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SAÚDE

- Publicada em 26 de Abril de 2013 às 00:00

Médicos cobram reajuste de honorários pagos pelo IPE


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
As três principais entidades médicas do Rio Grande de do Sul uniram forças nesta quinta-feira e alertaram para os valores pagos por parte dos planos de saúde aos profissionais pela realização de consultas e procedimentos. O foco da crítica ficou sobre o Instituto de Previdência do Estado (IPE). Conforme o Sindicato Médico (Simers), a Associação Médica (Amrigs) e o Conselho Regional de Medicina (Cremers), o plano de saúde do instituto é o que pior remunera seus médicos credenciados no Estado.
As três principais entidades médicas do Rio Grande de do Sul uniram forças nesta quinta-feira e alertaram para os valores pagos por parte dos planos de saúde aos profissionais pela realização de consultas e procedimentos. O foco da crítica ficou sobre o Instituto de Previdência do Estado (IPE). Conforme o Sindicato Médico (Simers), a Associação Médica (Amrigs) e o Conselho Regional de Medicina (Cremers), o plano de saúde do instituto é o que pior remunera seus médicos credenciados no Estado.
As entidades afirmam que desde outubro do ano passado o IPE rompeu as negociações com a Comissão Estadual de Honorários Médicos. “O IPE não está negociando com os médicos e é, hoje, o plano que pior remunera. Além de pagar mal os profissionais, não está disposto ao diálogo”, afirma o diretor do Simers Jorge Eltz.
Conforme dados compilados pelo sindicato, o instituto estadual paga R$ 47,00 por consulta aos médicos, sendo o único plano que paga abaixo de R$ 50,00 no Rio Grande do Sul. Além disso, o IPE não adotou a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que indica valores a serem cobrados por procedimentos realizados. Os médicos reivindicam que sejam pagos R$ 80,00 por consulta. No Estado, somente o plano Saúde Caixa-Interior pratica a quantia.
Segundo o diretor-financeiro da Amrigs, Alfredo Cantalice, desde 2011 o instituto estadual não reajusta os valores pagos aos médicos. O segundo secretário do Cremers, Isaias Levy, enfatiza que o que está em jogo não são somente os valores. “É a valorização do trabalho médico que está aviltada. O IPE é o que menos valoriza o trabalho médico”, afirma. De acordo com ele, a categoria busca resolver a questão na mesa de debate e não quer recorrer a paralizações dos atendimentos. “Não queremos confronto. Não é um movimento contra os beneficiários, é a favor deles. Não somos irresponsáveis a ponto de dizer que o IPE será paralisado, queremos alertar para a situação”, destaca. Uma paralisação dos atendimentos pelo plano do instituto causaria um grande impacto no setor, visto que o número de beneficiários ultrapassa 1,1 milhão de pessoas.
O valor pago por procedimentos médicos realizados pelo IPE também é considerado absurdo por parte da categoria. Se comparado com o indicado pela CBHPM, a defasagem na quantia paga chega a 65,9% no caso de uma mastectomia simples (de R$ 689,55 para R$ 235,22) e de 57,6% em um transplante cardíaco (R$ 2.774,02 para R$ 1.176,34).
Ainda segundo as entidades, informações extraoficiais dão conta de que o plano de saúde do instituto passa por dificuldades financeiras e, a partir de outubro, o quadro poderá se intensificar. “Existem rumores de que, lá por outubro, não se terá mais dinheiro para manter o plano”, ressalta Levy. “O orçamento de 2013 vai até outubro. A informação que nos foi trazida é de que terá de ser feita uma suplementação orçamentária para fechar o ano”, complementa Eltz.

Reconstrução imediata de mama pelo SUS é obrigatória

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira a Lei nº 12.802, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar cirurgia plástica reparadora em mulheres que retiraram a mama devido ao câncer. O SUS já era obrigado a fazer a cirurgia de reconstrução de mama nos casos de mutilação decorrente de tratamento contra o câncer, mas não necessariamente no mesmo momento do procedimento cirúrgico da retirada.
Dessa forma, a plástica da mama poderia ser adiada sucessivas vezes. Agora, a nova lei exige que ambas as cirurgias - retirada e reconstrução - sejam realizadas em um só procedimento. Se as condições da paciente não forem favoráveis à realização da operação, a lei determina que a cirurgia plástica seja realizada assim que a mulher estiver em condições de fazê-la.

Direção do instituto afirma que negociações estão sempre abertas

A direção do Instituto de Previdência do Estado encarou com naturalidade a manifestação das entidades médicas. Conforme o diretor-presidente do órgão, as negociações com a categoria não foram rompidas por iniciativa do instituto. “Mantemos o canal de diálogo permanentemente aberto. Temos, inclusive, uma reunião marcada para a próxima segunda e vamos manter”, diz Valter Morigi.
No que diz respeito aos valores pagos aos médicos, Morigi afirma que os praticados pelas outras operadoras superaram os pagos pelo IPE na última negociação e que a quantia atual já é praticada pelo instituto há um ano e meio. “Mesmo assim, com os reajustes, os valores dos outros planos giram em torno de R$ 59,00. Nós vamos trabalhar em uma avaliação dos nossos valores.”
Em relação a supostas dificuldades financeiras, Morigi afirma que a prática de se buscar suplementação orçamentária é comum no serviço público e garante que não há risco de o serviço ser prejudicado. “Nossos beneficiários podem ficar tranquilos, não há risco de o serviço ter problemas por causa de dificuldades financeiras.”
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