O câncer de boca já ocupa o sétimo lugar no País em número de casos diagnosticados. No Rio Grande do Sul, a doença alcança a quinta posição entre os tipos de câncer de maior incidência. A estatística assustadora é também desconhecida da maioria da população brasileira. Uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que 14.120 novos casos serão diagnosticados em 2010.
Para conscientizar a população gaúcha, diversas atividades serão realizadas hoje, Dia Estadual de Combate ao Câncer Bucal. Na Estação Rodoviária de Porto Alegre, ocorrerá uma blitz odontológica nos terminais de embarque e desembarque. A ação será realizada das 10h às 12h.
O secretário do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul (CRO/RS), Flávio Borella, salienta que uma unidade móvel estará no local para quem quiser fazer o exame. Já quem optar pelo autoexame da boca em casa receberá um manual com dicas de como deve proceder. "Queremos chamar a atenção da sociedade gaúcha para a doença, que pode ter cura, desde que diagnosticada precocemente e tratada com o cuidado que merece", destaca. A programação é promovida pelo Comitê das Entidades de Classe da Odontologia (Ceco) e conta com o apoio do CRO/RS.
Também será realizada uma capacitação de profissionais da área da saúde para a detecção do câncer de boca e estímulo ao autoexame. O encontro acontece hoje, no auditório do Centro Administrativo do Estado, das 13h30min às 17h.
Segundo Borella, o cigarro, o consumo de bebidas alcoólicas e a exposição dos lábios ao sol sem proteção são os principais fatores de risco. "O câncer de boca é mais frequente em homens do que em mulheres. A doença atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade", acrescenta.
De acordo com o dirigente do CRO/RS, uma das razões pelas quais o prognóstico é tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não são reconhecidos pelos pacientes, que simplesmente ignoram os sinais de que existe algo de errado.
Borella ressalta que é muito importante observar mudanças na coloração da pele e da mucosa bucal, feridas que não cicatrizam, aftas prolongadas ou inchaços, caroços ou ínguas no pescoço. "Ao suspeitar de alguma lesão, a pessoa deve procurar atendimento de um dentista o mais rápido possível", comenta. Caso não seja detectado de maneira precoce, o câncer de boca pode exigir tratamentos que vão da cirurgia a radioterapia ou quimioterapia.