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Geral

- Publicada em 23 de Março de 2021 às 18:36

Pais e professores de escolas infantis protestam contra suspensão de aulas em Porto Alegre

Grupo reivindica a classificação de essencialidade do serviço frente ao Estado e ao Município

Grupo reivindica a classificação de essencialidade do serviço frente ao Estado e ao Município


Renata Brião - Divulgação/JC
Adriana Lampert
Um grupo de pais e professores se reuniu na última nessa segunda-feira (22), em frente à Escola de Educação Infantil Serelepe, na Zona Sul de Porto Alegre, para protestar contra a suspensão das aulas presenciais no segmento, ocorrida no último dia 1° de março por decisão judicial.
Um grupo de pais e professores se reuniu na última nessa segunda-feira (22), em frente à Escola de Educação Infantil Serelepe, na Zona Sul de Porto Alegre, para protestar contra a suspensão das aulas presenciais no segmento, ocorrida no último dia 1° de março por decisão judicial.
Representando cerca de dez escolinhas de ensino para crianças de zero a seis anos, os manifestantes reivindicam a classificação de "essencialidade" perante o Estado e o município, tendo assim o direito de permanecer abertos mesmo no sistema de bandeira preta (considerado de altíssimo risco para a transmissão do novo coronavírus). 
"Esperamos que o governador Eduardo Leite sancione essa lei (PL 144/2020, que determina que as atividades destinadas ao ensino Infantil e Fundamental, além das atividades físicas, são essenciais no Rio Grande do Sul), para que não ocorram mais intervenções judiciais", comenta a diretora e proprietária da Escola Recriarte, Renata Fussieger Brião.
"Temos muitos alunos, que são filhos de profissionais de linha de frente, como técnicos de enfermagem, médicos, atendentes de supermercados e de farmácias, entre outros que nunca pararam de trabalhar e não têm onde deixar as crianças enquanto estão fora de casa", explica. "Isso nos torna essenciais."
"O serviço de Educação Infantil neste momento (de pandemia), com o Estado em bandeira preta, sai da condição de essencial para indispensável", opina a comerciante Tatiana Dias. "Todo o cuidado, zelo e a assistência que as crianças precisam merecia receber uma análise indiscriminada. Eu e meu marido somos obrigados a trabalhar presencialmente, e deixar nosso filho com minha mãe, que tem 74 anos e não tem a mínima possibilidade de acompanhar ele em nenhum momento." Afirmando não ter condições de fazer home office, Tatiana destaca que "a instabilidade emocional e psicológica [dos pais] é real". "Afora a necessidade do bem estar das crianças em geral, ainda tem casos de crianças que estão sendo abusadas, por ficarem nas mãos de terceiros e em locais sem a qualificação necessária", complementa a comerciante. 
Depois de três semanas com restrições mais severas para conter o avanço da pandemia no Rio Grande do Sul, os municípios gaúchos foram autorizados pelo Estado a retomar o sistema de cogestão regional a partir desta segunda-feira (22), mas as atividades não essenciais seguem suspensas até dia 4 de abril. No mapa da 46ª semana do Distanciamento Controlado, todas as 21 regiões do Estado seguem em bandeira preta por conta da alta pressão no sistema hospitalar gaúcho. Apesar disso, as regiões poderão adotar medidas mais flexíveis que a bandeira preta, mas não menos restritivas do que as de bandeira vermelha.
No caso da Educação, o governo do Estado manteve a permissão das aulas presenciais na Educação Infantil e 1º e 2º anos do Ensino Fundamental em bandeira preta, mas a medida segue suspensa por decisão judicial. Os proprietários de escolas de ensino infantil afirmam que antes do ocorrido os serviços estavam funcionando desde outubro de 2020, atendendo "muitos filhos de profissionais linha de frente, sem registros de casos de Covid-19 entre as crianças".
"Somos escolas pequenas, com poucos alunos, o que facilita o controle. Outro fator que é relevante é que com a suspensão da atividade presencial em março, as empresas estão muito prejudicadas e nossa situação (atual) é periclitante!", destaca a proprietária da escola Recriarte. "Muitos pais estão descumprindo contratos pois precisam pagar outra pessoa pra ficar com seus filhos, muitas vezes em lugares clandestinos, que não seguem nem um protocolo", ressalta Renata. "Nossas crianças estão à mercê da sorte e nossas funcionárias não sabem se vão ter salários em abril", finaliza.
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