Cortando a Estrada da Aldeia - hoje rua 24 de Outubro-, que ligava a capital à Freguesia dos Anjos, atual cidade de Gravataí, o bairro Auxiliadora é um dos mais nobres de Porto Alegre. Sua origem remonta as últimas décadas do século XIX, e seu desenvolvimento deu-se a partir da chegada das linhas de bonde e do loteamento organizado das ruas da região. Um das suas construções mais icônicas é a Igreja Nossa Senhora da Auxiliadora, maior templo católico construído nos últimos anos na Capital que é inspirada na Igreja de La Madeleine de Paris, na França.
* Vinícius Mitto é professor e arquivista e edita o blog Bah Guri (bahguri.rs) e o Instagram (@bahguri.rs)
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Vídeo: Como é empreender no Auxiliadora
Roister consolida marca e planeja terceira unidade
A avenida Nova York, em Porto Alegre, é um polo comercial, especialmente no que tange ao ramo gastronômico. No início da sua extensão, no cruzamento com a rua 24 de Outubro, a concentração de bares e restaurantes é maior ainda. Bem na esquina, ocupando-a praticamente em sua totalidade, está o Roister, que se fixou ali, como afirma Lucas Meneghetti, sócio-fundador do negócio, quando a região ainda tinha poucas operações, com a proposta de unir gastronomia e cerveja artesanal. A partir de 2017, com o surgimento do espaço no Patio 24, outros pontos de alimentação - como Brizza, Wills, Dry, LaLoKa e Irmãos Ferraro, conforme o empreendedor lista - começaram a aparecer e, juntos, deram uma nova cara à rua e à avenida, trocando o concreto empresarial pelo colorido gastronômico.
O carinho de Lucas pela região é anterior ao negócio. Ele, por ter crescido nas proximidades, tem um apreço especial pela beleza envolvida na mistura entre o comercial, residencial e natural do bairro Auxiliadora e seus vizinhos, principalmente do Moinhos de Vento.
O carinho de Lucas pela região é anterior ao negócio. Ele, por ter crescido nas proximidades, tem um apreço especial pela beleza envolvida na mistura entre o comercial, residencial e natural do bairro Auxiliadora e seus vizinhos, principalmente do Moinhos de Vento.
Com experiência em cervejaria e gestão de restaurantes, viu no que ele diz ser o coração dessa zona, na esquina da rua 24 de Outubro com a avenida Nova York, uma oportunidade de ter o seu próprio negócio. Inaugurou, assim, com um investimento de R$ 2 milhões, o Roister, que completa mais de meia década na região.
Durante esse período, muitos outros negócios, alguns que já passaram por estas páginas e outros relatados nesta edição do GeraçãoE, foram se acomodando nas proximidades. No entanto, Lucas vê isso com bons olhos. A troca, para ele, possibilita a aproximação do público e do sucesso, uma contribuição saudável que auxilia no crescimento do local e, consequentemente, dos estabelecimentos.
Durante esse período, muitos outros negócios, alguns que já passaram por estas páginas e outros relatados nesta edição do GeraçãoE, foram se acomodando nas proximidades. No entanto, Lucas vê isso com bons olhos. A troca, para ele, possibilita a aproximação do público e do sucesso, uma contribuição saudável que auxilia no crescimento do local e, consequentemente, dos estabelecimentos.
O negócio trouxe ao ponto da avenida Nova York, por coincidência ou não, a influência norte-americana. "Juntamos um pouco de tudo para criar uma coisa com uma personalidade nossa", diz Lucas.
Nesse sentido, ele disseca o cardápio e destaca o caminho que os clientes, da entrada à sobremesa, costumam percorrer.
Para o proprietário, não tem como ir no Roister e não pedir, de cara, o bun de camarão, quatro pães chineses com camarão empanado, por R$ 46,00. Em seguida, a indicação é o sanduíche de pastrami, uma street food de R$ 49,00, e o Bangkok shrimp noodles, uma massa com camarão, que, no restaurante, custa R$ 89,00. Por fim, a queridinha dos doces é a torta de chocolate com caramelo salgado, precificada em R$ 26,00.
Essa influência do país do Tio Sam, de trazer aspectos valorizados em outras regiões do mundo e misturar à cultura local, migra também para as 10 torneiras de cervejas artesanais autorais do Roister.
Nesse sentido, ele disseca o cardápio e destaca o caminho que os clientes, da entrada à sobremesa, costumam percorrer.
Para o proprietário, não tem como ir no Roister e não pedir, de cara, o bun de camarão, quatro pães chineses com camarão empanado, por R$ 46,00. Em seguida, a indicação é o sanduíche de pastrami, uma street food de R$ 49,00, e o Bangkok shrimp noodles, uma massa com camarão, que, no restaurante, custa R$ 89,00. Por fim, a queridinha dos doces é a torta de chocolate com caramelo salgado, precificada em R$ 26,00.
Essa influência do país do Tio Sam, de trazer aspectos valorizados em outras regiões do mundo e misturar à cultura local, migra também para as 10 torneiras de cervejas artesanais autorais do Roister.
Nesse setor, o destaque, segundo Lucas, vai para a German Pils, comercializada entre R$ 10,00 à R$ 20,00, a depender da litragem. "É uma cerveja mais leve, mais refrescante, mais fácil de beber", comenta o especialista no ramo. Outra opção é a Juicebox, com valores um pouco mais elevados em relação ao item anterior. "É uma IPA americana cítrica e encorpada", explica.
Com a abertura do espaço no BarraShoppingSul, em 2022, Ângelo Roman, Bruno Lopes e Marcelo Sá entraram como sócios do negócio. Mas a marca promete não parar por aí. Lucas revela estar negociando uma terceira sede do empreendimento, que será em Porto Alegre ou em outro estado do Brasil.
Com a abertura do espaço no BarraShoppingSul, em 2022, Ângelo Roman, Bruno Lopes e Marcelo Sá entraram como sócios do negócio. Mas a marca promete não parar por aí. Lucas revela estar negociando uma terceira sede do empreendimento, que será em Porto Alegre ou em outro estado do Brasil.
Do croissant ao baguete, empreendedor francês aposta em padaria clássica no bairro Auxiliadora
Foi em 2014 que o francês Alban Rossollin, chef, confeiteiro e padeiro, mudou-se para Porto Alegre e notou o potencial gastronômico da cidade. Após trabalhar em padarias e restaurantes da França, Austrália e outros países, Alban decidiu criar raízes em solo gaúcho e inaugurou, em 2016, o Café Alban Rossolin, espaço que trabalha com receitas clássicas francesas e ocupa o número 232 da rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora.
Apesar da paixão pela gastronomia ter acompanhado o empreendedor durante toda a vida, o sonho de atuar na área ficou de lado por mais de 10 anos, quando Alban começou a velejar e se tornou profissional no esporte, chegando até a competir por uma vaga nas Olimpíadas. "Mesmo enquanto velejador profissional, sabia que, de uma forma ou de outra, voltaria para a gastronomia. Não sabia quando, como e onde, mas quando conheci Porto Alegre, pensei 'vai ser aqui e vai ser uma padaria'", lembra o empreendedor, que, nos primeiros anos morando na capital gaúcha, não falava português. "Me procuraram para ser técnico das equipes brasileiras de vela que, na época, estavam competindo para garantir vagas nas Olimpíadas. Isso foi ótimo para me ajudar a falar a língua, acabou sendo uma transição boa para aprender a me comunicar", pondera.
Apesar da paixão pela gastronomia ter acompanhado o empreendedor durante toda a vida, o sonho de atuar na área ficou de lado por mais de 10 anos, quando Alban começou a velejar e se tornou profissional no esporte, chegando até a competir por uma vaga nas Olimpíadas. "Mesmo enquanto velejador profissional, sabia que, de uma forma ou de outra, voltaria para a gastronomia. Não sabia quando, como e onde, mas quando conheci Porto Alegre, pensei 'vai ser aqui e vai ser uma padaria'", lembra o empreendedor, que, nos primeiros anos morando na capital gaúcha, não falava português. "Me procuraram para ser técnico das equipes brasileiras de vela que, na época, estavam competindo para garantir vagas nas Olimpíadas. Isso foi ótimo para me ajudar a falar a língua, acabou sendo uma transição boa para aprender a me comunicar", pondera.
O objetivo do empreendedor era criar uma padaria de bairro, pequena, que trabalhasse com quantidade limitada de produtos para manter a qualidade. No entanto, conta Alban, a recepção da clientela foi tão boa que a demanda cresceu muito, o que gerou um conflito com a proposta inicial do negócio. "O gaúcho não estava acostumado com esse formato de trabalhar, de dizer que acabou. Todo mundo falava que precisava fazer mais, produzir mais, que estava perdendo dinheiro, mas minha prioridade sempre foi a qualidade, não quantidade", ressalta. Os destaques do cardápio, são o pão baguete, croissant e canelé, quitutes tradicionais da França. "Não sei se acostumei meus clientes muito bem ou muito mal, mas, sempre que tento colocar algo novo, tem uma resistência. Eles querem sempre o mesmo, se tu tentas vender outro produto, não funciona. Eles já estão condicionados a buscarem aquilo", pondera.
