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Saúde

- Publicada em 27 de Julho de 2022 às 16:14

Hospital Moinhos de Vento realiza primeira cirurgia fetal

Procedimento foi realizado em um feto com cerca de 22 semanas diagnosticado com mielomeningocele

Procedimento foi realizado em um feto com cerca de 22 semanas diagnosticado com mielomeningocele


Leonardo Lenskij/Hospital Moinhos de Vento/Divulgação/JC
O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, realizou a primeira cirurgia fetal na instituição no último domingo (24). Trata-se de um feto de 22 semanas diagnosticado com mielomeningocele, um defeito de fechamento da coluna que causa lesão progressiva de raízes nervosas que estão anormalmente em contato com o líquido amniótico, o que pode ocasionar em acúmulo de líquido no cérebro e dificuldade ou perda total da capacidade de caminhar.
O Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, realizou a primeira cirurgia fetal na instituição no último domingo (24). Trata-se de um feto de 22 semanas diagnosticado com mielomeningocele, um defeito de fechamento da coluna que causa lesão progressiva de raízes nervosas que estão anormalmente em contato com o líquido amniótico, o que pode ocasionar em acúmulo de líquido no cérebro e dificuldade ou perda total da capacidade de caminhar.
A gestante de 30 anos é residente da Serra gaúcha, e foi encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde de sua cidade ao Moinhos de Vento para avaliação do chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, Edson Vieira da Cunha Filho, e do coordenador da Medicina Fetal e Cirurgia Fetal, Eduardo Becker Jr. Os especialistas apresentaram a possibilidade de correção cirúrgica intrauterina - ou seja, com o bebê dentro do útero -, técnica considerada a melhor opção para preservar o movimento das pernas do bebê.
A cirurgia durou cerca de três horas e foi considerada um sucesso na visão dos médicos. O útero da paciente foi exposto através de uma incisão abdominal, como a de uma cesariana. Assim, o feto foi manualmente posicionado para que fosse possível acessar o problema. A partir de uma pequena incisão no útero, foi feita a correção da lesão do feto. Em seguida, o líquido amniótico foi reconstituído e o útero foi novamente fechado e recolocado, para que a gestação possa continuar.
"A operação transcorreu da melhor forma possível. Foram tomadas todas as medidas preventivas para redução dos riscos cirúrgicos. Depois de 24h na UTI, a paciente permanecerá internada por mais dois ou três dias. O bebê será frequentemente examinado e monitorado por meio de ecografia, no atendimento pré-natal. Depois do nascimento, o neurodesenvolvimento do bebê também será acompanhado", afirma o chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia. 
Procedimento inédito no Hospital
Essa foi a primeira vez que uma cirurgia fetal foi realizada no Moinhos de Vento. A equipe foi liderada pelo Dr. Fábio Peralta, médico coordenador de um grande centro de Medicina Fetal em São Paulo. Nos últimos meses, a equipe do Moinhos de Vento vem se preparando para esse tipo de procedimento, com treinamento da equipe de obstetrícia, neurocirurgia e aquisição dos equipamentos necessários.
"Esse tipo de cirurgia coloca o Moinhos na vanguarda do que há de melhor em termos de diagnóstico e terapêutica fetal. O hospital agora oferece à população alternativas seguras para garantir o melhor tratamento para esse tipo de patologia, com a qualidade reconhecida do Moinhos de Vento, contando com equipamentos de última geração e assistência de excelência", destaca Edson.
"A possibilidade da correção cirúrgica pré-natal da mielomeningocele é um marco na história da obstetrícia do RS, por efetivamente contribuir para melhorar o desfecho neonatal em casos selecionados", afirma Becker.
Mielomeningocele
A mielomeningocele é um defeito congênito da coluna e da medula espinhal resultante do fechamento incompleto durante a quarta semana de gestação. Quando a coluna não está adequadamente fechada, as meninges, normalmente protegidas pela parte óssea, ficam expostas, bem como raízes nervosas.
Com a exposição ao líquido amniótico no útero da mãe e o constante contato com a parede uterina, as estruturas vão se deteriorando. Quanto mais danificadas, piores serão as dificuldades motoras da criança ao nascer - o que pode ocasionar a perda de locomoção. Além disso, enquanto não houver correção cirúrgica, a medula vai perdendo liquor - líquido que envolve a medula -, causando modificação anatômica em estruturas cerebrais.
A mielomeningocele ocorre, em média, em um a cada mil nascimentos, em nível global. Como a taxa de natalidade no Rio Grande do Sul é de aproximadamente 140 mil nascimentos por ano, estima-se que aproximadamente 140 crianças nasçam com esse problema no RS anualmente.
 
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