O ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Francisco Renan Oronoz Proença, faleceu na manhã desta sexta-feira (14), em Bento Gonçalves, aos 84 anos. Ele morreu por falência de múltiplos órgãos, depois de uma prolongada doença de Alzheimer. Proença presidiu a Fiergs por duas gestões consecutivas, de 1999 a 2005. Ele deixa dois filhos, Carolina e Márcio, além da esposa, Yeda. Renan também é irmão do renomado pianista Miguel Proença.
Filho de pai brasileiro e mãe uruguaia, Renan Proença nasceu em Quarai, na Fronteira Oeste Gaúcha, no dia 2 de dezembro de 1937. Ele foi para Porto Alegre para estudar Farmácia e Bioquímica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e, em 1959, formou-se junto com a esposa, Yeda Lúcia Fasolo Proença, para depois retornar à cidade natal e abrir um laboratório de análises clínicas. Até que, de Bento Gonçalves, o sogro de Proença, José Fasolo, o convocava para atuar no curtume Fasolo, fundado em 1917.
Renan atuou em vários setores dentro da empresa até assumir a presidência do Grupo Fasolo. Liderou ainda entidades como o Centro da Indústria Fabril de Bento Gonçalves, do qual foi presidente entre 1979 e 1981. Em 1983, assumiu a diretoria do Sesi-RS e se alternou entre as vice-presidências da Fiergs e do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), quando foi um dos responsáveis pela edificação da nova sede , na av. Assis Brasil, onde mais tarde foi construído o Teatro do Sesi e o Pavilhão de Exposições. Em 1999, foi eleito presidente da entidade e ficou no cargo até o ano de 2005.
O atual presidente da Fiergs, Gilberto Petry, disse que Proença teve uma atuação marcante na entidade. "Ele fez uma gestão muito corajosa e num momento que não foi fácil. O Proença soube fazer a interlocução com o governo do PT. Independentemente de quem esteja no governo, a casa tem de manter um bom trânsito com o Estado", valoriza Petry.
O assessor e coordenador de comunicação da Fiergs durante toda gestão de Proença, Nikão Duarte, lamentou a morte do ex-presidente e amigo. Duarte afirma que Renan foi, além de um grande empresário, uma pessoa com sensibilidade para as questões sociais, educacionais e culturais. No âmbito da educação Nikão destaca uma lei, de iniciativa de Proença e da Fiergs, que foi aprovada pelo governo federal para que as empresas não fossem penalizadas ao conceder oportunidades educacionais a seus trabalhadores.
"Durante sua gestão na Fiergs, ele levou ao governo federal uma contradição que era muito grave: as empresas que investissem no pagamento dos estudos de seus trabalhadores eram penalizadas pela Receita Federal", afirma Duarte. "A Fiergs produziu um anteprojeto de lei e levou a Fernando Henrique Cardoso, que era o presidente da época, e ele absorveu aquele projeto e encaminhou ao Congresso Nacional, para modificar esta lei", diz o assessor. Segundo Nikão, depois de mais ou menos um ano de tramitação, a lei foi aprovada, o que levou as empresas a investirem mais na educação de seus trabalhadores.
Sobre o legado de Proença para a Fiergs, Duarte destaca, além das iniciativas sociais e educacionais, o trabalho de aproximação entre a federação e demais entidades empresariais. "O Renan Proença presidiu a Fiergs num período de enfrentamento e disputa entre as entidades empresariais. As federações trabalhavam todas isoladamente, e até com certa disputa de espaço", afirma Duarte. "E ele conseguiu fazer a aproximação das entidades, não apenas em âmbito estadual, e com as congêneres dos três estados do Sul, que são as entidades do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
O atual presidente da Fiergs, Gilberto Petry, disse que Proença teve uma atuação marcante na entidade. "Ele fez uma gestão muito corajosa e num momento que não foi fácil. O Proença soube fazer a interlocução com o governo do PT. Independentemente de quem esteja no governo, a casa tem de manter um bom trânsito com o Estado", valoriza Petry.