Mais longeva monarca britânica, Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos

Elizabeth se tornou rainha aos 25 anos de idade, em 6 de fevereiro de 1952, mesmo dia da morte de seu pai, o rei George VI, que faleceu em decorrência de um câncer de pulmão. A coroação ocorreu, de fato, um ano depois, em 2 de junho de 1953, e foi a primeira cerimônia do gênero a ser televisionada. Dentro do Reino Unido, estima-se que 27 milhões de pessoas assistiram à cerimônia, e 11 milhões ouviram pelo rádio, mais de 80% da população. A iniciativa buscava aproximar a família real da população, e o tradicional discurso da Rainha também passou a ser transmitido pela televisão em 1957.

A então princesa Elizabeth conheceu Philip em uma visita à Escola Naval de Dartmouth, onde ele servia à Real Escola Naval da Grã-Bretanha como cadete. Na época, a princesa tinha 13 anos e o cadete, 18. Os dois trocaram cartas enquanto a Segunda Guerra Mundial eclodia e Philip participava do confronto no Mediterrâneo e no Pacífico. Apenas com o fim da batalha, em 1946, o então rei George VI permitiu que a primogênita se casasse com o oficial da Marinha. O casal subiu ao altar no dia 20 de novembro de 1947, na Abadia de Westminster, em Londres. Juntos, Elizabeth II e Philip tiveram quatro filhos: Charles, Andrew, Edward e Anne. O príncipe Philip faleceu em 9 de abril, aos 99 anos, por idade avançada, conforme consta na certidão de óbito. Na época, a Rainha e ele tinham 73 anos de casados.

Durante seu reinado, Elizabeth II viveu e protagonizou vários momentos históricos. Um deles foi uma viagem à Alemanha Ocidental nos seus primeiros anos de mandato, em 1965. Um monarca britânico não visitava a Alemanha desde 1913. Depois disso, os países estiveram em lados opostos tanto na Primeira Guerra (1914-18) quanto na Segunda Guerra (1939-45). A visita marcou os 20 anos do fim da Segunda Guerra e foi um dos principais feitos diplomáticos da monarca. Outra viagem marcante foi a ida ao Canadá em 1957, quando foi a primeira monarca a abrir um ano parlamentar no país. Além da visita à China continental em 1986, também sendo a primeira monarca britânica a conhecer o local.

Apesar de todo o decoro e regras seguidas pela realeza, a Rainha Elizabeth quebrou uma série de tradições durante seu mandato. Uma das quebras de protocolo foi a caminhada entre os plebeus em 1970 durante uma visita à Austrália. Tradicionalmente, os monarcas britânicos acenavam de veículos ou a uma distância segura das multidões. Após a Rainha decidir caminhar perto do povo, o gesto foi seguido por outros membros da família real em visitas no exterior e eventos internos no Reino Unido.