O espaço é pensado para acolher famílias com filhos e conta com brinquedos e pula-pula

Em frente ao calçadão de Ipanema, carrinho de pipoca conquista clientela na Zona Sul


O espaço é pensado para acolher famílias com filhos e conta com brinquedos e pula-pula

Após anos sonhando em ter o próprio negócio, o casal Alessandra Goulart e Gerson Garcia apostou tudo de uma só vez. Em 2017, ambos se demitiram dos seus trabalhos e investiram R$ 2 mil em insumos e um carrinho de pipoca. Hoje, a dupla está à frente da Pipoca de Ipanema Gourmet, operação à céu aberto que gera filas de espera em frente ao calçadão de Ipanema, na zona sul de Porto Alegre.
Após anos sonhando em ter o próprio negócio, o casal Alessandra Goulart e Gerson Garcia apostou tudo de uma só vez. Em 2017, ambos se demitiram dos seus trabalhos e investiram R$ 2 mil em insumos e um carrinho de pipoca. Hoje, a dupla está à frente da Pipoca de Ipanema Gourmet, operação à céu aberto que gera filas de espera em frente ao calçadão de Ipanema, na zona sul de Porto Alegre.
A escolha pelo carrinho de pipoca, de acordo com a dupla, foi pensando na praticidade do ingrediente. Ideia que, pouco tempo depois, mostrou-se muito equivocada. “De fácil não tem nada. Queimava uma e jogava no lixo, enquanto isso, o cliente ali esperando. Fizemos muitas receitas da internet, testamos, isso até desenvolver a nossa. Hoje, nós gourmetizamos a pipoca, dificultamos mais o processo ”, admite Gerson, entre risos.

A trajetória empreendedora do casal, porém, não foi fácil. Iniciantes no ramo, tiveram de retirar o carrinho de pontos de venda enquanto ainda não tinham o alvará, documento que a dupla desconhecia ser necessário para ambulantes. “Éramos muito leigos. Nossa família não tinha essa cultura de empreender. Inclusive, foram todos contra a gente largar os nossos empregos, mas botamos a cara a tapa e tocamos ficha”, lembra Alessandra.

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GIOVANNA SOMMARIVA/ESPECIAL/JC


Enquanto não se estabeleciam em um espaço próprio, os sócios passaram por alguns endereços, principalmente de restaurantes próximos que ofereceram apoio e um local para guardar o carrinho à noite. “O pessoal do restaurante Radical, aqui do lado, nos deu um apoio surreal. Viram que nós éramos tranquilos e só queríamos trabalhar, então ofereceram para colocarmos o carrinho ali na calçada, tudo regularizado”, comenta a sócia. Porém, as filas que davam voltas na rua geraram incômodo em outros ambulantes, que denunciaram o casal.

“A Alessandra estava em recuperação, tinha feito uma cirurgia. Eu estava cuidando dela e do negócio sozinho, fazia um mês que o alvará tinha vencido, então, quando eles vieram, levaram tudo embora. Só jogaram o carrinho dentro do caminhão e foram. Isso me abalou muito, chorei, fiquei mal, não sabia nem como contar para ela”, rememora Gerson.

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O processo de regularização e resgate do carrinho, que poderia levar até oito meses para ser resolvido, ocorreu em uma semana. O feito, garante a dupla, foi graças ao apoio da clientela, majoritariamente do bairro, que se solidarizou com o caso. “Fizemos um post contando o que aconteceu e teve muita curtida, compartilhamento. O pessoal falava em fazer vaquinha, protesto, passeata aqui na frente. Ali nós vimos que tinha muita gente nos apoiando e isso incomodou. Conversamos com a Smic (Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio) e conseguimos agilizar o processo”, explica Alessandra, orgulhosa da relação construída com a vizinhança.
GIOVANNA SOMMARIVA/ESPECIAL/JC


Há pouco mais de um ano, o casal está situado em um terreno à céu aberto, localizado na esquina da avenida Laranjeiras com a avenida Guaíba, nº 11158, em frente ao calçadão de Ipanema. “Esse terreno era abandonado. O pessoal jogava muito lixo, moradores de rua dormiam aqui, era só mato. Além de muito assalto na rua, os vizinhos se incomodavam muito, então, quando entramos para limpar e arrumar, o pessoal ficou muito feliz, passava aqui e comemorava. Nós demos vida para esse espaço, agora as pessoas se sentem seguras para sair, tem iluminação, movimento na rua”, destaca Gerson.

O público-alvo do espaço, garante a dupla, são famílias, e a decoração do terreno é pensada para atender a criançada, com brinquedos e pula-pula à disposição.

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São mais de 20 coberturas de pipoca, entre doces e salgadas, com sabores como marshmallow e leite ninho. As opções estão disponíveis em diferentes tamanhos, com valores que variam entre R$ 8,00 e R$ 24,00. Além do lanche, agora, o negócio conta com crepe e açaí, alterações feitas para atender a demanda da clientela. A Pipoca Gourmet atende de terça-feira a domingo, das 14h às 21h.