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Geral

- Publicada em 20 de Março de 2021 às 08:20

Cirurgias suspensas por causa da Covid-19 podem sobrecarregar o sistema de saúde

Procedimentos de baixa e média complexidade estão suspensos na maioria dos hospitais gaúcho desde fevereiro

Procedimentos de baixa e média complexidade estão suspensos na maioria dos hospitais gaúcho desde fevereiro


ALEXANDRE BORGES/AGÊNCIA BRASÍLIA/JC
As cirurgias eletivas estão suspensas em grande parte dos hospitais gaúchos. Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) orientou que os hospitais interrompessem a realização desses procedimentos de baixa e média complexidade até 31 de março, tendo em vista que o aumento de casos de internação por Covid-19 exigia a concentração das equipes de trabalho e equipamentos. Médicos e gestores temem, porém, que esse prazo seja prolongado. A suspensão de cirurgias eletivas pode atrapalhar a demanda futura dos hospitais e aumentar as filas de espera.
As cirurgias eletivas estão suspensas em grande parte dos hospitais gaúchos. Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) orientou que os hospitais interrompessem a realização desses procedimentos de baixa e média complexidade até 31 de março, tendo em vista que o aumento de casos de internação por Covid-19 exigia a concentração das equipes de trabalho e equipamentos. Médicos e gestores temem, porém, que esse prazo seja prolongado. A suspensão de cirurgias eletivas pode atrapalhar a demanda futura dos hospitais e aumentar as filas de espera.
Com mais de 780 mil casos confirmados de Covid-19 no Estado, o diretor-técnico do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Francisco Paz, acha que é difícil avaliar até quando as cirurgias eletivas ficarão suspensas. O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Trindade, acha que o prazo será prorrogado. “Como a ocupação das UTIs não baixou ainda, não sei se até o final do mês vamos conseguir retomar.”
Segundo Paz, a ocupação de leitos de UTI é apenas um dos motivos para que as cirurgias eletivas sejam suspensas. “Isso acontece para evitar a aglomeração de pessoas no hospital, para proteger do contato com o vírus e, também, para dar uma folga no bloco cirúrgico e nas salas de UTI, permitindo que utilizemos esse espaço para atender as demandas de Covid”, explica. Essa medida também garante que os profissionais de saúde atendam às emergências e os casos de Covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 8,8 milhões de cirurgias eletivas foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019. Já no ano passado, o número caiu para 6 milhões. Os hospitais de Porto Alegre também apresentaram queda. O GHC, o Hospital Moinhos de Vento e o Hospital Divina Providência diminuíram em, respectivamente, 35%, 30% e 15% o número de procedimentos.
O MS define cirurgias eletivas como aquelas que podem ser adiadas porque a vida do paciente não corre risco naquele momento. Cirurgias oncológicas, cardiológicas e neurológicas estão, em sua grande maioria, sendo mantidas. Trindade concorda com a priorização de algumas cirurgias, mas entende os danos que essa suspensão pode causar para os pacientes. “Para uma paciente que deve fazer a retirada do útero, por algum motivo que não seja oncológico, é algo grave. Ou um pedreiro que não está conseguindo trabalhar por causa de uma hérnia, por exemplo, esperar pela remarcação da cirurgia pode atrapalhar ainda mais.”
“Agora, no primeiro mês, suspendemos 250 cirurgias que estavam programadas. Provavelmente vamos continuar suspendendo em torno de 300 cirurgias por mês para conseguir atender as demandas de Covid-19”, afirma Paz. Quando a situação normalizar e essas cirurgias passarem a ser remarcadas, o sistema de saúde, tanto público, quanto complementar, pode ficar sobrecarregado. “Já tem uma sobrecarga e uma fila enorme nas cirurgias de pequena e média complexidade normalmente. Agora vai aumentar ainda mais. As desmarcações estão acumulando”, alega Trindade.
No final do ano passado, o GHC fez alguns mutirões para conseguir fazer a fila andar mais rápido. “O mutirão é um esforço concentrado. As equipes de uma determinada especialidade tiravam um sábado para fazer cirurgias e agilizar a fila”, conta o diretor-técnico.
Além da sobrecarga do sistema de saúde - além de hospitais, UPA e pronto-atendimentos -, Trindade também teme pela agravação de alguns casos. “Por exemplo, no caso de um paciente que precisa tirar a vesícula e tem a cirurgia suspensa. Quando voltar, ele não vai conseguir uma priorização, ele irá para o fim da fila, mas estará sob o risco de ter uma pancreatite ou uma inflamação da vesícula e virar uma cirurgia de emergência.” A SES/RS ainda não divulgou informações sobre o prolongamento da orientação.
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