A escolha pelo ponto foi feita através de uma pesquisa de mercado. De acordo com Alban, em 2016, o bairro era muito carente de padarias e espaços para tomar café e apreciar a panificação artesanal. "Além de que, aqui em Porto Alegre, a transição com a Europa não é tão gritante. O Rio Grande do Sul tem muita influência europeia, então imaginei que a adaptação seria mais fácil aqui, mas também gosto muito da cidade e das pessoas daqui", comenta. Recentemente, o empreendedor expandiu a marca e abriu uma nova unidade no bairro Três Figueiras, mas, para ele, o diferencial do Auxiliadora é ser um bairro misto, que tem de tudo um pouco. "Lá é residencial, aqui tem um pouco de tudo, tu consegues viver bastante dentro do bairro. Ele é meio pequeno, as pessoas circulam em uma ou duas quadras, fora disso já acham que é longe e não vão a pé", considera.
Sobre o empreendedorismo na região, ele pondera que muitos dos negócios locais são pequenos, onde os proprietários se envolvem em todos os processos, o que dificulta um encontro entre os empreendedores. "Reunir todo mundo para sentar, conversar e criar essa interligação entre cada negócio exige tempo, e acredito que não conseguimos separar esse tempo para concretizar ações que poderiam ser feitas de forma mais geral entre nós, conversar é mais fácil do que colocar em prática, um sempre está ocupado, ou não pode, é difícil", pensa o chef. O café abre ao público de terça a sábado, das 8h às 18h30min e, aos domingos, das 8h às 11h30min.
Pizzaria napoletana de Porto Alegre une tradição a ambiente descontraído
"Traduzir a tradição", esse é o objetivo de Thomaz Colleti, 32 anos, Bruno Laurert, 31, e Fábio Pilla, 35, sócios-empreendedores à frente da Brizza Forneria. Localizada na rua 24 de Outubro, nº 1.409, no bairro Auxiliadora, o empreendimento busca combinar um ambiente descontraído e ao ar livre com os sabores autorais das pizzas napoletanas.
"Desde o início, tínhamos um conceito muito claro. Gostamos de falar que é sobre traduzir a tradição: pegar a tradição italiana e traduzir para o nosso gosto e o nosso meio", explica Thomaz sobre o empreendimento que abriu as portas em 2016. Fazer da Brizza um lugar fora do tradicional sempre esteve nos planos do negócio. "O nome Brizza vem da junção de brisa e pizza, justamente estar em um ambiente externo, leve e fora do tradicional", pontua.
"Desde o início, tínhamos um conceito muito claro. Gostamos de falar que é sobre traduzir a tradição: pegar a tradição italiana e traduzir para o nosso gosto e o nosso meio", explica Thomaz sobre o empreendimento que abriu as portas em 2016. Fazer da Brizza um lugar fora do tradicional sempre esteve nos planos do negócio. "O nome Brizza vem da junção de brisa e pizza, justamente estar em um ambiente externo, leve e fora do tradicional", pontua.
Com insumos regionais, Thomaz afirma que o empreendimento tem como carro-chefe a clássica pizza margherita. Além disso, ele ressalta que a prioridade é oferecer um cardápio democrático. "Queremos ser um lugar com opções para todos. Hoje, nosso cardápio é 80% de opções vegetarianas", afirma. Outra queridinha do público é a 'Meu Deus', pizza que leva molho branco, ricota, gorgonzola, cebola roxa e mel picante.
Além das pizzas, a operação conta com opções veganas, focaccia, drinks autorais e algumas sobremesas. "Entre as sobremesas, temos uma cheesecake basca, que assamos no forno à lenha, uma receita espanhola que adaptamos para o nosso contexto com um doce de leite gaúcho", conta.
Os empreendedores fizeram um mapeamento da cidade, para escolher o ponto que receberia a Brizza. Foi assim que decidiram pelo bairro Auxiliadora. "Quando batemos o olho aqui, logo enxergamos um potencial no bairro, que acaba sendo residencial, com bastante fluxo de pessoas e com uma vida gastronômica ativa", pondera Thomaz. Com uma decoração colorida e mesas ao ar livre, o negócio conta com 14 pessoas na equipe.
Os empreendedores fizeram um mapeamento da cidade, para escolher o ponto que receberia a Brizza. Foi assim que decidiram pelo bairro Auxiliadora. "Quando batemos o olho aqui, logo enxergamos um potencial no bairro, que acaba sendo residencial, com bastante fluxo de pessoas e com uma vida gastronômica ativa", pondera Thomaz. Com uma decoração colorida e mesas ao ar livre, o negócio conta com 14 pessoas na equipe.
