A carne de cordeiro nem sempre é presença garantida na alimentação básica do brasileiro. A estimativa é de que o consumo anual no País não passe de 1 kg por indivíduo. Mas isso deve mudar. Quem aponta é Felipe Vogt, nome à frente da marca Celebra Gourmet, produtora de cortes premium de cordeiro. O empreendedor aposta em qualidade para desmistificar o estigma carregado pela carne ovina.
Uma das novidades apresentadas durante a 46ª edição da Expointer atua nessa mesma via: o Selo de Reconhecimento Cordeiro Premium Gaúcho. A iniciativa nasce com o objetivo de valorizar a carne por meio do estímulo de boas práticas durante a cadeia produtiva. “É um marco que vai mudar a ovinocultura do Estado. É a padronização entre produtores e indústria”, diz Felipe, que aposta no abatimento precoce – com menos de 12 meses – como diferencial. O sócio almeja, até o fim deste ano, conquistar o selo e acrescentá-lo aos itens comercializados pela Celebra Gourmet.
Entre cortes específicos e produtos industrializados, são, ao todo, mais de 60 opções de carnes premium de cordeiro. Dos mais clássicos, como a paleta e o carré francês, aos que ainda buscam consolidação no mercado, como o pernil e a picanha, os itens são vendidos em todo Brasil. Em Porto Alegre, a comercialização acontece em grandes redes varejistas, como Zaffari e Rissul, e em boutiques especializadas no nicho premium.
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Mas a criação acontece em pontos distantes da Capital. São mais de 200 produtores vinculados à Celebra Gourmet espelhados pelo Rio Grande do Sul. O processamento dos mais de 500 animais semanais ocorre em instalação própria em Salvador do Sul, cidade natal de Felipe e do irmão, Christian Vogt. Apesar de possuírem raízes rurais semelhantes, os empreendedores seguiram caminhos distintos no agronegócio. Enquanto Felipe está, desde 2013, à frente da Celebra Gourmet, Christian é proprietário da Milonga, especializada em azeites de oliva. Com sede em Triunfo, a marca, que opera desde 2019, possui o Selo Produto Premium Origem e Qualidade RS.
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É na cidade do sudeste do Estado que, aliás, os empreendimentos mostram-se complementares. Com um investimento de R$ 3 milhões, o lagar da Milonga possui um espaço destinado à visitação e degustação de azeites e carnes. “O foco é na ideia que os visitantes possam aprender sobre o cultivo das oliveiras, mas que também conheçam os cortes de cordeiro premium”, fala Felipe, destacando as similaridades entre os mercados. "São tendências parecidas. É um crescimento em conjunto. As pessoas estão buscando azeites e carnes de qualidade, as duas coisas se unem", afirma.

