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- Publicada em 23 de Setembro de 2020 às 11:54

Em novo protesto, entidades chamam volta às aulas no RS de 'crime'

Movimento defende a manutenção do ensino remoto durante a pandemia

Movimento defende a manutenção do ensino remoto durante a pandemia


LUIZA PRADO/JC
Juliano Tatsch
A manutenção, por parte do governo do Estado, do calendário de retorno às aulas presenciais no Rio Grande do Sul, a despeito da forte resistência dos prefeitos do Interior, da contrariedade do sindicato dos professores da rede estadual (Cpers), do sindicato dos professores da rede privada (Sinpro-RS), de organizações estudantis e de pais e mães de alunos, tem gerado forte reação por parte da comunidade escolar gaúcha. Na manhã desta quarta-feira, mais uma manifestação contrária ao retorno dos alunos às salas de aula foi realizada em frente ao Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre.
A manutenção, por parte do governo do Estado, do calendário de retorno às aulas presenciais no Rio Grande do Sul, a despeito da forte resistência dos prefeitos do Interior, da contrariedade do sindicato dos professores da rede estadual (Cpers), do sindicato dos professores da rede privada (Sinpro-RS), de organizações estudantis e de pais e mães de alunos, tem gerado forte reação por parte da comunidade escolar gaúcha. Na manhã desta quarta-feira, mais uma manifestação contrária ao retorno dos alunos às salas de aula foi realizada em frente ao Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Organizado pela Frente Gaúcha de Juventudes em Defesa da Educação, que reúne diversas entidades e associações, o protesto, que tem como lema “Volta às aulas é crime", também contará com um ato virtual, às 19h, no Facebook.
O calendário de retorno dos estudantes às escolas divulgado pelo governador Eduardo Leite definiu cinco datas para um retorno gradual e escalonado das atividades em sala de aula. Quatro níveis de ensino já estão autorizados a retomarem as aulas presenciais – Educação Infantil (desde o dia 8 de setembro) e Ensinos Superior, Médio e Técnico (desde o dia 21 de setembro). O próximo grupo a ser autorizado são as escolas da rede pública estadual, que, conforme o governo, irão voltar a partir do dia 13 de outubro.
O Cpers-Sindicato encabeça a mobilização contrária ao retorno. Nesta terça-feira (22), a entidade divulgou os dados consolidados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da última etapa da pesquisa Educação e Pandemia no RS, realizada por meio de uma consulta à comunidade escolar.
Conforme o levantamento, 98% dos professores estão trabalhando mais do que prevê o contrato de trabalho durante a pandemia sem receber adicional salarial. O estudo também mostra que 40% dos que responderam o questionário não possuem acesso à Internet com a velocidade e estabilidade adequadas para realizar o trabalho a distância.
A pesquisa contou com 3,9 mil respondentes e 2.131 questionários considerados válidos (com CPF e preenchidos até o final) contemplando 872 escolas de 282 municípios.
Entre as dificuldades comentadas pelos educadores para o ensino no período de pandemia estão a falta de envolvimento/retorno dos alunos (78,8%), a necessidade de responder mães, pais e estudantes fora do horário de trabalho (75,8%), falta de estrutura e equipamentos (52,4%) e falta de orientação e instrução da mantenedora (51,3%).
Para o Cpers, os dados “atestam o compromisso da categoria com a educação, e evidenciam o descaso do Estado, sua falta de organização e sua inépcia em fornecer condições de trabalho adequadas ao período, além da franca violação dos contratos e a superexploração dos profissionais”.
O sindicato salienta que o fato de os professores estarem trabalhando mais e em condições precárias contrapõe o discurso de quem diz que os educadores não querem voltar às salas de aula para não trabalhar. “Apesar da exclusão, apesar do cansaço, da ansiedade, do estresse, apesar do descaso do Estado, dos salários atrasados, do desrespeito e da falta de reconhecimento, nós preferimos viver. A educação escolhe a vida”, afirma a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) também é contra o retorno imediato das aulas presenciais. Conforme a professora Cecília Farias, diretora do Sinpro, ainda é muito cedo para que os cuidados sejam relaxados. “O sindicato considera prematura a volta às aulas. Estamos ainda em um momento que, se não formos cuidadosos, colocaremos a população em risco de morte. O retorno deverá acontecer assim que o contágio e mortes diminuírem e que houver a consolidação dos COEs (Centro de Operações de Emergências) locais e municipais", afirma.
Apesar de ter indícios de uma estabilização, a pandemia continua fazendo muitas vítimas no Rio Grande do Sul, o que mostra que o Estado ainda não está em um momento de queda consolidada das curvas de contágio e óbitos.
Nos últimos dez dias, o Estado registrou um total de 433 mortes causadas pelo novo coronavírus – uma média de mais de 43 óbitos por dia. Em relação aos novos confirmados, foram 21.221 novas confirmações de contágio – mais de 2,1 mil por dia. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem 177.485 casos confirmados e 4.472 vítimas fatais.

CALENDÁRIO DO GOVERNO DO ESTADO - Como será a volta às aulas

  • Educação Infantil: 8 de setembro
  • Ensino Superior, Ensino Médio e Ensino Técnico: 21 de setembro
  • Ensino Fundamental - anos finais: 28 de outubro
  • Ensino Fundamental - Anos Iniciais: 12 de novembro
  • Escolas da Rede Estadual: 13 de outubro
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