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Geral

- Publicada em 25 de Maio de 2021 às 09:30

Hospitais do RS montam protocolos de atendimento para tratar a síndrome pós-Covid-19

Paciente faz ecocardiograma para investigar sintomas no HU da Furg

Paciente faz ecocardiograma para investigar sintomas no HU da Furg


ALAN BASTOS/divulgação/jc
Os hospitais brasileiros tiveram que se adaptar para conseguir atender os pacientes de Covid-19. Agora, quase um ano e meio depois do começo da pandemia, hospitais e centros médicos estão criando protocolos de atendimento para tratar a síndrome pós-Covid-19, condição cada vez mais comum entre pacientes que foram infectados pelo vírus. Com sintomas que afetam diferentes partes do organismo, a síndrome pós-Covid necessita de um acompanhamento multidisciplinar.
Os hospitais brasileiros tiveram que se adaptar para conseguir atender os pacientes de Covid-19. Agora, quase um ano e meio depois do começo da pandemia, hospitais e centros médicos estão criando protocolos de atendimento para tratar a síndrome pós-Covid-19, condição cada vez mais comum entre pacientes que foram infectados pelo vírus. Com sintomas que afetam diferentes partes do organismo, a síndrome pós-Covid necessita de um acompanhamento multidisciplinar.
Fadiga, comprometimento cognitivo e transtornos de humor foram os três principais sintomas que um estudo da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, que acompanhou 100 pacientes com síndrome pós-Covid, apontou. Segundo um dos coordenadores do estudo e diretor médico do programa de reabilitação da síndrome pós-Covid da Mayo Clinic, Greg Vanichkachorn, os pacientes nessa condição também experienciam fadiga, dificuldade para respirar e alguns problemas neurológicos, como a perda de memória.
Vanichkachorn explica que, sintomas como dificuldade para respirar, por exemplo, podem acontecer porque a Covid-19 é uma doença respiratória aguda. “Achamos que o sistema neurológico está sendo afetado por conta de uma mudança de circulação de sangue no cérebro e isso pode explicar, inclusive, a fadiga”, pontua. O especialista afirma que dores de cabeça, dores no braço e alteração no padrão de batimentos cardíacos também são resultado dos efeitos neurológicos da síndrome.
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HU Furg foi o primeiro hospital gaúcho a criar um ambulatório para atender pacientes recuperados da Covid-19, conta a superintendente Sandra Brandão. Foto: Alan Bastos/Divulgação/JC 
Alguns hospitais, como o Hospital Universitário da Universidade Federal de Rio Grande (HU Furg) perceberam essas características da síndrome ainda no ano passado. O HU Furg foi o primeiro hospital do Rio Grande do Sul a criar um ambulatório para atender pacientes recuperados da Covid-19. Desde outubro, o ambulatório já atendeu aproximadamente 400 pacientes. “Todo paciente que chega passa por uma triagem para saber quais são os sintomas e por quais especialistas ele precisa ser atendido”, explica a superintendente do HU, Sandra Brandão.
A médica responsável pelo ambulatório Doenças do Trabalho do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Dvora Joveleviths, dedicada ao atendimento de pacientes com síndrome pós-Covid, explica que é importante haver uma equipe multidisciplinar. “Raramente o paciente chega aqui com um sintoma só. A Covid-19 é uma doença multissistêmica, então o tratamento da pós-Covid também deve ser”, complementa. O ambulatório do HCPA abriu no início do mês de abril e conta com mais de 15 especialidades médicas.
“Essa não é uma condição que dê para tratar sem assistência médica. Então, se o paciente continuar com os sintomas da Covid-19 ou apresentar algum sintoma da síndrome por mais de três semanas, é importante que ele procure ajuda médica”, enfatiza Vanichkachorn.
O médico explica que é comum que pacientes precisem de fisioterapeuta e nutricionista para recuperar a força do corpo. “Um terço dos pacientes do estudo da Mayo Clinic não conseguia fazer atividades básicas com a síndrome pós-Covid, como se vestir ou tomar um banho”, afirma. Outra parte dos pacientes acompanhados demorou para voltar a trabalhar. “Notamos essa diminuição na qualidade de vida que, a longo prazo, pode apresentar efeitos não somente no sistema de saúde, mas na economia também.”
No ambulatório do HU da Furg, Sandra conta que já trocou de protocolos de atendimento algumas vezes. No começo, eles atendiam somente pacientes que tinham sido hospitalizados. Agora, atendem todos pacientes que foram infectados e apresentam os sintomas. “As coisas mudam muito e nós vamos adaptando o tratamento. Já estamos no terceiro protocolo, porque as necessidades desses pacientes foram mudando”, diz.
A superintendente conta, ainda, que a Secretaria Estadual de Saúde pediu uma reunião com os responsáveis pelo ambulatório para poder entender os protocolos. “Eles querem saber dessa experiência para poder replicar em outras cidades, para que todos tenham atendimento adequado.”
No HCPA, apesar de ainda pouca movimentação, Dvora conta que os pacientes do ambulatório têm dado um feedback positivo. “Eles parecem felizes de poder ter esse tratamento. Não faltam às consultas e nem aos atendimentos, temos um retorno muito bom.”
Vanichkahorn ressalta que, com acompanhamento médico, a síndrome é tratável. “Alguns pacientes ficam menos de seis meses em recuperação, outros ficam oito meses. Acho que os pacientes podem se recuperar da síndrome pós-Covid-19 em, no máximo, dez meses. Em breve teremos mais estudos e, quem sabe, poderemos oferecer um tratamento rápido para essa condição.”
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