Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 09 de Março de 2021 às 16:34

Estudo da UFSC indica que vacina tríplice viral pode ser aliada para enfrentamento da Covid-19

Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola faz parte do calendário do SUS

Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola faz parte do calendário do SUS


Robson Da Silveira/PMPA/REPRODUÇÃO/JC
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, pode ajudar a reduzir as chances de desenvolver Covid-19 sintomática e grave. O estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indica uma redução de 54% em casos sintomáticos da doença entre os voluntários da pesquisa. A vacina estimula o sistema imunológico e a produção de anticorpos e pode ajudar na proteção enquanto a vacina específica para a Covid-19 não está disponível para toda a população.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, pode ajudar a reduzir as chances de desenvolver Covid-19 sintomática e grave. O estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) indica uma redução de 54% em casos sintomáticos da doença entre os voluntários da pesquisa. A vacina estimula o sistema imunológico e a produção de anticorpos e pode ajudar na proteção enquanto a vacina específica para a Covid-19 não está disponível para toda a população.
Segundo o coordenador do estudo, Edison Natal Fedrizzi, a tríplice viral protege contra doenças causadas por três vírus de RNA, assim como o novo coronavírus. O objetivo de utilizar a vacina nesse sentido é a estimulação da primeira fase da imunidade, conhecida como imunidade inata. “É a imunidade que o nosso organismo apresenta no primeiro contato a qualquer tipo de infecção. Seria uma barreira protetora a todas as infecções e que poderia ter a resposta em intensidade e tempo ampliada”, explica ele.
Fedrizzi acrescenta que a segunda fase do estímulo do nosso sistema de defesa é a produção de anticorpos. “As vacinas para Covid-19 disponíveis hoje no mercado têm sua eficácia baseada na produção de anticorpos”, aponta. De acordo com ele, o uso da tríplice viral, presente no Brasil há quase 70 anos, já foi verificado em outros estudos do tipo. “Esses artigos mostravam que crianças e adolescentes vacinados com a tríplice viral apresentavam menos infecções do trato respiratório e do trato gastrointestinal em geral.”
O estudo começou em junho de 2020 e foi feito com 430 profissionais da saúde voluntários, divididos em dois grupos: um que tomou a vacina tríplice viral e outro que tomou um placebo. Na metade de janeiro de 2021, a pesquisa conseguiu atingir o número de voluntários e o tempo de acompanhamento da doença suficientes para fazer uma análise estatística. No total, aproximadamente 24% dos voluntários do estudo tiveram Covid-19, totalizando 102 profissionais. “Os resultados mostram que houve uma redução de casos sintomáticos de Covid-19 em 54% e, o mais importante, uma redução de 74% de casos de internação hospitalar pela Covid-19”, aponta.
O pesquisador conta que a ideia do estudo era disponibilizar uma opção enquanto a vacina específica para a Covid-19 ainda não estivesse disponível para os grupos não prioritários. “A tríplice viral tem uma ação na nossa imunidade e pode ser um reforço, jamais uma substituição. Nosso alvo principal são adultos e jovens que não serão contemplados tão cedo.” Ele explica que a tentativa é válida porque além de ajudar com a Covid-19, as pessoas estarão vacinadas contra três doenças sérias, incluindo o sarampo, que retornou ao Brasil há pouco tempo e pode registrar um aumento de casos em 2021.
A orientação é que a pessoa que recebeu a vacina há menos de seis meses tome mais uma dose. Aqueles que receberam a vacina há mais de seis meses, o estudo sugere que tomem as duas doses da tríplice viral com intervalo de dois meses. Crianças dentro do calendário vacinal não precisam repetir. "Se vacinarmos com a tríplice viral todo mundo acima de 18 anos e todos acima de 15 que não fizeram reforço nos últimos cinco anos seria uma excelente estratégia", indica o pesquisador.
A tríplice viral faz parte do calendário vacinal do SUS. Nas clínicas particulares de Porto Alegre, o valor varia entre R$ 65,00 e R$ 150,00.
O estudo em breve será submetido à publicação em revista científica, quando poderá ser revisado por pares. A reportagem entrou em contato com imunologistas de hospitais referências da Capital que acharam prematuro comentar sobre a pesquisa agora.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO