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Assistência Social

- Publicada em 09 de Agosto de 2022 às 20:07

Porto Alegre possui 202 mil pessoas em estado de pobreza

Léo Voigt participou do Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA)

Léo Voigt participou do Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA)


LUIZA PRADO/JC
Cláudio Isaias
Porto Alegre possui 202 mil pessoas em estado de pobreza. Deste total, 37,2 mil são miseráveis, ou seja, vivem abaixo da linha da pobreza. O serviço de assistência social da prefeitura acompanha individualmente um total de 2,5 mil famílias em situação de risco - causado pela desagregação social, pela possibilidade do surgimento de novos moradores de rua ou famílias com risco de gerar trabalho infantil. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (9) pelo secretário municipal de Desenvolvimento Social, Léo Voigt, que participou do Menu POA promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), no Palácio do Comércio.
Porto Alegre possui 202 mil pessoas em estado de pobreza. Deste total, 37,2 mil são miseráveis, ou seja, vivem abaixo da linha da pobreza. O serviço de assistência social da prefeitura acompanha individualmente um total de 2,5 mil famílias em situação de risco - causado pela desagregação social, pela possibilidade do surgimento de novos moradores de rua ou famílias com risco de gerar trabalho infantil. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (9) pelo secretário municipal de Desenvolvimento Social, Léo Voigt, que participou do Menu POA promovido pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), no Palácio do Comércio.
Segundo Voigt, que realizou a palestra "Os desafios sociais da Nossa Porto Alegre", a população em situação de rua na Capital é de 2.518 pessoas, segundo levantamento realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social em 2021. Deste total, mil pessoas foram acolhidas pelo poder público municipal e foram colocadas em abrigos, albergues, hospedagem social ou receberam o auxílio moradia da prefeitura. "Estimo que temos uma população de 1,5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social, ou seja, que vivem nas ruas de Porto Alegre. Para Voigt, não é uma boa notícia porque as pessoas que estão nas ruas são os casos mais complexos e crônicos.
Porto Alegre conta com 12 regiões de assistência social. Um levantamento da secretaria mostrou que os bairros Belém Velho e Glória têm menos pessoas vivendo na ruas - um total de 15 moradores de rua que são cadastradas e acompanhadas pelas equipes do serviço social. A grande maioria está concentrada no Centro Histórico e no seu entorno - mais de 600 pessoas. "É muito difícil o retorno dessas 1,5 mil pessoas para o convívio familiar. Elas não querem voltar porque estão em uma situação de desordem, de sofrimento mental ou de dependência química", ressaltou. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, a rua é uma estratégia social de sobrevivência porque ela dá dinheiro, comida e esmola. "A rua tem uma certa utilidade altamente perversa", comentou. Voigt informou que a secretaria trabalha para reduzir a pobreza com um orçamento de R$ 60 milhões por ano e uma rede de 130 trabalhadores vinculados. "O fato é que ingressam novos pobres na fila do atendimento de assistência social em função da conjuntura lamentável do nosso País", lamentou.
O secretário afirmou que existem três desafios para o poder público. O primeiro, é torcer para que a macroeconomia brasileira modifique e se possa ter um novo um ciclo de desenvolvimento com a inclusão econômica e social da população da periferia. O segundo, é enfrentar a expansão da pobreza e da miséria, e o terceiro desafio de Porto Alegre é a calamidade pública que são os moradores de rua e os dependentes químicos. "Temos uma parte da população que usa as ruas como estratégia econômica e existem pessoas que fazem das ruas um local de sobrevivência no caso os usuários de álcool e de drogas", acrescentou. Para Voigt, é preciso convencer quem ainda permanece nas ruas e têm resistência em aceitar as ofertas de ajuda da assistência social. "Temos que insistir, temos que convencê-los ou quem sabe ainda desenvolver uma nova estratégia para acolher essa população", explicou.
A presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Suzana Vellinho, disse que os desafios sociais são enormes na gestão pública e para a sociedade. "A resolução é complexa e envolve questões que vão além das ações pontuais. Por isso, entendemos que as dificuldades são tão profundas, pois, antes de mais nada, são humanitárias", comentou. Segundo ela, existem nações mundiais que são exemplos de como a transformação social é possível. "Em todas elas, no entanto, a educação foi o pilar para o crescimento das regiões. O Japão e a Coreia do Sul, ambos reconhecidos, entre outros aspectos, por terem a educação como base para a prosperidade da sociedade", explicou.
Para Suzana Vellinho, o desenvolvimento de uma sociedade passa pela oportunidade ao trabalho, acesso à educação, segurança, saneamento básico e segurança alimentar. "O desequilíbrio social está presente diariamente em nossas vidas. É visível o aumento de pessoas necessitando de ajuda de todas as formas", ressaltou. A presidente da ACPA afirmou que uma pergunta precisa ser feita: quais são as nossas responsabilidades junto a sociedade e ao poder público para a transformação dessa realidade?", questionou.
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