O Brasil totaliza 212,7 milhões de habitantes em 2021, aponta a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Características gerais dos moradores 2020-2021”.
Divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a edição da Pnad Contínua apresenta indicadores que possibilitam compreender a distribuição da população residente no Brasil por sexo, grupos de idade, cor ou raça e condição no domicílio, bem como as diferenças regionais relativas a esses indicadores e a evolução das características da população, analisadas no período de 2012 a 2021, que abrange o ano inicial e final da série histórica da pesquisa.
O levantamento identificou um crescimento de 7,6% na população residente em quase uma década — entre 2012, início da série histórica, e 2021. Foi estimado que 211,1 milhões de pessoas residiam no país em 2020. Em 2012, o dado era de 197,7 milhões.
"As informações de caraterísticas gerais dos moradores, assim como a sua condição no domicílio, são pesquisadas em todas as cinco entrevistas nos domicílios selecionados, para todos os moradores. Para o cálculo dos indicadores, são considerados, para os anos 2012 a 2019, os dados acumulados de primeira entrevista, e os de quinta entrevista em 2020 e 2021. Essa alteração ocorre devido ao melhor aproveitamento da amostra da quinta entrevista durante o período da pandemia do novo coronavírus", destaca o IBGE, em informativo.
Sudeste concentra 42,1% da população brasileira
Região mais populosa do Brasil, o Sudeste concentrava 42,1% da população em 2021. O aumento estimado em relação a 2012 é de 7,3%, segundo a Pnad Contínua.
Ainda assim, entre 2012 e 2021, as regiões que apresentaram os maiores aumentos populacionais foram Centro-Oeste, aos 13%, e Norte, com 12,9%. Já o Nordeste, que concentrava 27,1% da população residente em 2021, apresentou o menor crescimento no contingente populacional no período entre as grandes regiões — 5,1%, afirma o IBGE.
A pesquisa constata que não houve diferenças significativas nas participações regionais na população total entre 2020 e 2021.
80,8% da população do Rio Grande do Sul é branca
No Rio Grande do Sul, 80,8% da população residente declarava-se de cor ou raça branca em 2021. O Estado tem o segundo maior percentual registrado pela Pnad Contínua, atrás apenas de Santa Catarina, em que 81,5% dos habitantes são brancos.
Segundo o levantamento, 5,7% dos moradores do território gaúcho se declarava preta até ano passado; 13,2% era parda. A unidade federativa com o menor contingente declarado preto, proporcionalmente, é o Amazonas (3%), seguido por Santa Catarina (3,4%).
No Brasil, entre 2012 e 2021, a população que se autodeclara como de cor branca apresentou redução na participação da população total:43,0% ante 46,3%.A população declarada de cor preta cresceu 32,4% e a parda 10,8% no período, ao passo que a população que se declarava de cor branca não apresentou variação relevante.
Pessoas que se declararam como de cor preta (9,1%) e parda (47,0%), por sua vez, tiverem maior participação na população do que em 2012 — na época, essas estimativas eram, respectivamente, de 7,4% para pretos e 45,6% para os que se autodeclararam como pardos.
A Região Nordeste tinha a maior proporção de pessoas declaradas da cor preta, 11,4%, seguida pelas Regiões Sudeste (9,6%) e Centro- Oeste (8,7%). A população de cor parda apresentava os maiores percentuais nas Regiões Norte (73,4%), Nordeste (63,1%) e Centro-Oeste (55,8%). A Região Sul tinha o predomínio de população de cor branca (75,1%), seguida da Sudeste (50,7%), enquanto a Norte (17,7%) apresentava a menor estimativa dessa população.
A participação da população declarada de cor branca reduziu em todas as Grandes Regiões entre 2012 e 2021. Na Região Nordeste houve a principal expansão da participação das pessoas declaradas pretas (2,7 pontos percentuais) e na Região Sul, das pessoas declaradas de cor parda (3,2 pontos percentuais).
RS tem segunda maior parcela da população com 60 anos ou mais
Segundo a Pnad Contínua, 18,6% da população residente do Rio Grande do Sul tem 60 anos ou mais. É o segundo maior percentual entre as unidades federativas, atrás apenas do Rio de Janeiro, com 19,1%.
Já a parcela com 17 anos ou menos representa 22% do território gaúcho. O estado com o contingente populacional mais jovem é Roraima, onde 32,5% tem entre 0 e 17 anos; por outro lado, pessoas com 60 anos ou mais representam apenas 7,7%, menor percentual do País.
Segundo o IBGE, a distribuição da população residente no País por grupos etários mostra uma tendência de queda da proporção de pessoas abaixo de 30 anos de idade. Em 2012, essa estimativa era de 49,9%, passando para 44,5% em 2020 e 43,9% em 2021. A pesquisa estima, ainda, que o grupo apresentou variação negativa em termos absolutos, com queda de 5,4% do total de pessoas nessa faixa etária
Entre 2012 e 2021, houve queda da participação das pessoas de 10 a 13 anos (de 6,7% para 5,5%) e de 14 a 17 anos de idade (de 7,1% para 5,8%). Conforme delineado nas projeções da população do IBGE, os grupos que compreendiam as pessoas de 18 a 19 anos, 20 a 24 anos e 25 a 29 anos de idade correspondiam, respectivamente, a 2,9%, 8,0% e 8,0% da população residente em 2021. Esses grupos também apresentaram redução de sua participação na população residente no período.
As maiores taxas de reduções no contingente populacional foram estimadas para os grupos que compreendiam as pessoas de 10 a 13 anos e 14 a 17 anos de idade. De acordo com a Pnad Contínua, os dois contingentes registraram diminuição de 12,7% no período.
Quanto ao sexo, as mulheres totalizavam 108,7 milhões (51,1%), enquanto os homens correspondiam a 103,9 milhões de pessoas (48,9%) em 2021.
O Rio Grande do Sul apresentou taxas parecidas à média nacional; o levantamento apontou uma maioria feminina de 51%, frente a 49% representada por homens. Não foi verificada alteração relevante nessas participações entre 2012 e 2021, segundo o IBGE.
A razão de sexo, calculada pelo quociente entre o número de pessoas do sexo masculino e o número de pessoas do sexo feminino, indicou haver 95,6 homens para cada 100 mulheres no Brasil em 2021. O valor se aproxima aos observados em 2012 e 2020, afirma a pesquisa.