A arrecadação dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), dos Departamentos de Tradições Gaúchas (DTGs), dos piquetes, dos grupos de arte nativa e dos centros folclóricos com eventos (rodeios, shows e bailes) e a venda de produtos deve chegar a R$ 1,5 bilhão por ano no Rio Grande do Sul. A estimativa é que a cadeia produtiva do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) seja responsável pela geração de 20 mil empregos diretos e 100 mil indiretos.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira (13) pelo presidente do MTG, Manoelito Carlos Savaris, que participou do Menu POA realizado pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA). Savaris abordou o tema "O Gaúcho: Cultura, Desenvolvimento Econômico e Social" no Palácio do Comércio. O jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Antônio Hohlfeldt, participou do debate. Segundo Savaris, o MTG possui 1.730 entidades filiadas no Rio Grande do Sul e 1,2 mil fora do Estado, e até no exterior.
Antes da palestra, o vice-presidente da ACPA, José Paulo Soares Martins, pediu que fosse feita uma homenagem ao empresário Paulo Vellinho, pai da presidente da ACPA, Suzana Vellinho. "Em vez de um minuto de silêncio, eu peço uma salva de palmas para o empresário Paulo Vellinho". O Menu POA teve como atrações culturais a participação da primeira Prenda do Rio Grande do Sul, Giovana Martins Conceição, que fez a declamação da poesia "Certas Coisas" de Sílvio Genro. Além disso, o CTG Setembrina dos Farrapos, de Viamão, realizou uma apresentação de dança. Conforme Savaris, além dos rodeios, são realizadas festas campeiras, torneios de laço e bailes em mil galpões do Estado - cada CTG realiza duas festas por ano, ou seja, são duas mil noites de baile. "Muita gente no Rio Grande do Sul vive do tradicionalismo", ressaltou.
Com relação a não participação no Acampamento Farroupilha no Parque Harmonia, o presidente do MTG afirmou que os tradicionalistas precisavam fortalecer os CTGs. "Tivemos uma pandemia e foi necessário realizar eventos para que os associados voltassem a frequentar as entidades. "A Semana Farroupilha é um momento muito bom para a realização de tertúlias e visitação. Decidimos optar pelos CTGs e não pelo Acampamento Farroupilha", explicou. Savaris demonstrou contrariedade à forma como o Consórcio GAM3 Parks administra o espaço. "Eles têm por finalidade o lucro que é completamente diferente do nosso ideal. O MTG, por sua vez, quer realizar a cultura e é evidente que haverá algum tipo de conflito", acrescentou.