. Após reuniões com a Superintendência de Infraestrutura (Suinfra), foi acordado que a Pró-Reitoria de Extensão (Prorext) iria contatar a Faculdade de Veterinária para que essa fosse o vínculo da Associação Patas Dadas com a Ufrgs.
A Faculdade de Veterinária não manifestou interesse em ser vinculada ao projeto de cuidado aos animais no Campus. Contudo, analisou o canil e afirmou que não seria um local apropriado, por ser uma região com mata, e ter mosquito-palha, além de questões de saneamento, como a destinação de fezes. O canil foi projetado e construído pela Suinfra.
"Nós não temos como manter uma atividade que não tem um registro, até por questões de pagamento, não tem como lançar despesas" justifica o secretário de Comunicação da Ufrgs, André Luís Prytoluk. A Patas Dadas afirma que após a primeira notificação de prazo sobre a renovação, houve uma mobilização, por parte dos voluntários, para que houvesse renovação, porém os institutos e faculdades contatados não manifestaram interesse. Ao perder o prazo, a ONG passou a atuar em situação irregular no Campus.
Procurado pelo presidente da ONG em abril, o Instituto de Biociências manifestou interesse em coordenar o projeto, contudo não apresentou nenhuma formalidade. Assim, em maio de 2022, a Ufrgs solicitou a suspensão oficial das atividades da Patas Dadas no Campus do Vale. Segundo os voluntários, desde o início do imbróglio com a universidade, eles buscam maneiras de regularizar a situação para poder continuar a atender os animais abandonados pelo campus.
A Ufrgs sugere que a ONG busque ter uma sede própria, pois não há como ter uma atuação irregular no Campus, e o local do canil não seria adequado. Além disso, a Universidade afirma que o cuidado de animais não é a finalidade de uma instituição acadêmica, a menos que esteja vinculado a uma atividade universitária. "Foi um projeto que nasceu aqui, que evoluiu, e que hoje escapa da nossa atividade por não ser um projeto de extensão regulamentado" finaliza Prytoluk.


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