Thomaz enxerga o bairro com um grande potencial gastronômico por ter tantas operações de qualidade na região e conta que existe um apoio e parceria entre os empreendedores, inclusive possuem um grupo no WhatsApp para trocarem informações sobre segurança e outras questões da região. "Esse é um bairro com diversos negócios diferentes, então não nos enxergamos como concorrência, mas corremos juntos", percebe.
O negócio funciona todos os dias da semana, das 11h30min às 14h30min e das 17h30min às 23h30min. No futuro, o empreendedor projeta expandir o negócio, com novidades no cardápio.
O negócio funciona todos os dias da semana, das 11h30min às 14h30min e das 17h30min às 23h30min. No futuro, o empreendedor projeta expandir o negócio, com novidades no cardápio.
Empreendedor de Porto Alegre troca engenharia pela gastronomia e aposta na culinária mexicana
O Chica Maria, restaurante dedicado à cozinha mexicana, opera desde 2019 no bairro Auxiliadora. Jonatan Jung, empreendedor à frente do negócio, conta que, apesar de estar prestes a completar quatro anos, o negócio ainda vive em clima de estreia, já que, em razão da pandemia, muitas pessoas estão descobrindo só agora o ponto no número 99 da rua Alvares de Azevedo. Além da operação noturna, o espaço aposta no almoço executivo com o objetivo de conquistar a clientela dos prédios comerciais do entorno.
Engenheiro, Jonatan diz que o desejo de empreender na gastronomia era antigo. O plano surgiu em 2006, quando morou por um período na Austrália. "Desde então, tinha ideia de abrir algo na gastronomia, porque lá trabalhei em vários restaurantes, cafeterias. E a cozinha mexicana era uma que fazia em casa para os amigos, testava receitas. Ao longo de sete anos, fiquei fazendo isso e registrando as receitas", conta Jonatan, que tirou o sonho do papel em 2019, apostando no bairro Auxiliadora. "Tem vários bairros próximos, que são também nosso público-alvo, como Petrópolis, Passo d'Areia, Mont' Serrat", diz.
Engenheiro, Jonatan diz que o desejo de empreender na gastronomia era antigo. O plano surgiu em 2006, quando morou por um período na Austrália. "Desde então, tinha ideia de abrir algo na gastronomia, porque lá trabalhei em vários restaurantes, cafeterias. E a cozinha mexicana era uma que fazia em casa para os amigos, testava receitas. Ao longo de sete anos, fiquei fazendo isso e registrando as receitas", conta Jonatan, que tirou o sonho do papel em 2019, apostando no bairro Auxiliadora. "Tem vários bairros próximos, que são também nosso público-alvo, como Petrópolis, Passo d'Areia, Mont' Serrat", diz.
O negócio, que abriu pouco antes da pandemia, vive um período de redescoberta. "É como se fosse um negócio novo", conta Jonatan, que aposta no almoço executivo, com pratos mexicanos que partem de R$ 20,90, para atrair a clientela para o espaço. "Tem bastante prédio comercial pela volta, então vemos esse potencial do almoço executivo. Na rua Silva Jardim, a Vila Roubadinhas tem atraído mais gente para o bairro. O pessoal vem para região e passa aqui por perto, vê a indicação no Google', destaca sobre os benefícios de estar em uma região pujante. "O bairro Auxiliadora teve, de um ano para cá, esse crescimento de coisas perto da avenida Nova York. Hoje, tem mais opções gastronômicas que quando abri. O que é bom. Quando centraliza, tem um hub com mais negócios, beneficia. Não tira clientes, pelo contrário, agrega", analisa.
Com nove funcionários, o Chica Maria opera todos os dias das 11h às 15h para almoço e, no jantar, das 16h30min às 23h30min. Para o futuro, o objetivo é expandir com foco no delivery. "O plano mais próximo é fazer uma tele-entrega mais para a Zona Sul com uma dark kitchen. Lá tem bem menos opções que aqui. Por mais que a gente entregue, o frete fica muito alto, demorado. Então queria levar mais para o extremo sul", revela.
Na avenida Nova York, cervejaria artesanal aposta em operação ao longo do dia
Nova York, nos Estados Unidos, é conhecida como a cidade que nunca dorme. A avenida que recebe o mesmo nome em Porto Alegre faz jus à nomenclatura e vê a vida acontecer no horário de descanso da maioria das pessoas, do fim de tarde ao fim da noite. Os irmãos Marcelo e Rodrigo Ferraro, 40 e 41 anos, respectivamente, estão à frente do Irmãos Ferraro Garden, negócio que segue a agenda noturna da vizinhança da avenida Nova York, nº 101, e também funciona durante o dia. Operando desde 2022, a proposta do bar e restaurante é unir a gastronomia líquida à sólida e, mais recentemente, suprir o que eles apontam ser uma carência das proximidades - o almoço.
