O ano de 2024 ficou marcado na história do povo gaúcho após as enchentes que atingiram o Estado em maio. Como consequência do momento atípico, pela primeira vez, o caderno do GeraçãoE não circulou naquela segunda semana de maio, quando todos os esforços foram voltados à cobertura da tragédia.
As semanas seguintes de trabalho foram dedicadas a prestar serviço, acompanhar e fortalecer o empreendedorismo local. A ideia era dar visibilidade para aqueles que buscavam se reerguer e para os estabelecimentos que ofereciam suas estruturas para ajudar quem mais precisava na época.
Entre os tantos locais visitados, um dos mais marcantes foi o Instituto Caldeira. O grande prédio, localizado no 4º Distrito, residência de ideias, projetos e sonhos, foi tomado por água e pela lama, totalizando um prejuízo de R$ 18 milhões.
Durante mais de um mês, o local permaneceu de portas fechadas e, quando o GeraçãoE foi visitar o hub, a ideia de um espaço voltado à tecnologia e à inovação parecia muito distante diante do cenário de destruição. Hoje, mais de um ano após a tragédia, o Caldeira não só se reergueu, como avançou em comparação ao momento anterior às enchentes.
“É um ponto de inflexão na história do Caldeira e, eventualmente, da própria cidade e do Estado. Como é que a gente poderia não só resistir ao impacto das enchentes, mas fazer disso um momento de transformação? Foi isso que optamos por fazer, entendendo o engajamento que tínhamos com as empresas, com as instituições”, afirma Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira, informando que atualmente são mais de 525 empresas associadas ao instituto, além de 130 escritórios.
O diretor ressalta que o comportamento adotado foi o de transformar o problema em oportunidade. Isso incluiu a busca por soluções para o desenvolvimento urbano, com um olhar focado em tecnologia e inovação como elementos decisivos para o futuro do Estado. “Tivemos que fazer do limão uma limonada. Olhar para esse problema da enchente, dos alargamentos, da questão hídrica, e, de certa maneira, dizer ‘não podemos aceitar que a história se repita’”, afirma.
Com investimento de R$ 120 milhões, o Instituto Caldeira se prepara para ocupar a antiga Fábrica Guahyba, adicionando mais 33 mil m² ao instituto. “Temos empresas de pequeno, médio e grande porte que se instalarão, já no ano que vem, nesse espaço. A gente tem usado essa nova estrutura como uma área incrível para eventos. Inclusive, em setembro realizaremos a quarta edição da Semana Caldeira”, comenta Pedro.
O diretor ainda destaca o programa de educação desenvolvido pelo instituto. O Geração Caldeira, voltado para jovens entre 16 e 24 anos, teve um boom de inscritos em sua última edição. “O programa alcançou um número absurdo, com mais de 18 mil participantes de todo o Brasil”, relata. Só em São Paulo, o Geração Caldeira recebeu mais de 1 mil inscrições, além de jovens de Alagoas, Manaus e Paraíba.
Olhando para os números positivos, Pedro destaca a importância do GeraçãoE como um fator decisivo para o crescimento e para o sucesso do Caldeira. “O instituto é fruto de um grande momento que o Rio Grande do Sul vem vivendo em muitos aspectos, além de uma alta capacidade de colaboração. Nesse sentido, o papel do GeraçãoE, do Jornal do Comércio, em promover, incentivar, dar visibilidade a essas iniciativas, é decisivo. Diria que o Caldeira não teria chegado aonde chegou sem esse tipo de apoio, sem esse tipo de compromisso”, reflete.

