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Mobilidade urbana

- Publicada em 27 de Julho de 2022 às 20:27

Sinalização ruim dificulta uso de bikes na Capital

Ao todo, ganharão marcações 19 trechos da capital

Ao todo, ganharão marcações 19 trechos da capital


ANDRESSA PUFAL/JC
Incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte, dotando a cidade de instrumentos e infraestrutura eficazes para implementação de uma rede cicloviária que propicie segurança e comodidade para o ciclista. Este é o principal objetivo do Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), aprovado há 13 anos em Porto Alegre. Além de desatualizado, esta não é a realidade encontrada pelos ciclistas da Capital, que pedalam em espaços rodeados de buracos, rachaduras, desníveis e falta de sinalização.
Incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte, dotando a cidade de instrumentos e infraestrutura eficazes para implementação de uma rede cicloviária que propicie segurança e comodidade para o ciclista. Este é o principal objetivo do Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), aprovado há 13 anos em Porto Alegre. Além de desatualizado, esta não é a realidade encontrada pelos ciclistas da Capital, que pedalam em espaços rodeados de buracos, rachaduras, desníveis e falta de sinalização.
"Se eu for andar de bicicleta agora (18h30min), de maneira alguma vou entrar na ciclovia da avenida Ipiranga, porque não tem sinalização e o risco de assalto é alto. Estou falando de segurança pública e não de segurança viária. É um absurdo, mas, enquanto mulher é pior ainda. Eu prefiro ser atropelada do que correr o risco de ser estuprada e assaltada. Não temos ciclovias iluminadas e seguras", lamenta a integrante da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, a Mobicidade, Tássia Furtado.
Com previsão de início para o próximo mês, a manutenção da maior ciclovia da cidade deve solucionar uma série de riscos aos ciclistas de Porto Alegre. Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, a auditoria já foi realizada e, junto com as outras secretarias, a recuperação dos pontos mais prejudicados será encaminhada. "Se o problema não for totalmente resolvido, pelo menos terá começado a manutenção, especialmente nos pontos onde o pavimento acabou levantando por causa das raízes de árvores", diz.
No entanto, a insatisfação e insegurança dos ciclistas também está relacionada com outros trechos. Segundo Tássia, que também é articuladora de comunicação e engajamento da organização Bike Anjo, a ciclovia precisa ter um elemento que faça uma divisão entre as vias. "Hoje, a prefeitura entende o olho de gato (também conhecido como tartarugas) como separador físico, mas sabemos que não é. Para nós ciclistas, temos ciclofaixas pela cidade e eles estão defendendo que são ciclovias."
No antigo portal da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC), é possível conferir uma lista com o breve histórico da malha cicloviária da Capital. Porém, em alguns casos, infraestruturas diferentes apresentam a mesma classificação - como é o caso do trecho da avenida Adda Mascarenhas, na Zona Norte, e do trecho localizado na estrada das Três Meninas, na Zona Sul. Enquanto no primeiro, os ciclistas pedalam sobre uma faixa vermelha ao lado de fora da calçada, com uma tartaruga realizando a separação da via, o segundo trecho é um espaço próximo ao gramado e separado por árvores. Embora claramente apresentem diferenças, ambos estão nomeados como ciclovias.
"A nossa classificação segue o manual de sinalização cicloviário. A ciclovia, normalmente, é segregada com uma série de elementos que separam o fluxo do passeio. A ciclofaixa é separada por pintura e as ciclorrotas são compartilhadas, conforme os manuais de classificação", explica a diretora de da secretaria de Mobilidade Urbana da Capital (SMMU), Carla Meinecke. De acordo com a assessoria da SMMU, durante a divulgação das informações, o termo ciclovia acaba sendo utilizado, pois, na prática, este é o espaço utilizado pelos ciclistas, embora ocorra uma especificação.
 

Bike Box são instaladas para redução de acidentes entre condutores e ciclistas

No Brasil, existe uma frota de 33 milhões de bicicletas, segundo pesquisa da Multiplicidade Mobilidade Urbana, realizada no ano passado. Em 2021, houve um aumento de 30% no número de acidentes envolvendo ciclistas no País, o que evidencia a falta de planejamento viário nas grandes capitais. Como tentativa de reduzir esse índice, em abril deste ano, a prefeitura de Porto Alegre iniciou o processo de instalação da "Bike Box".
A sinalização mostra onde o ciclista deve se posicionar ao cruzar pontos de grande circulação de veículos, com o objetivo de garantir a segurança de quem pedala na Capital, possibilitando uma vantagem em relação aos outros veículos motorizados ao abrir a sinaleira nos principais cruzamentos.
"Temos essa imagem da prefeitura amiga da bicicleta muito por modais pontuais. Não adianta a prefeitura ter feito a Bike Box do tamanho que fizeram, completamente menor do que uma bicicleta, sem informação para comunidade sobre o que é aquilo", argumenta Tássia.
No total, ganharão marcações 19 trechos localizados em ciclovias da Erico Verissimo, Icaraí, Osvaldo Aranha, 24 de Outubro, Botafogo, Lima e Silva, General Câmara, Múcio Teixeira, Ramiro Barcelos, Sebastião Leão, Silva Jardim, José do Patrocínio e Chuí. A diretora da SMMU, Carla Meinecke, explica que a Bike Box é uma emenda parlamentar, que possibilitou recursos para evitar que ocorram acidentes entre condutores e ciclistas. "Quando a sinalização apagar, será feita novamente, ou, se atingir o objetivo, mudamos a dinâmica. Os trechos foram escolhidos conforme orientação da área técnica", complementa.