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BIBLIOTECAS

- Publicada em 17 de Janeiro de 2014 às 00:00

Ufrgs deposita livros danificados em contêiner


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Agora, é só esperar. O acervo da Biblioteca Setorial das Ciências Sociais e Humanidades (BSCSH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que foi afetado por uma inundação durante o feriado do Réveillon, foi colocado em um contêiner refrigerado, a fim de evitar sua contaminação por fungos. A unidade encontra-se no Campus do Vale, no bairro Agronomia.
Agora, é só esperar. O acervo da Biblioteca Setorial das Ciências Sociais e Humanidades (BSCSH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que foi afetado por uma inundação durante o feriado do Réveillon, foi colocado em um contêiner refrigerado, a fim de evitar sua contaminação por fungos. A unidade encontra-se no Campus do Vale, no bairro Agronomia.
Uma força-tarefa composta por funcionários e bolsistas da instituição depositou no local, de 55 metros cúbicos, nesta quinta-feira, os cerca de oito mil livros mais danificados. “As obras devem ficar lá durante 15 dias e, depois, serão tiradas aos poucos”, explica a especialista em Conservação de Obras em Papel da Ufrgs, Lorete Mattos. Os últimos a serem removidos serão os que estavam com fungo, aproximadamente 500, pelos cálculos de Lorete. “Quando o fungo encontra as condições adequadas para se desenvolver, ele prolifera. Então, como a biblioteca estava úmida e quente, já que estamos no verão, a contaminação é muito rápida. Tivemos um desempenho muito eficiente na luta contra os fungos e provavelmente teremos um número mínimo de perdas de volumes”, pondera.
A quantidade de baixas, entretanto, ainda é difícil de precisar, segundo a especialista. “O papel couché, por exemplo, reage muito mal à água. O máximo de perdas será o número de livros que estão com fungo, ou seja, uns 500”, calcula. No total, 18 mil livros foram afetados de alguma forma pelo alagamento. A BSCSH já havia passado por enfrentamento ao fungo nas obras após um incêndio, há cerca de dez anos, quando o Corpo de Bombeiros combateu o fogo com jatos d’água e molhou parte do acervo. A técnica de congelar os volumes, contudo, não foi utilizada na época. “Acho que nunca adotaram esse sistema aqui no Estado, ou mesmo no Brasil, mas o congelamento é bem comum no exterior”, afirma Lorete. O contêiner manterá as publicações em uma temperatura de 25 graus negativos. O valor do aluguel do reservatório é de R$ 3 mil por mês.
A BSCSH foi acometida pelo rompimento de um cano no prédio onde fica. Os funcionários, voltando do feriado de Ano-Novo, encontraram a infiltração sobre parte das estantes no piso térreo e na sala de estudos. O incidente provocou o alagamento da biblioteca, que guarda um acervo de quase 200 mil volumes, sendo 180 mil somente de livros. A área mais afetada foi a restrita, em que são guardadas obras raras, principalmente de literatura gaúcha, coleção de Filosofia e títulos de pesquisa de pós-graduação. Os volumes foram separados pelos funcionários em cadeiras, mesas e varais estendidos no local, para reduzir o prejuízo.
Conforme o superintendente de Infraestrutura da instituição, Edy Isaías Júnior, o incidente ocorreu em função do rompimento de uma tubulação que alimenta um bebedouro, localizado do andar superior à biblioteca. Durante feriados, os profissionais que fazem a segurança do Campus do Vale não têm acesso ao interior das unidades e, por isso, ninguém viu a água jorrar. “A água desceu pelas lajes e inundou a parte de baixo, em que está a biblioteca. Foi uma fatalidade”, diz.
Em toda a Ufrgs, há mais de 300 mil metros quadrados de área construída. A manutenção desses prédios é realizada por meio de três prefeituras, cada uma com aproximadamente 400 funcionários. “Atendemos a 23 mil ordens de serviço para manutenções pequenas só no ano passado, sendo de 10% a 15% referente à hidráulica. Por isso, nunca nos atentamos ao risco de haver um bebedouro lá”, esclarece o superintendente.
A instituição está retirando, como medida preventiva, todos os bebedouros remanescentes em locais com grande concentração de papel. “Nesse tipo de unidade, não costuma ter hidráulica, mas vamos remover o que tiver restado”, garante. Ficarão somente os bebedouros que auxiliarem na questão da acessibilidade.
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