Faleceu nesta segunda-feira (18), aos 76 anos, o médico e comunicador Abraão Winogron. Conhecido do público gaúcho por comandar durante anos programa sobre saúde na Rádio Guaíba, o apresentador também levou à televisão o debate sobre a medicina, estando à frente de atrações na extinta TV Guaíba e na Band RS. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória pela manhã, enquanto dormia. O velório e o enterro serão realizados nesta terça (19), a partir das 9h, no Cemitério Israelita, em Porto Alegre.
Winogron começou sua trajetória na comunicação pelas mãos do jornalista Flavio Alcaraz Gomez, já falecido, de quem era amigo. Segundo conta o também jornalista Joabel Pereira, contemporâneo de ambos na Rádio Guaíba, Winogron residia em Israel na época e foi convidado por Alcaraz Gomes para fazer boletins sobre o país e a situação do Oriente Médio.
Em seu retorno à Capital, passou a participar com frequência como comentarista de saúde da rádio, até ter o próprio programa. "Winogron entrou na Guaíba pelas mãos do Alcaraz Gomes, eram muito próximos. Começou com comentários e evoluiu como colaborador da rádio, até ter seu próprio programa", comenta Pereira.
A dedicação de Winogron à comunicação e à medicina foi destacada por um de seus filhos, o ex-vereador de Porto Alegre Alberto Kopittke, em post publicado nas redes sociais. "Pude ouvir suas histórias ao redor do mundo, dos seus anos em Israel em que trabalhou no hospital de Jerusalém durante a guerra, a ligação do Flávio Alcaraz Gomes que o fez sair da sala de cirurgia para entrar ao vivo na Rádio Guaíba sem ser avisado, dos boletins que mandava sobre as crises do Oriente Médio e do seu famoso programa de saúde na rádio e depois na Bandeirantes. Sua grande paixão era comunicar pra sociedade formas simples de prevenir doenças e acidentes e de mostrar a importância da prevenção. Foi um pioneiro nisso que hoje vemos com naturalidade, de médicos falando nos meios de comunicação, e enfrentou grandes desafios. Fica um lindo exemplo de amor à vida, de acreditar nos sonhos e viver intensamente."
Ao falar com a reportagem do Jornal do Comércio, Kopittke lembrou da trajetória do pai e de seu pioneirismo em levar temas relacionados à saúde para os meios de comunicação, de uma forma leve. "Ele tinha amor pela comunicação e pela medicina, eram duas grandes paixões que uniu ao comunicar para a população formas de prevenir doenças, acidentes e de como ter uma vida melhor. Ele foi pioneiro e realizou o que sonhou", reforçou.
Kopittke e o pai só se conheceram há 12 anos, quando Winogron notou a semelhança entre eles ao ver uma reportagem sobre o filho. Depois de reconhecida a paternidade, estreitaram os laços e passaram a conviver. "Mesmo curto, durante esse tempo pudemos nos conhecer bastante e criar um vínculo profundo e amoroso", mencionou Kopittke em suas redes sociais.
Winogron deixa ainda a filha Dana, e duas netas, filhas de Kopittke.