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saúde

- Publicada em 17 de Março de 2022 às 10:37

Hospitais gaúchos ameaçam suspender atendimentos do IPE Saúde

Documento assinado por 40 hospitais cita rescisão contratual caso demandas não sejam atendidas

Documento assinado por 40 hospitais cita rescisão contratual caso demandas não sejam atendidas


IPERGS/ARQUIVO/JC
Fernanda Soprana
Cerca de um milhão de gaúchos e residentes do Rio Grande do Sul podem ficam sem atendimento por plano de saúde em 40 hospitais. Este é o número aproximado de usuários do IPE Saúde no Estado, que foi notificado na quarta-feira (16) sobre possível rescisão contratual e suspensão de atendimentos pelas principais instituições gaúchas que atendem pacientes pelo plano.
Cerca de um milhão de gaúchos e residentes do Rio Grande do Sul podem ficam sem atendimento por plano de saúde em 40 hospitais. Este é o número aproximado de usuários do IPE Saúde no Estado, que foi notificado na quarta-feira (16) sobre possível rescisão contratual e suspensão de atendimentos pelas principais instituições gaúchas que atendem pacientes pelo plano.
Em movimento liderado pelas federações dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (FEHOSUL) e das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS, as entidades decidiram notificar a autarquia estadual e o IPE Saúde após reunião presencial em Porto Alegre na terça (16). O documento, protocolado no IPE na manhã de quarta, inclui demandas e menciona a possibilidade de encerrar a prestação dos serviços hospitalares aos usuários da instituição caso não sejam cumpridas.
Em nota, a FEHOSUL cita "problemas históricos na gestão do IPE, agravados por constantes atrasos nos pagamentos, pela falta de reajustes e mais recentemente, pela imposição de uma Tabela Própria de Remuneração, sem o devido debate com os prestadores".
A Tabela Própria de Remuneração imposta no dia 2 de março pelo IPE Saúde é uma das principais queixas dos hospitais apontadas no documento protocolado, segundo a FEHOSUL. A federação relata que a imposição sobre a remuneração dos prestadores do IPE, "de forma unilateral e sem aviso prévio", representa um "impacto financeiro insustentável" aos hospitais.
Representantes e gestores dos 40 hospitais que assinam o documento ainda disseram que atrasos no pagamento de salários obrigaram os hospitais a "recorrerem a custosos empréstimos bancários para honrar os seus compromissos". A nota da FEHOSUL destaca "aumentos inflacionários que atingem todo o setor de saúde" como um problema grave desconsiderado pelo IPE nas negociações.
As entidades demandam:
  • A suspensão do Comunicado 004 (que impôs a tabela);
  • Instalação imediata de Câmara Técnica conjunta para viabilizar o pagamento de diárias e taxas;
  • Elaboração de um calendário de pagamentos referentes aos valores em atraso do IPE Saúde aos prestadores.
Caso a suspensão da tabela não seja cumprida, a FEHOSUL afirma que os 40 hospitais que assinam o documento devem encaminhar o aviso-prévio da rescisão contratual junto ao plano de saúde.
São eles:
  • Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo;
  • Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA);
  • Hospitais da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (nove hospitais: sete unidades em Porto Alegre, além de Gravataí e Santo Antônio da Patrulha);
  • Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre;
  • Hospitais do Sistema de Saúde Mãe de Deus (três unidades: hospitais em Porto Alegre, Tramandaí e Torres);
  • Hospitais da Rede de Saúde Divina Providência (cinco hospitais: em Estrela, Arroio do Meio, Progresso e duas unidades em Porto Alegre);
  • Hospital Ernesto Dornelles de Porto Alegre;
  • Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo de Santa Maria;
  • Hospitais do Tacchini Sistema de Saúde (Bento Gonçalves e Carlos Barbosa);
  • Hospitais do Instituto de Cardiologia (quatro hospitais: Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha e Alvorada);
  • Hospital São Lucas da PUCRS de Porto Alegre;
  • Hospital Santa Lúcia de Cruz Alta;
  • Hospital Virvi Ramos de Caxias do Sul;
  • Hospital de Caridade de Erechim;
  • Hospital Santa Bárbara de Encruzilhada do Sul;
  • Hospital Comunitário São Peregrino de Veranópolis;
  • Hospital de Caridade de Santiago;
  • Hospital São Sebastião Mártir de Venâncio Aires;
  • Hospital Pompéia de Caxias do Sul;
  • Hospital Bruno Born de Lajeado;
  • Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa;
  • Hospital Leonilda Brunet de Ilópolis;
  • Hospital Sapiranga de Sapiranga;
  • Hospital Beneficente Santa Terezinha de Encantado;
  • Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul;
  • Hospital de Clínicas de Passo Fundo;
  • Clínica São José de Porto Alegre.

IPE Saúde quer 'solução conjunta' com hospitais

Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), o IPE Saúde diz que "vem adotando medidas de reestruturação compatíveis à necessidade de sustentabilidade financeira que deve nortear toda boa gestão".
"A expectativa do IPE Saúde é que, em breve, seja construída uma solução conjunta em outras frentes que beneficie tanto os prestadores e traga maior segurança aos quase um milhão de usuários em todo o Estado", relata.
Com relação à tabela, a instituição explica que a elaboração se deu "a partir de critérios técnicos e transparentes", motivada por "ação do Ministério Público que apontou discrepâncias em relação aos preços pagos pelo IPE Saúde de determinados insumos", entre outros fatores não mencionados. O IPE não cita intenção de retificar o comunicado.
Segundo o IPE, estudos técnicos pautados na "transparência e diálogo" viabilizou "avanços importantes" também relacionados às federações, entre outras entidades. "Com efeito, por meio desse ambiente, tem sido viável convergir para elucidar a necessidade de esforços conjuntos visando ao reequilíbrio econômico-financeiro e melhoria assistencial", diz a nota.
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