Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Meio ambiente

- Publicada em 22 de Novembro de 2022 às 18:59

RS registra 2.265 ocorrências de estiagem e seca entre 2003 e 2021

Entre 2017 e 2021, foram contabilizados R$ 22,9 bilhões em prejuízos

Entre 2017 e 2021, foram contabilizados R$ 22,9 bilhões em prejuízos


/Gustavo Mansur/Palácio Piratini/JC
Conhecer os fenômenos que podem levar à ocorrência de desastres naturais e compreender como eles se distribuem no Rio Grande do Sul são questões básicas para que uma política pública, voltada à prevenção e à mitigação dos riscos, seja efetiva. Entre 2003 e 2021, foram reconhecidas 4.230 ocorrências de desastres no Estado, sendo 2.265 em decorrência da estiagem e da seca. As informações, apresentadas de forma virtual na tarde desta terça-feira (22), fazem parte do estudo “Desastres Naturais no RS - Ocorrências no período de 2003 a 2021”, realizado pelo Departamento de Planejamento da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e pela Defesa Civil Estadual.Neste período, o número de pessoas atingidas por eventos de estiagem e seca no RS chegou a 1.918.999, das quais 118 foram impactadas diretamente (enfermidades). Entre os eventos - que também incluem movimentos de massa, inundações, enxurradas, granizo, vendaval -, a seca e a estiagem atingiram o maior número de pessoas, representando 43,2% do total de habitantes do Estado. Para 2023, com o objetivo de ter menos famílias atingidas, o governo do Estado planeja três linhas de ações diferentes. De acordo com a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, as linhas emergenciais e imediatas de curto prazo tratam dos açudes, da reservação e do investimento para que os recursos sejam viabilizados aos municípios, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Já o estudo a médio prazo aborda a logística hídrica do Estado, enquanto as linhas a longo prazo são destinadas para grandes barragens de uso múltiplo, que poderão ser acessadas em momentos de escassez hídrica.“Ainda no ano passado, junto com a Secretaria da Agricultura, passamos um portfólio para os municípios com recursos para a construção de cisternas, açudes e microaçudes. A Secretaria do Meio Ambiente também está realizando um estudo sobre a situação climática, junto às salas do Estado, para que os recursos sejam repassados primeiro aos municípios mais atingidos”, explica o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes. Conforme o coronel, com a situação emergencial de alguns municípios devido a seca e a estiagem, há um aumento de recursos para a aquisição de reservatórios móveis de água. O equipamento é capaz de levar água para cidades no interior do Estado, principalmente na Zona Rural. Entre 2017 e 2021, período com maior descrição de dados, foram contabilizados R$ 22,9 bilhões em prejuízos econômicos devido a desastres naturais. Desse total, 97,6% são prejuízos privados e 2,3% públicos. Os eventos que mais somaram prejuízos econômicos também foram a estiagem e a seca, com 84,99% do total.
Conhecer os fenômenos que podem levar à ocorrência de desastres naturais e compreender como eles se distribuem no Rio Grande do Sul são questões básicas para que uma política pública, voltada à prevenção e à mitigação dos riscos, seja efetiva. Entre 2003 e 2021, foram reconhecidas 4.230 ocorrências de desastres no Estado, sendo 2.265 em decorrência da estiagem e da seca.

As informações, apresentadas de forma virtual na tarde desta terça-feira (22), fazem parte do estudo “Desastres Naturais no RS - Ocorrências no período de 2003 a 2021”, realizado pelo Departamento de Planejamento da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e pela Defesa Civil Estadual.

Neste período, o número de pessoas atingidas por eventos de estiagem e seca no RS chegou a 1.918.999, das quais 118 foram impactadas diretamente (enfermidades). Entre os eventos - que também incluem movimentos de massa, inundações, enxurradas, granizo, vendaval -, a seca e a estiagem atingiram o maior número de pessoas, representando 43,2% do total de habitantes do Estado.

Para 2023, com o objetivo de ter menos famílias atingidas, o governo do Estado planeja três linhas de ações diferentes. De acordo com a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, as linhas emergenciais e imediatas de curto prazo tratam dos açudes, da reservação e do investimento para que os recursos sejam viabilizados aos municípios, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Já o estudo a médio prazo aborda a logística hídrica do Estado, enquanto as linhas a longo prazo são destinadas para grandes barragens de uso múltiplo, que poderão ser acessadas em momentos de escassez hídrica.

“Ainda no ano passado, junto com a Secretaria da Agricultura, passamos um portfólio para os municípios com recursos para a construção de cisternas, açudes e microaçudes. A Secretaria do Meio Ambiente também está realizando um estudo sobre a situação climática, junto às salas do Estado, para que os recursos sejam repassados primeiro aos municípios mais atingidos”, explica o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes.

Conforme o coronel, com a situação emergencial de alguns municípios devido a seca e a estiagem, há um aumento de recursos para a aquisição de reservatórios móveis de água. O equipamento é capaz de levar água para cidades no interior do Estado, principalmente na Zona Rural.

Entre 2017 e 2021, período com maior descrição de dados, foram contabilizados R$ 22,9 bilhões em prejuízos econômicos devido a desastres naturais. Desse total, 97,6% são prejuízos privados e 2,3% públicos. Os eventos que mais somaram prejuízos econômicos também foram a estiagem e a seca, com 84,99% do total.

Enxurradas atingiram 324 municípios gaúchos

Realizado com foco na análise territorial, que considera a regionalização de 9 Coordenadorias Regionais da Defesa Civil (Crepdec), o estudo também chama atenção para o número de inundações e enxurradas, com respectivamente 256 e 801 ocorrências registradas entre 2003 e 2021. Ao todo, dos 497 municípios gaúchos, 133 (27%) emitiram decretos por inundação, com 35.294 pessoas atingidas entre 2017 e 2021. “Embora a regional 9 não tenha tanta ocorrência, o município de São Sebastião do Caí teve o maior número de registros de desastres de inundações, em razão do Rio Caí”, destaca a diretora do Deplan, Carolina Scarparo.

Já em relação às enxurradas, 324 (65%) municípios emitiram decretos de situação de emergência ou calamidade pública. “Em geral, são municípios em que situação geomorfológica apresenta o rio mais encaixado, o que favorece esse tipo de ocorrência”, complementa. Entre 2017 e 2021, o predomínio de enxurradas foi durante os meses de inverno, com destaque para junho. Das 7.993 pessoas atingidas, 61% estava na regional 1, onde se encontra Porto Alegre e Maquiné.

O estudo também constatou 281 ocorrências de granizo, 419 de vendaval e quatro de movimentos de massa. Esses movimentos se caracterizam como deslizamentos, quedas de blocos, rochas, corridas de massa e rastejo.

A reunião de apresentação contou com a presença do secretário de Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal, do subsecretário da SPGG, Antonio Cargnin, e do pesquisador Bruno de Oliveira Lemos.