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Eleições 2022

- Publicada em 04 de Novembro de 2022 às 19:42

Alunos bolsistas sofrem assédio moral em escolas privadas de Porto Alegre

Casos ocorreram nos colégios Farroupilha e Israelita

Casos ocorreram nos colégios Farroupilha e Israelita


Colégio Israelita Brasileiro/Divulgação/JC
Fabrine Bartz
Desde o resultado das eleições presidenciais no último domingo, uma série de protestos ocorrendo em diferentes lugares pelo Brasil tem repercutido nas redes sociais, incluindo ataques de ódio. Nesta sexta-feira, ao menos duas instituições de educação particulares de Porto Alegre, os colégios Farroupilha e Israelita Brasileiro, posicionaram-se contra qualquer tipo de intolerância, violência ou discriminação.
Desde o resultado das eleições presidenciais no último domingo, uma série de protestos ocorrendo em diferentes lugares pelo Brasil tem repercutido nas redes sociais, incluindo ataques de ódio. Nesta sexta-feira, ao menos duas instituições de educação particulares de Porto Alegre, os colégios Farroupilha e Israelita Brasileiro, posicionaram-se contra qualquer tipo de intolerância, violência ou discriminação.
Em um vídeo publicado na rede social Tiktok, três jovens lêem comentários relacionados à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, usando termos de baixo calão para se referirem especificamente aos eleitores da região Nordeste do País, além de palavrões direcionados ao próprio público.
Embora os estudantes não sejam identificados nitidamente como alunos do Colégio Israelita Brasileiro (CIB), no início desta tarde, a instituição divulgou uma nota em repúdio à manifestação com teor discriminatório e preconceituoso. O texto ressalta que dentro dos regulamentos, serão aplicadas as penalidades cabíveis. “O CIB, ciente da gravidade do momento que estamos atravessando, se compromete a usar da melhor maneira as ferramentas que possui para pôr em prática um programa ativo de resgate das boas relações e da ética. Estas ferramentas são nossos valores, nossa capacidade educadora, nossa crença na tolerância e na convivência com diferentes”, diz a nota. O pronunciamento completo está disponível nas redes sociais da instituição.
Já no Colégio Farroupilha, um grupo de alunos bolsistas relata ter sofrido assédio moral durante as aulas, já antes mesmo do segundo turno da eleição. De acordo com informações do coletivo de jovens Kizomba RS, que está acompanhando a situação de perto, a gravidade da situação aumentou no último domingo. “Foram muitas agressões e assédios para as meninas bolsistas”. Em nota, o Colégio Farroupilha ressaltou que a conduta inaceitável de alguns estudantes não representa os valores da instituição e, por isso, houve a imediata aplicação de punidades previstas no Código de Conduta e Convivência da Escola.
“Lamentamos que o atual momento de tensionamento vivenciado pela sociedade reflita no ambiente escolar. Nessa perspectiva, nos comprometemos a trabalhar fortemente para que a boa convivência, o respeito às diferenças e a ética sigam priorizados em nossa prática pedagógica”.
A denúncia sobre os vídeos que estão circulando nas redes sociais chegou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio da Procuradoria de Justiça Regional (Preduc-PF), ao final desta manhã. Já a denúncia referente a mensagens de alunos de outro colégio particular da Capital direcionadas a alunos bolsistas, foi recebida durante a tarde. As mensagens também continham conteúdo preconceituoso e discriminatório.
A promotora Regional da Educação de Porto Alegre, Ana Cristina Ferrareze, expediu ofício solicitando que as instituições de ensino informem, em 48 horas, se têm conhecimento dos fatos, bem como acerca das eventuais providências adotadas, de acordo com o regimento vigente e regras de convivência e conduta escolar, bem como a identificação dos adolescentes em tese envolvidos.
Os casos foram encaminhados ao Núcleo do Ato Infracional do MPRS – CIACA e para a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude – Núcleo Articulação/Proteção, para que sejam tomadas as providências consideradas cabíveis. As informações serão remetidas, ainda, à 1ª Coordenadoria Regional da Educação, para ciência e adoção de providências e medidas cabíveis.
“Na área da Educação, pedimos aos colégios que nos informem oficialmente a identificação dos adolescentes em tese envolvidos nestes casos e quais medidas foram ou serão aplicadas. Depois da manifestação formal dos colégios, serão realizadas audiências extrajudiciais. Mas temos certeza de que atitudes como essas, que são graves, que nos chocam, devem ser punidas. As condutas dos adolescentes precisam ser responsabilizadas também pela área do ato infracional, bem como investigadas as condutas dos pais ou responsáveis”, ressalta a promotora de Justiça Ana Cristina Ferrareze.
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