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- Publicada em 17 de Junho de 2021 às 20:29

Melo reafirma compromisso de não assinar aumento da passagem para R$ 5,20 em Porto Alegre

Segundo Sebastião Melo, encontro ocorrerá neste sábado em visita do presidente ao Rio Grande do Sul

Segundo Sebastião Melo, encontro ocorrerá neste sábado em visita do presidente ao Rio Grande do Sul


Giulian Serafim/PMPA/Divulgação/JC
Diego Nuñez
A qualquer momento, a proposta de reajuste no preço da passagem de ônibus de Porto Alegre pode chegar à mesa do prefeito Sebastião Melo (MDB). Aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), a proposta prevê aumento de 14,3% no preço do bilhete, que pode passar de R$ 4,55 para R$ 5,20.
A qualquer momento, a proposta de reajuste no preço da passagem de ônibus de Porto Alegre pode chegar à mesa do prefeito Sebastião Melo (MDB). Aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu), a proposta prevê aumento de 14,3% no preço do bilhete, que pode passar de R$ 4,55 para R$ 5,20.
Melo foi veemente sobre a questão: não vai assinar um aumento deste porte para o transporte público da Capital. O prefeito não informou, contudo, qual será a decisão final sobre o novo preço da passagem.
Ao ser questionado em entrevista ao Jornal do Comércio, Melo disse que manterá a sua palavra, discorreu sobre diversas ideias alternativas para um sistema que considera falido e afirmou que pretende alterar a composição do Comtu, que, segundo ele, deve ser formado também por “aqueles que ajudam a pagar a conta, não só aqueles que têm isenções”.
Jornal do Comércio - Prefeito, após a aprovação da proposta pelo Comtu, o senhor reafirma o compromisso de não assinar um aumento da passagem para R$ 5,20?
Sebastião Melo - Já disse que uma passagem no valor de R$ 5,20 não vou assinar. E vou cumprir minha palavra. A política acaba no momento em que a palavra não é cumprida. Compete somente ao prefeito aumentar o preço da passagem. O conselho propõe e o prefeito pode acolher ou não. Quando a proposta chegar a mim, vou ver, estudar, analisar, distribuir para a minha assessoria jurídica e, a partir daí, tomar a decisão.
JC - Quando o senhor recebe a proposta do Comtu?
Melo - Não sei. Apenas tomei conhecimento do que foi aprovado. Agora, quando eles vão enviar a proposta... não posso interferir no conselho, não me compete, ainda mais quando  não concordo. E mais uma coisa: vou propor uma mudança significativa no Comtu. É necessário que participem da discussão. Tem que ter aqueles que ajudam a pagar a conta, não só aqueles que têm isenções. Precisa haver uma mudança profunda.
JC - Quais são as alternativas para não haver um aumento elevado no preço da passagem?
Melo - Existe um contrato assinado em 2015. Ano passado, o sistema todo levou mais de R$ 100 milhões (de recursos da prefeitura), envolvendo a Carris (défcit) e o sistema privado (repasse a empresas da Associação dos Transportadores de Passageiros). Neste ano, já estamos chegando na casa dos R$ 50 milhões. A prefeitura não tem recursos para suportar isso. Tratei desse tema na eleição e durante a transição. A primeira audiência após a posse foi para tratar do sistema de transporte. Não mandamos as matérias antes porque tínhamos uma prioridade clara que era a reforma da previdência. Acreditamos que, agora, com o amadurecimento do debate da previdência, podemos enviar as propostas. A (da privatização) da Carris já foi. Há um conjunto de projetos que estamos refinando para apresentar à Câmara. O Legislativo tem seu tempo e sua regra. Estamos reunindo secretários e setores e penso que o debate já está maduro. Primeiro, a prefeitura vai pedir uma auditoria para a cesta de insumos que compõe a passagem, isto é, os custos de operação e de insumos a partir do qual se gera o valor da passagem. Estamos conversando com Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) e vamos dar uma olhada para tomar as melhores decisões para a mobilidade urbana de Porto Alegre. Não estamos discutindo só o ônibus. O cidadão quer chegar, independentemente se de Uber, táxi, trem ou ônibus. O nosso caminho é o da negociação para repactuar o transporte público. Temos que ter a grandeza de admitir que o sistema faliu, botar a bola no centro do campo e ver o que podemos fazer.
JC - Quais são as propostas que o Paço pretende encaminhar ao Legislativo?
Melo - Por exemplo, temos os mesmos ônibus para operar em qualquer horário. E hoje há dados para dizer que em alguns horários não há necessidade de um ônibus com capacidade de carregar 80 passageiros. Então, deve-se permitir, na repactuação, botar carros menores para circular em determinados horários. Outra ideia é, em horários diferenciados, haver preços diferenciados. O passageiro que anda das 11h às 16h, paga o valor X. O passageiro que se locomover sem horários fixos pode ser atraído para aquele preço mais barato. Outra discussão é para integrar o sistema com cidades vizinhas. A sobreposição de linhas é muito ruim para o trânsito, para o meio ambiente. Com o sistema integrado, poderia se ter menos ônibus operando. Outra coisa é também fazer a integração com o sistema de lotações. Não tem porque ter um sistema que não integre modais. Agora, qualquer remédio vai ser amargo. Na questão (da retirada) dos cobradores, tem gente que é favorável e gente que não. Sobre as isenções, tem gente que acha correto e tem que acha que não. Também vou dialogar com o Eduardo (Leite, governador do Estado) sobre impostos da cadeia de transporte. O município já fez sua parte e retirou a tributação, mas os impostos ainda representam cerca de 15% do preço da passagem.
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