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RESPONSABILIDADE SOCIAL

- Publicada em 10 de Agosto de 2015 às 00:00

Afro-sul Odomodê busca fundos para reconstruir sede


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
O Afro-sul Odomodê, um dos centros culturais mais importantes de Porto Alegre, precisa de ajuda para reconstruir a sua sede. A instituição, que há quatro décadas se dedica à valorização da cultura afro-brasileira, sofreu com as chuvas torrenciais que caíram na cidade no dia 19 de julho. Naquela noite, a batucada dos tambores deu lugar às trovoadas e ao barulho dos estragos: telhas voaram, o piso de madeira foi danificado com o alagamento e ainda ocorreu um curto circuito no prédio.
O Afro-sul Odomodê, um dos centros culturais mais importantes de Porto Alegre, precisa de ajuda para reconstruir a sua sede. A instituição, que há quatro décadas se dedica à valorização da cultura afro-brasileira, sofreu com as chuvas torrenciais que caíram na cidade no dia 19 de julho. Naquela noite, a batucada dos tambores deu lugar às trovoadas e ao barulho dos estragos: telhas voaram, o piso de madeira foi danificado com o alagamento e ainda ocorreu um curto circuito no prédio.
Figurinos do grupo de dança e equipamentos de áudio também foram prejudicados. “Foi logo depois de uma festa. Nosso consolo é que as pessoas tinham saído há cinco minutos”, desabafa Iara Deodoro, coordenadora e uma das fundadoras do Odomodê. Agora, a instituição conta com o auxílio da comunidade para reparar os danos mais urgentes em uma campanha do site de financiamento coletivo Catarse.
Foi em 1974 que o sonho começou a se tornar real, quando jovens negros instrumentistas criaram o grupo musical Afro-sul, que também incorporou a dança nas suas atividades. Com o tempo, os integrantes viram na iniciativa a possibilidade de dar visibilidade à cultura negra em Porto Alegre e assumiram a direção de uma escola de samba focada em história e arte afro. “É muito difícil essa luta, porque, aqui no Sul, a cultura negra não é divulgada. Muitos acham que no Rio Grande do Sul nem existem negros”, lamenta a coordenadora.
Os músicos persistiram na busca pela visibilidade, e a quadra da escola deu lugar a um centro cultural de ação social que eles nomearam de Odomodê, palavra que significa “jovem” no idioma iorubá. “Inicialmente, começamos pensando na valorização da arte, mas sempre incluindo as crianças nas atividades. Muitas sofriam discriminação racial na escola”, relembra Iara.
Desde então, o Odomodê oferece oficinas de percussão, música, dança e capoeira para crianças e jovens no turno inverso das aulas, promovendo a questão social por meio da cultura. O objetivo é tirar os meninos e meninas da rua, incentivando o desenvolvimento artístico. Nas tardes de domingo, a organização recebe a comunidade para apresentações musicais, rodas de samba, batucadas coletivas e saraus. No grupo de estudos de percussão, as crianças e os adolescentes aprendem sobre instrumentos como o sopapo, espécie de tambor criado por negros gaúchos na época da escravidão.
É na batida do sopapo e nos passos de dança dos inúmeros ritmos criados pela população negra, como samba, rock, jazz, salsa e funk, que ocorre a transformação. Iara orgulha-se dos resultados do trabalho ao longo do tempo, voltado a integrar também as famílias e as escolas dos jovens. Hoje, depois de alguns anos, algumas das crianças formadas nas oficinas do Odomodê se tornaram administradoras da instituição. “Outras conquistaram vagas em universidades, algo inimaginável antigamente”, acredita Iara.

Como ajudar na reconstrução

O Afro-sul Odomodê se mantém com o dinheiro arrecadado em festas e pelo aluguel do salão, além do reconhecimento como Ponto de Cultura do Ministério da Cultura (Minc). Os recursos ajudam na manutenção da sede e no pagamento dos oficineiros. Para reconstruir os danos causados pelas chuvas que caíram no Estado no mês de julho, a associação criou uma campanha de financiamento coletivo.
O objetivo é arrecadar R$ 12.424,00 no site de crowdfunding Catarse até a próxima segunda-feira, dia 17. Até o fechamento desta reportagem, o valor estava próximo deR$ 5 mil. Na plataforma, é possível acessar a campanha da organização (https://www.catarse.me/pt/reconstrucao_afrosulodomode) e fazer contribuições a partir de R$ 20,00. A verba será destinada para a reconstrução do piso e do telhado, além da revisão da parte elétrica. Caso a meta não seja atingida, porém, o site devolve todo o dinheiro aos colaboradores. “São 41 anos de luta, é um trabalho de toda uma vida, por isso é importante que a gente atinja a meta”, destaca a coordenadora, Iara Deodoro.
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