A nova iniciativa da Universidade Feevale em parceria com o Hospital Nossa Senhora da Conceição tem o objetivo de incentivar e auxiliar o tratamento de crianças de 3 a 7 anos com problemas respiratórios que possuem dificuldade na prática de exercícios. O projeto nomeado como “Play Blow na Fisioterapia - um jogo virtual para auxiliar crianças em exercícios ventilatórios”, tornará parte do tratamento mais lúdico, com um jogo movido através da expiração e inspiração.
A iniciativa partiu do fisioterapeuta pediátrico Diego Kurtz, que já vem há alguns anos aplicando seu método “Cuidado, regido pelo brincar”. O fisioterapeuta percebeu durante uma consulta o apego das crianças com a tecnologia, principalmente os smartphones, e a dificuldade da conexão com o tratamento e exercícios respiratórios necessários.
Unindo a tecnologia aos exercícios respiratórios, o jogo terá como inspiração o próprio hospital e elementos presentes lá, para assim tornar o lugar e o tratamento menos intimidador e mais atrativo para os pacientes. "A criança hospitalizada não é um 'mini adulto', ela continua sendo criança. Então, todos recursos que nós conseguimos organizar para acolher, conectar, causar empatia para a criança acreditar no terapeuta que está conduzindo aquele atendimento, tudo isso é muito importante. E eu tento utilizar todos os recursos que eu tenho para isso," destaca Kurtz.
O projeto irá contar com cinco professores da universidade, quatro profissionais de saúde do hospital e cinco estudantes bolsistas. A primeira fase será a criação do jogo. Além de Kurtz, o professor de ciências da computação, Juliano Varella, será um dos profissionais à frente do projeto. Após essa fase, começarão os testes clínicos com os pacientes do Hospital Conceição para entender como serão os resultados do game em crianças com diversas condições e assim ter conclusões mais precisas. O projeto já foi autorizado pela Secretária Estadual de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, e terá o começo de sua execução ainda neste semestre.
O jogo virtual com animações lúdicas visa a melhora da capacidade pulmonar, construindo uma linguagem para auxiliar o tratamento com exercícios respiratórios, permitindo que as crianças possam cantar, nada e tocar instrumentos de sopro, entre outras tarefas. No entanto, o jogo não irá substituir outros tratamentos, mas servirá como um recurso extra para auxiliar na melhora do paciente, além de conectá-lo com todo o restante, já que está sendo pensado especificamente para as crianças, dentro de seus comportamentos, realidades e suas necessidades. “Não haverá atendimento humanizado para a criança, se este não for regido pelo brincar”, conclui o idealizador do projeto.