A prefeitura de Porto Alegre anunciou que irá manter o valor atual da tarifa do transporte coletivo na cidade em R$ 4,80. O anúncio foi feito pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), em entrevista realizada na tarde desta quarta-feira (20), no Paço Municipal, que também apresentou ações do Mais Transporte, programa de reestruturação do transporte coletivo em Porto Alegre. O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, e a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini, também estiveram presentes.
“Nós vamos manter a passagem a R$ 4,80. O preço será mantido, e o cálculo será feito pelo novo método de quilômetros rodados”, afirmou o prefeito no momento do anúncio.
No novo modelo de cálculo da tarifa, entram na equação para formar o custo da operação, realizado com base em quilômetros rodados, a receita obtida através da tarifa dos passageiros transportados, responsável por 89% do total do valor projetado, com os 11% restantes vindo através de subsídio do município, valor que a prefeitura estima em R$ 98 milhões para 2022.
Desde 2015, através da diferença tarifária, o sistema de cálculo era realizado pelo número de passageiros transportados, com a base de cálculo levando em conta o ano anterior para projetar a tarifa do ano seguinte, e o aporte do município sendo feito a partir da diferença entre a tarifa técnica e a tarifa decretada. Agora, o sistema de cálculo passa a ser definido pelo custo a cada quilômetro rodado, com base na projeção do custo do sistema para o ano vigente, e o aporte municipal é feito com base na diferença do custo da operação e da receita.
“A diferença básica é que no sistema de tarifas nós temos o déficit tarifário, com uma tarifa técnica, supostamente maior do que a decretada, e a diferença do valor se paga pelo volume de passageiros transportados. No método do custo quilométrico, nós conferimos o custo do sistema através de sua rodagem, colocamos a receita como um incremento, e a diferença que ocorrer será o valor do aporte do município”, explica o secretário Adão de Castro Júnior.
Entre algumas ações adotadas para reduzir o impacto do aumento na tarifa no âmbito do programa Mais Transporte, a prefeitura cita a redução de 14 para 7 isenções, a extinção gradual de cobradores, a redução do passe livre de 12 para 2 dias e a desestatização da Carris. A administração municipal também aguarda o resultado da mobilização nacional para aprovar o custeio das isenções dos idosos pelo governo federal, o que poderia proporcionar ainda mais investimentos na qualificação do transporte da cidade, segundo Melo.
O secretário Adão de Castro Júnior também apresentou outras medidas que serão tomadas no programa Mais Transporte. A prefeitura promete que a oferta de viagens será ampliada em 20%, com mais 19 linhas e 109 ônibus, trazendo um aumento de 2.163 viagens por dia e mais de 52 mil quilômetros rodados diariamente, considerando dias úteis. Também está prevista uma ampliação do serviço noturno e de madrugada,
além da instalação de 1.507 abrigos de ônibus na cidade.
“Queremos transformar o ciclo vicioso do transporte em um ciclo virtuoso, com a manutenção da tarifa, um sistema mais otimizado, maior atendimento e mais passageiros, oxigenando todo esse sistema”, destaca o secretário de mobilidade urbana.