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Geral

- Publicada em 14 de Junho de 2021 às 16:36

'É a crise mais séria que já enfrentei', diz médica, sobre queda em doação de sangue

Eliete diz que os estoques, em queda, não dão conta do aumento da necessidade de sangue

Eliete diz que os estoques, em queda, não dão conta do aumento da necessidade de sangue


HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CANOAS/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
O sorteio de uma cesta de café da manhã para atrair doadores de sangue em um hospital do Rio Grande do Sul chamou a atenção na semana passada. A medida, que precisa ser cuidadosamente conduzida, pois o ato de doar deve ser voluntário e não estar condicionado a alguma forma de "pagamento", deu a dimensão do problema: queda em níveis nunca vistos em duas décadas nos serviçso de captação.
O sorteio de uma cesta de café da manhã para atrair doadores de sangue em um hospital do Rio Grande do Sul chamou a atenção na semana passada. A medida, que precisa ser cuidadosamente conduzida, pois o ato de doar deve ser voluntário e não estar condicionado a alguma forma de "pagamento", deu a dimensão do problema: queda em níveis nunca vistos em duas décadas nos serviçso de captação.
"É a crise mais séria que já enfrentei', diz a médica Eliete Pereira, que atua há 23 anos na área e é responsável pelo banco de sangue do Hospital Universitário (HU) de Canoas. Eliete e sua equipe tiveram a ideia de fazer o sorteio, que conseguiu atrair 49 voluntários no sábado (12), num dia que não tria captação. 
"A doação não pode ser remunerada, então qualquer incentivo tem de ser cuidadosamente pensado para que não se possa associar à remuneração", esclarece a médica, sobre a iniciativa, que, para a equipe, deu resposta acima do esperado. "Qualquer incentivo à doação tem de ter uma papel mais de agradecimento e reconhecimento do que valor financeiro."
Ao reabrir o banco nesta segunda-feira (14), o alívio veio em certa medida com doadores do grupo de sangue tipo O. "Já foi uma resposta, as pessoas sabem que precisamos", reage Eliete. O tipo O estava em falta, acendendo a luz vermelha para a gravidade do abastecimento. O HU abastecetambém o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), o Hospital Nossa Senhora das Graças e o Hospital da Aeronáutica de Canoas.  
Por isso qualquer icentivo a doação tem que ter uma papel mais de agradecimento e reconhecimento do que valor financeiro."
Os serviços de doação e processamento de homoderivados registram maior dificuldade de captação há duas semanas, diz a médica. Na pandemia, houve queda no fluxo de doadores, oscilando entre 20% e 40%, diz a médica. Nas últimas semanas, chega a mais de 60%. Enquanto isso, a demanda por transfusões cresceu 50% para atender pacientes graves internados. 
Para conseguir dar conta, Eliete diz que o agendamento de cirurgias e procedimentos ocorre à medida que o sangue vai entrando. Nas transfusões, são priorizadas as emergências.
"Vamos fazendo transfusão em pacientes eletivos (estáveis) à medida que o sangue vai sendo liberado. Certamente, isto está causando uma diminuição no número de procedimentos realizados", observa a responsável pelo banco de sangue do HU.
O impacto dos baixos estoques de sangue é tudo que os hospitais não gostariam neste momento. A pandemia represou milhares de procedimentos, que coemçaram a ser agendados com redução de níveis mais elevados de ocupação, pelo menos na Região Metropolitana. 
"O HU tem capacidade de fazer mais procedimentos, mas a diminuição nos estoques de sangue tem dificultado a realização de algumas cirurgias. Os pacientes têm de esperar até que se consiga reservar um número suficiente de bolsas para o procedimento com segurança", explica a médica.
A maior demanda está associada ao aumento da circulação de pessoas, o que gera mais acidentes e traumas e à persistência de um número alto de pacientes graves com Covid-19 nas UTIs", enumera a médica.
"Nunca tivemos sangue sobrando. O ideal recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de cerca de 3% da população adulta doando. Com o aumento da necessidade e queda das doações, os estoques não estão dando conta", resume Eliete.
Diante do alerta, os serviços têm conversado com o Hemocentro Estadual para sobre estratégias de enfrentamento dos baixos estoques. A ação mais imediata é reforçar campanhas de mídia. Mas Eleite admite que "momentos de dificuldades pontuais como o atual" é mais difícil de trabalhar.
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