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Justiça

- Publicada em 15 de Março de 2023 às 12:56

Pai do menino Bernardo vai a novo julgamento em Três Passos

Lúcia Helena espera uma nova condenação pelo Tribunal do Júri

Lúcia Helena espera uma nova condenação pelo Tribunal do Júri


Ministério Publico/Divulgação/JC
"Espero fazer justiça ao menino Bernardo. Torço muito que Leandro Boldrini (pai) continue preso e condenado. Essa criança é um anjo que veio ao mundo para sofrer. Estou me dedicando ao máximo para buscar Justiça para o caso Bernardo." A afirmação foi feita nesta quarta-feira (15) pela promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari, na sede do Ministério Público do RS, em Porto Alegre. Ela atuará na reabertura do júri do médico Leandro Boldrini na próxima segunda-feira, dia 20, na cidade de Três Passos.
"Espero fazer justiça ao menino Bernardo. Torço muito que Leandro Boldrini (pai) continue preso e condenado. Essa criança é um anjo que veio ao mundo para sofrer. Estou me dedicando ao máximo para buscar Justiça para o caso Bernardo." A afirmação foi feita nesta quarta-feira (15) pela promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari, na sede do Ministério Público do RS, em Porto Alegre. Ela atuará na reabertura do júri do médico Leandro Boldrini na próxima segunda-feira, dia 20, na cidade de Três Passos.
Além da promotora, o julgamento terá em plenário o promotor de justiça Justiça Miguel Germano Podanosche. "Todos estão esperando um desfecho final para que essa criança descanse. Aliás, toda a sociedade de Três Passos precisa descansar com relação a este caso", destacou. Lúcia Helena informou que viajará antes do julgamento para Três Passos e também estará em Frederico Westphalen para ver a cova em que o menino Bernardo foi colocado e a casa onde o garoto de 11 anos morava.
A previsão é que o julgamento tenha duração de quatro dias. "O Ministério Público espera a pena máxima possível ainda mais em um crime com esse requinte de crueldade. No primeiro julgamento, ele foi condenado a 30 anos", comentou. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) entendeu que no caso de Leandro Boldrini houve uma irregularidade durante o julgamento - no interrogatório, foram feitas perguntas pelo Ministério Público apesar do médico ter invocado o direito ao silêncio.
Leandro Boldrini responde pelo crime de homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A situação dos outros acusados da morte de Bernardo é a seguinte: Evandro Wirganovicz já está em liberdade (responsável por ter feito a cova), Edelvânia Wirganovicz está no regime semiaberto e Graciele Ugulini (madrasta de Bernardo) cumpre pena em regime fechado com progressão para o regime semiaberto em 2026. Já Leandro Boldrini segue preso na Penitenciária de Charqueadas.
Lúcia Helena disse esperar que a sociedade de Três Passos possa fazer justiça. "Esse caso é um paradigma de mudança e não podemos admitir que nossas crianças não sejam cuidadas ou que sejam mortas como esse menino. Espero que a sociedade de Três Passos reconheça o envolvimento do réu e que ele seja novamente condenado", acrescentou. Para a promotora de justiça, Leandro Boldrini era um pai negligente e não se preocupava com o filho. "O menino passava dias na casa de vizinhos e nem o pai e nem a madrasta ligavam para saber onde ele estava", destacou.
O novo julgamento de Leandro Boldrini, acusado de participação na morte do filho, será realizado no salão do Júri da Comarca de Três Passos, a partir das 9h30min. O réu foi julgado em 2019 e condenado, juntamente com os outros três acusados, mas teve o júri anulado em 10 de dezembro de 2021, pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grnade do Sul (TJ/RS).
A juíza de Direito Sucilene Engler presidirá o Tribunal do Júri. Na primeira fase, de instrução, serão ouvidas em plenário 15 testemunhas (cinco de acusação e 11 de defesa, sendo uma comum às duas partes) e interrogado o réu. Depois, na etapa dos debates, haverá uma 1h30min para o Ministério Público apresentar a sua tese acusatória e o mesmo período para a defesa de Boldrini. Caso decidam ir à réplica e à tréplica, cada parte terá uma hora para reforçar seus argumentos. 
O menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril de 2014, em Três Passos. Seu corpo foi encontrado 10 dias depois, enterrado em uma cova em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade de Frederico Westphalen. No mesmo dia, o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.
No dia 10 de dezembro de 2021, por quatro votos a três, os desembargadores do 1º Grupo Criminal do TJ/RS acolheram recurso de embargos infringentes do réu Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, para que fosse realizado novo julgamento pelo Tribunal do Júri. Embora anulado o julgamento de Leandro Boldrini, a prisão preventiva não foi revogada.