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SAÚDE

- Publicada em 28 de Julho de 2015 às 00:00

Porto Alegre quer 100% de cura de hepatite C


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Na tarde de ontem, a prefeitura de Porto Alegre inaugurou, ao lado do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, na rua Garibaldi, 1.036, a nova sede do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Hepatites. A casa passou por reforma completa para abrigar quatro consultórios, duas salas de medicação e dependências administrativas, que agora recebem pacientes os quais antes eram atendidos dentro do hospital. Com a chegada, a partir de agosto, de novos medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS), a prefeitura pretende elevar o potencial de cura da doença de 40% para algo entre 90% e 100%.
Na tarde de ontem, a prefeitura de Porto Alegre inaugurou, ao lado do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, na rua Garibaldi, 1.036, a nova sede do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Hepatites. A casa passou por reforma completa para abrigar quatro consultórios, duas salas de medicação e dependências administrativas, que agora recebem pacientes os quais antes eram atendidos dentro do hospital. Com a chegada, a partir de agosto, de novos medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS), a prefeitura pretende elevar o potencial de cura da doença de 40% para algo entre 90% e 100%.
Aguardada há um bom tempo, a nova terapia, que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento dos pacientes com hepatite C, estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. O novo medicamento deve beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses em todo o País. Com as novas drogas, o tratamento, que atualmente dura um ano, será reduzido a três meses e realizado totalmente via oral. O MS investirá R$ 500 milhões na compra dos medicamentos.
O SAE, criado em 2012, eliminou a fila de espera por tratamento, que costumava ser de quatro anos. De acordo com o gastroenterologista e hepatologista Eduardo Emerim, coordenador do serviço, a aplicação do teste rápido possibilita o diagnóstico e encaminhamento do paciente ao serviço especializado em pouco tempo. O SAE conta com toda a estrutura do Presidente Vargas para a realização de exames de sangue, endoscopias, ecografias e tomografias. "Como se trata de uma doença silenciosa, que pode matar, é indispensável que o paciente seja atendido o mais rápido possível. Além de complicações no fígado, o vírus pode afetar outros órgãos e sistemas", comentou Emerim. Infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, artrite, doenças da tireoide e complicações pulmonares são algumas enfermidades citadas pelo médico.
A paciente Angela Grezechoezinski, que já está na 41ª semana de tratamento, destaca a efetividade da sede. "Aqui, o atendimento é dedicado a isso. Fiz o tratamento em outro lugar antes, não deu resultado e tive de recomeçar. Foi difícil, mas agora estou bem", relatou. Cerca de R$ 2,5 milhões foram investidos na infraestrutura do local, que terá disponível 13 profissionais com curso superior, entre médicos, enfermeiros e psicólogos, além de técnicos de enfermagem e servidores administrativos.
Hoje, celebra-se o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Das 9h às 18h, no largo Glênio Peres, a prefeitura irá disponibilizar testes rápidos e gratuitos de hepatites, HIV e sífilis, além de vacinação contra hepatite B, distribuição de preservativos e orientações à população.

Porto Alegre é a capital com o maior número de casos da doença no Brasil

Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 2 milhões de pessoas sejam portadoras do vírus do tipo C. De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite C é responsável por 70% das hepatites crônicas e por 40% dos casos de cirrose. É a principal causa de transplante hepático no mundo e, até pouco tempo, somente 50% dos casos eram curados. Na Capital, foram 1.949 novas ocorrências somente no ano passado - são realizadas, em média, 150 novas consultas por mês. Porto Alegre é a capital com maior ocorrência de casos de hepatite C - 34,3 para cada 100 mil habitantes. Em média, são mil novos pacientes portadores do tipo C e 300 do tipo B todos os anos. Para o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, o alto índice ocorre porque, em Porto Alegre, existe uma grande preocupação em verificar e identificar o problema. "Somos pró-ativos. Geralmente, as pessoas identificam o problema quando vão doar sangue ou fazem exames de rotina. Aqui, estimulamos o teste rápido, o cuidado com a saúde da mulher, medidas que facilitam a detecção da doença", esclareceu Ritter.
As hepatites virais se diferem entre os tipos A, B e C. A hepatite tipo A está relacionada às condições sanitárias. Para evitá-la, é necessário manter mãos e alimentos limpos, cuidados de higiene e água tratada. Em 99% dos casos as pessoas melhoram espontaneamente. A vacinação está disponível a partir dos 12 meses de idade. Já a hepatite B é transmitida via contato sexual desprotegido, portanto, recomenda-se o uso de preservativos. Para o tipo B, também há vacinação, em três doses, para qualquer faixa etária. Quanto ao tipo C, o mais frequente e considerado pior, uma vez que, de cada 10 pessoas que contraem o vírus, 80% desenvolvem hepatite C crônica, a transmissão se dá via sangue contaminado. Para se prevenir, além da proteção durante a relação sexual, é preciso evitar o compartilhamento de materiais perfurantes que não estejam esterilizados, como seringas, agulhas e objetos utilizados em salões de beleza por manicures e pedicures. A transmissão vertical, da mãe para o bebê, é rara e ocorre no momento do parto.
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