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Saúde

- Publicada em 17 de Agosto de 2022 às 20:12

RS irá distribuir oito mamógrafos digitais para municípios sem assistência

No RS, foram diagnosticados 1.674 novos casos de câncer de mama no primeiro semestre de 2022

No RS, foram diagnosticados 1.674 novos casos de câncer de mama no primeiro semestre de 2022


CRISTINE ROCHOL/PMPA/JC
O avanço da tecnologia, além de proporcionar novas oportunidades no mercado de trabalho, também se conecta com diagnósticos cada vez mais precisos e precoces na área da saúde. No Brasil, a mamografia deu um salto em direção à excelência, mas nem todas as regiões do País têm acesso ao exame. Para fortalecer a rede básica de saúde do Rio Grande do Sul, o governo do Estado abriu 18 ambulatórios de ginecologia, ampliando o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), e adquiriu oito mamógrafos digitais para locais onde havia vazios assistenciais, como é o caso dos municípios de Hulha Negra e Itaqui.
O avanço da tecnologia, além de proporcionar novas oportunidades no mercado de trabalho, também se conecta com diagnósticos cada vez mais precisos e precoces na área da saúde. No Brasil, a mamografia deu um salto em direção à excelência, mas nem todas as regiões do País têm acesso ao exame. Para fortalecer a rede básica de saúde do Rio Grande do Sul, o governo do Estado abriu 18 ambulatórios de ginecologia, ampliando o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), e adquiriu oito mamógrafos digitais para locais onde havia vazios assistenciais, como é o caso dos municípios de Hulha Negra e Itaqui.
Embora no último ano não tenha sido divulgado o número de vítimas fatais por neoplasia maligna da mama no RS, em 2020, foram registrados 1.377 óbitos devido à doença, conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Com o objetivo de ampliar o diagnóstico ágil do câncer de mama e contribuir para a redução da mortalidade, na última segunda-feira, foi assinado um termo de cooperação entre a Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) e o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama).
"Essa parceria é a soma de esforços das entidades para apoiar a rede básica com vistas ao diagnóstico precoce, bem como estimular a mobilização do trabalho voluntário, tão importante para sensibilizar sobre o cuidado com a saúde da mulher", explicou a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann.
A ação faz parte do projeto "SOS Imama". Segundo a presidente voluntária do instituto, Maira Caleffi, o objetivo será alcançado por meio da formação de uma rede de apoio selecionada e qualificada pela instituição nas regiões definidas pela SES. Na primeira etapa, a iniciativa será aplicada nos municípios das regiões Metropolitana e Pampa, onde se encontram os piores índices da doença no RS.
Historicamente, em nenhuma das regiões se atinge o indicador de mamografias na população-alvo. O maior número de mamógrafos no Estado está localizado na Capital e no Vale do Gravataí, onde também se concentra os maiores índices de câncer de mama. Em 2020, foram 745 casos e 347 óbitos.
Já no Pampa, encontra-se a maior redução do número de exames no sul do Estado, após o início da pandemia, evidenciando a dificuldade de acesso ao diagnóstico. Na prática, o projeto organizará visitas às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e palestras sobre o tema, com o intuito de sensibilizar e capacitar os profissionais para o diagnóstico precoce; conscientizar a população quanto à importância dos exames preventivos, articular redes de apoio locais, por meio de parcerias, e fortalecer a linha de cuidado do câncer de mama.
 

Qualidade da imagem impacta no resultado da mamografia

Capaz de reduzir o índice de mortalidade pelo câncer de mama em mais de 35%, a mamografia é essencial para detecção precoce da doença. No RS, foram diagnosticados 1.674 novos casos de neoplasia maligna da mama no primeiro semestre deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 2.090, segundo o Painel Oncologia, do Ministério da Saúde.
Em março deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), determinou, em resolução, a avaliação rotineira dos parâmetros técnicos e de desempenho de instrumentos e equipamentos de radiologia diagnóstica - que inclui testes de qualidade de imagem nos mamógrafos.
"A qualidade da mamografia impacta muito na detecção precoce. Só uma mamografia muito bem feita tecnicamente, com posicionamento, com uma revelação da imagem boa e filmes de boa qualidade vão permitir que a gente tenha esse benefício da mamografia de rotina", diz Maira, que também é chefe do núcleo de mama do Hospital Moinhos de Vento.
No entanto, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelou que no caso específico dos exames por imagem, o percentual de diagnósticos equivocados é preocupante. Se por um lado, a ressonância magnética registra índice de 95% de precisão, por outro significa que ocorre um falso-positivo ou falso-negativo a cada 20 exames, conforme o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).
Os erros durante a testagem podem ocorrer desde emprego incorreto e sujeira no aparelho até pela utilização de filme radiográfico riscado ou com marcas de impressão digital. Segundo o físico médico Walmoli Gerber Jr., a interpretação das imagens e laudos de forma equivocada compromete a detecção da doença e, consequentemente, a saúde das pacientes.
"O pior de tudo é quando fazemos a mamografia e vem um falso negativo por causa de um exame mal feito, esse é o pior dos mundos. A paciente acha que está tudo bem, então ela volta no ano seguinte com uma coisa muito mal detectada e horrorosa", complementa Maira.
Desde março, com a resolução da Anvisa, a avaliação rotineira dos aparelhos, que era realizada mensalmente, passou a ser executada todos os dias. Segundo Gerber Jr., o teste era realizado uma vez ao mês porque vem de uma legislação antiga, que exigia o controle das processadoras automáticas, sistemas de revelação de filmes que não são digitais. "Existiam os testes diários da processadora automática, mas basicamente nunca foram feitos no Brasil, salvo algumas vigilâncias municipais mais informadas, mas era muito raro muito isso acontecer", diz.
O primeiro estado a implementar a exigência do controle diário da qualidade das imagens foi Santa Catarina. Desde 2008, o estado começou a construir legislações específicas para o controle das radiações, afirma o físico médico. Em Porto Alegre, o Hospital Moinhos de Vento utiliza o sistema digital há pelo menos dez anos. "Hoje em dia, a maior parte do parque tecnológico, que é adquirido nesse momento, é digital até para a gente prescindir desses problemas de testes diários", explica a chefe do núcleo de mama.
Em nota, a engenharia clínica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, informou que todas as determinações, sejam dos fabricantes de equipamentos ou de instituições legais (Anvisa e outras agências e órgãos reguladores) são cumpridas rigorosamente.