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saúde

- Publicada em 11 de Abril de 2022 às 11:54

Epidemia de dengue atinge nível crítico com alta histórica em Porto Alegre

Total de infecções na capital já supera todos os anos anteriores, em surto sem precedentes

Total de infecções na capital já supera todos os anos anteriores, em surto sem precedentes


Marcel Avila/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Fernanda Soprana
Atualizada às 13h
Atualizada às 13h
A endemia de dengue, zika e chikungunya na capital gaúcha já é classificada como crítica pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Em apenas quatro meses, o surto da doença já atinge alta histórica em 2022 — desde o surgimento, nunca houve tantos casos da doença na capital gaúcha.
Desde sexta-feira (8), a capital gaúcha está no nível 2 (de 0 a 3) do plano de contingência — caracterizado pela alta infestação de mosquitos Aedes aegypti, aumento no número de infecções e a confirmação de um caso grave de dengue.
Até última atualização do painel oficial, Porto Alegre soma 1.352 notificações e 766 casos confirmados de dengue, zika e chikungunya em 2022. Desses, 749 são autóctones, ou seja, foram contraídos no município.
O diretor adjunto da Vigilância em Saúde, Dr. Benjamin Roitman, afirma que nenhum ano anterior foi equivalente ao quadro de dengue registrado neste ano. “É o ano que mais teve casos, e vai ter mais. A dengue diminui quando o inverno começa para valer — a proliferação de mosquitos cai com a chegada do frio. Mas provavelmente ainda teremos um período de calor e incidência de chuvas, e os casos de dengue vão subir”, afirma.
Em apenas quatro meses, os números já superam o total registrado em 2019. No ano que antecedeu a pandemia da Covid-19, foram contabilizados 1.289 casos suspeitos, 467 confirmados e 440 autóctones. As infecções diminuíram para 43 em 2020, das quais seis aconteceram na capital. Os casos voltaram a aumentar em 2021, com 86 confirmações e 66 autóctones.
"Os mosquitos estão aqui há muitos anos. Infelizmente, não conseguimos eliminar os criadouros — isso é um problema no Brasil inteiro. Temos áreas mais vulneráveis, onde questões ambientais favorecem o aumento de casos. Mas não há explicação sobre a diferença deste ano em comparação aos anteriores", diz o especialista.
Roitman destaca que todos os pacientes internados se recuperaram na capital, que não registrou óbitos até o momento. A paciente com dengue que esteve internada em estado grave nos últimos dias já obteve alta hospitalar.
"As faixas etárias extremas são mais vulneráveis. Crianças e idosos têm mais riscos de complicações", frisa.

Como se prevenir

Segundo Roitman, na maioria dos casos, a recuperação é tranquila e sem necessidade de atendimento hospitalar. Mesmo em quadros de internação, o tratamento da doença é simples, baseado na hidratação dos pacientes.
Ele explica que o jeito de se prevenir é um: ficar longe dos mosquitos. "A dengue não é transmissível de pessoa para pessoa. Seja em casa ou no trabalho, o cuidado deve ser o mesmo: usar repelente para manter o mosquito longe", ressalta.
A orientação do especialista é utilizar repelente todos os dias e dar preferência a roupas compridas, como calças e blusas com mangas. Além disso, também é indicado evitar áreas onde há casos confirmados (se possível) e estar atento a possíveis focos de proliferação, como águas paradas.
Roitman destaca, ainda, que existem quatro tipos diferentes de dengue — portanto, a reinfecção é possível em até quatro vezes. "Não há imunidade cruzada entre os tipos de dengue e a chance de complicações é maior a cada infecção", ressalta.
É necessário buscar atendimento ao apresentar febre e dois ou mais dos seguintes sintomas compatíveis com dengue: dor atrás dos olhos, pequenas manchas vermelhas no corpo, dor nas articulações, dores musculares, dor de cabeça, náuseas e vômitos. O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece repelente de forma gratuita a pacientes quem obtém diagnóstico positivo através da rede pública. 

Onde há dengue em Porto Alegre

O distrito sanitário Leste concentra o maior número de notificações e confirmações: dos 619 casos suspeitos, 443 foram confirmados, todos autóctones. A região Centro-Sul está logo atrás, com 122 notificações e 85 casos confirmados e contraídos no local. O Partenon teve 123 suspeições, mas confirmou 64, dos quais 61 são autóctones.
Também são afetados os seguintes distritos sanitários:
  • Centro — 94 notificações, 38 confirmados e 34 autóctones;
  • Sul — 65 notificações e 28 confirmados autóctones;
  • Noroeste — 49 notificações, 23 confirmados e 20 autóctones;
  • Glória — 43 notificações e 17 confirmados autóctones;
  • Cruzeiro — 17 notificações e 6 confirmados autóctones;
  • Cristal — 22 notificações e 5 confirmados autóctones;
  • Eixo Baltazar — 21 notificações e 5 confirmados autóctones;
  • Extremo Sul — 11 notificações e 3 confirmados autóctones;
  • Humaitá Navegantes — 11 notificações e 2 confirmados autóctones;
  • Lomba do Pinheiro — 16 notificações e 5 confirmados autóctones;
  • Norte — 19 notificações, 1 confirmado e nenhum autóctone;
  • Nordeste — 14 notificações e 1 confirmado autóctone;
  • Restinga — 10 notificações e 1 confirmado autóctone;
  • Ilhas — uma notificação e nenhum caso confirmado.
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