No segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (24), cerca de 700 escolas do Rio Grande do Sul abriram as portas para receber mais de 245,8 mil estudantes e,
diferentemente da fase anterior, não houve registros de salas lotadas e estudantes barrados. Os números oficiais de inscritos que realizaram o teste, bem como de abstenções e o balanço da aplicação da provas serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no início da noite.
De acordo com o representante do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Júlio Câmara, o segundo dia de provas foi mais tranquilo no Estado, e os problemas de lotação não foram registrados desta vez. Os inscritos realizaram exames de matemática e de ciências da natureza neste domingo. "Parece que a coisa foi mais tranquila em relação aos problemas de lotação das salas. Eu diria no entanto, que hoje aumentou a abstenção também", comentou o diretor do DCE.
Segundo ele, o DCE seguirá exigindo que todos os estudantes que deixaram de fazer a prova, neste domingo ou na semana passada, por qualquer motivo, possam fazê-lo em fevereiro, nos dias 23 e 24, datas definidas pelo Inep para contemplar estudantes doentes ou que sofreram com problemas de logística.
Para Câmara, que defendia a suspensão do exame, a forma como foi organizado o Enem, em meio à pandemia, afeta a lisura do processo para os estudantes, que disputam vagas em universidades de todo o Brasil com as notas do mesmo exame nacional. "Essa edição do Enem vai se consolidando como a mais injusta da história. Vai marcar uma geração de desigualdade no ingresso ao Ensino Superior", comenta.
No primeiro dia de provas mais de 2,8 milhões dos 5,7 milhões de inscritos deixaram de comparecer ao exame, somando uma abstenção de 51,5%, a maior já registrada no Enem. Apesar disso, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o primeiro dia de provas havia sido "um sucesso".
Segundo o Inep, os protocolos de prevenção contra a Covid-19 para o Enem 2020 foram definidos com base nas principais diretrizes do Ministério da Saúde, e, entre as medidas implementadas estiveram a disponibilização de álcool em gel nas salas e a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção facial durante a prova. Os participantes que não utilizassem máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca ou se recusassem a respeitar os protocolos de prevenção contra o coronavírus, seriam eliminados do exame.
Quem não compareceu ao segundo dia de aplicação, em virtude da Covid-19 ou outra doença infectocontagiosa prevista no edital, teve até sábado (23) para solicitar a reaplicação das provas, que ocorrerá em 23 e 24 de fevereiro. Os inscritos que apresentarem sintomas na véspera ou no dia da prova poderão solicitar a reaplicação nos cinco dias em que o Inep receberá os pedidos, como previsto em edital. O sistema para recebimento da documentação estará aberto entre segunda (25) e sexta-feira (29).
Em todo o País, mais de 5,6 milhões de estudantes estavam aptos a realizar o Enem, sendo a maioria deles na faixa etária dos 21 e 30 anos. Além da aplicação do Enem impresso, o Inep promoverá nos dias 31 de janeiro e 07 de fevereiro, pela primeira vez, o Enem Digital.