Pesquisa sobre empreendedorismo periférico é apresentada pelo Sebrae nesta quinta-feira

'O empreendedor da favela precisa inovar desde que nasceu', garante Renato Meirelles no South Summit


Pesquisa sobre empreendedorismo periférico é apresentada pelo Sebrae nesta quinta-feira

O Sebrae-RS divulgou nesta quinta-feira (30), no segundo dia do South Summit Brasil, em Porto Alegre, o resultado da pesquisa Empreendedorismo nas Vilas e Favelas. O levantamento é uma parceria entre o Sebrae-RS e as prefeituras de Porto Alegre e Pelotas, e conta ainda com a participação do Instituto Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes. O estudo traça um mapeamento dos principais desafios de empreender nas favelas, com ênfase nas oportunidades de geração de renda e promoção do desenvolvimento local. “Esse trabalho do Sebrae tem o objetivo de transformar aquilo que já existe nas favelas em algo que possa servir em benefício de toda sociedade”, garante André Godoy, superintendente do Sebrae-RS. Para ele, um dos maiores objetivos da pesquisa é desmistificar e distanciar estigmas que existem sobre as comunidades periféricas. “O benefício econômico já existe dentro das favelas, só precisa se tornar mais estruturado para que essas pessoas possam conseguir gerar renda e progresso para as suas comunidades. Desejamos usar esse estudo para, através do empreendedorismo, aproximar estas pessoas de toda a sociedade”, define.Apresentando um panorama geral do estudo, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes, cita alguns números que revelam a desigualdade presente dentro das favelas brasileiras, com foco na comunidade gaúcha. “Não tem como falar da favela sem falar de desigualdade, até porque a favela tem rosto, tem gênero. É onde fica a concentração geográfica de maior desigualdade do nosso País”, afirma. Segundo dados da pesquisa, em um emprego formal, o salário que um homem branco recebe pode ser até 29% maior que o de uma mulher negra com o mesmo grau de escolaridade. Esse fato, de acordo com Renato, acaba sendo a origem de muitas iniciativas empreendedoras nas favelas. “Eles [moradores de favelas] sabem que por serem negros, mulheres, que moram dentro da favela, dificilmente vão ganhar mais de dois salários mínimos. Então, a saída para isso é empreender”, explica.
O Sebrae-RS divulgou nesta quinta-feira (30), no segundo dia do South Summit Brasil, em Porto Alegre, o resultado da pesquisa Empreendedorismo nas Vilas e Favelas. O levantamento é uma parceria entre o Sebrae-RS e as prefeituras de Porto Alegre e Pelotas, e conta ainda com a participação do Instituto Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes. O estudo traça um mapeamento dos principais desafios de empreender nas favelas, com ênfase nas oportunidades de geração de renda e promoção do desenvolvimento local.

“Esse trabalho do Sebrae tem o objetivo de transformar aquilo que já existe nas favelas em algo que possa servir em benefício de toda sociedade”, garante André Godoy, superintendente do Sebrae-RS. Para ele, um dos maiores objetivos da pesquisa é desmistificar e distanciar estigmas que existem sobre as comunidades periféricas. “O benefício econômico já existe dentro das favelas, só precisa se tornar mais estruturado para que essas pessoas possam conseguir gerar renda e progresso para as suas comunidades. Desejamos usar esse estudo para, através do empreendedorismo, aproximar estas pessoas de toda a sociedade”, define.

Apresentando um panorama geral do estudo, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva Consultoria, Marketing e Negócios Emergentes, cita alguns números que revelam a desigualdade presente dentro das favelas brasileiras, com foco na comunidade gaúcha. “Não tem como falar da favela sem falar de desigualdade, até porque a favela tem rosto, tem gênero. É onde fica a concentração geográfica de maior desigualdade do nosso País”, afirma. Segundo dados da pesquisa, em um emprego formal, o salário que um homem branco recebe pode ser até 29% maior que o de uma mulher negra com o mesmo grau de escolaridade. Esse fato, de acordo com Renato, acaba sendo a origem de muitas iniciativas empreendedoras nas favelas. “Eles [moradores de favelas] sabem que por serem negros, mulheres, que moram dentro da favela, dificilmente vão ganhar mais de dois salários mínimos. Então, a saída para isso é empreender”, explica.

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Dados levantados pelo mapeamento apontam que pelo menos 29% dos moradores de favelas no Estado estão desempregados, cerca de 61% admite já ter mentido o seu endereço em entrevistas de emprego e mais de 68% das mães não conseguem vagas em creches. “É aqui que surge o empreendedorismo. Necessidade e oportunidade é a mesma coisa quando se mora na favela, eles vivem na necessidade e enxergam todas as oportunidades possíveis quando se pode ganhar uma grana a mais”, observa Renato.

Segundo o estudo, no Rio Grande do Sul, cerca de 520 mil pessoas moram em favelas. Lá, os empreendedores e empreendedoras de menor renda movimentam mais de R$ 12,5 bilhões por ano. “Quando acontece uma crise, como vivemos há pouco tempo, as pessoas se questionam: ‘e a favela, como fica?’. Só que, para a favela, crise não é exceção, crise é a regra. Essas pessoas cresceram na crise, eles têm a característica de lidar com situações diversas e adversas, de lidar com o diferente, eles nasceram precisando inovar”, define Renato.

Observando os resultados da pesquisa, André reforça que, apesar de o Sebrae não possuir, atualmente, uma atuação intensa na área, o levantamento surge para mudar essa realidade. “Já temos esse olhar para as comunidades, mas entendendo que isso precisa ser fortalecido e ampliado para que todos os grupos dentro da comunidade possam se beneficiar”, aponta. No ano passado, uma iniciativa do Sebrae-RS qualificou mais de 500 mulheres empreendedores da Restinga. “Oferecemos essa formação para que elas consigam qualificar de forma mais eficiente os seus negócios”, pontua André.

O encontro ocorreu no Espaço SebraeX, que segue com programações até o final do evento, que encerra na sexta-feira (31), no Cais Embarcadero, em Porto Alegre.