A convivência entre eles, por óbvio, é desde o berço. A parceria no ramo cervejeiro, por outro lado, ocupa apenas um terço desse período. Começaram na brincadeira, com os amigos, manipulando o malte para assistir aos jogos de futebol. Em 2009, concretizaram o desejo de escrever 'Irmãos' com letra maiúscula e registraram o negócio, que, na época, operava apenas em eventos e com comercialização em lojas especializadas. "O mercado das cervejas artesanais começou a aquecer, e vimos que isso poderia se tornar uma maneira de empreender", comenta Rodrigo.
A convivência entre eles, por óbvio, é desde o berço. A parceria no ramo cervejeiro, por outro lado, ocupa apenas um terço desse período. Começaram na brincadeira, com os amigos, manipulando o malte para assistir aos jogos de futebol. Em 2009, concretizaram o desejo de escrever 'Irmãos' com letra maiúscula e registraram o negócio, que, na época, operava apenas em eventos e com comercialização em lojas especializadas. "O mercado das cervejas artesanais começou a aquecer, e vimos que isso poderia se tornar uma maneira de empreender", comenta Rodrigo.
No ano passado, com a integração de um novo sócio, Eloeste Ludwig, 53 anos, decidiram aumentar a exposição da marca, que estava presente em estabelecimentos de 22 estados brasileiros, mas não tinha um para chamar de seu. Inauguraram, assim, com um investimento de cerca de R$ 700 mil, o Irmãos Ferraro Garden.
A necessidade por um espaço próprio surgiu a partir de uma mudança drástica no mercado pós-pandemia. "Precisamos ter essa aproximação com a clientela e não só vender para os outros bares", lembra Rodrigo. Com a restrição das aglomerações, a disponibilidade no bairro Auxiliadora emergiu como um suspiro para um negócio que clamava por mudanças e crescimento. "A decisão de vir para cá foi quando saímos na rua, no fim da tarde, e ela estava tão lotada que não passava nem carro", cita Rodrigo. Além de possibilitar maior contato com o público, o empreendedor destaca as vantagens da avenida Nova York e o diálogo existente entre as dezenas de negócios espalhados pela calçada. "O comércio gastronômico transformou esta rua num ambiente muito seguro para as pessoas transitarem em qualquer horário do dia", percebe.
A necessidade por um espaço próprio surgiu a partir de uma mudança drástica no mercado pós-pandemia. "Precisamos ter essa aproximação com a clientela e não só vender para os outros bares", lembra Rodrigo. Com a restrição das aglomerações, a disponibilidade no bairro Auxiliadora emergiu como um suspiro para um negócio que clamava por mudanças e crescimento. "A decisão de vir para cá foi quando saímos na rua, no fim da tarde, e ela estava tão lotada que não passava nem carro", cita Rodrigo. Além de possibilitar maior contato com o público, o empreendedor destaca as vantagens da avenida Nova York e o diálogo existente entre as dezenas de negócios espalhados pela calçada. "O comércio gastronômico transformou esta rua num ambiente muito seguro para as pessoas transitarem em qualquer horário do dia", percebe.
Até por isso, segundo eles, a clientela, em maioria, prefere as mesas dispostas na área externa, o que Rodrigo classifica como uma raridade no ramo das cervejarias artesanais. A céu aberto, o consumidor pode desfrutar desde pratos executivos no almoço - montados a partir da escolha de uma carne e outros quatro acompanhamentos, com bebida cortesia, por R$ 37,50 ou R$ 43,90 -, até petiscos, com alternativas fritas e assadas, para o período da noite, com variações de R$ 29,00 a
R$ 101,00. Todas as opções do cardápio, inclusive as sobremesas, são harmonizadas com uma das mais de dez cervejas artesanais comercializadas e produzidas pelos Irmãos Ferraro. A proposta do Garden é justamente esta: unir os diferentes braços da gastronomia e popularizar a cultura de cada um deles.
Mas, como a bebida alcóolica produzida a partir de malte os acompanha desde o princípio do negócio, o braço mais forte acaba sendo a venda de cerveja. Nesse sentido, a Pilsen e a CaturrIPA - com custos de
R$ 12,00 à R$ 36,00, a depender da litragem selecionada - destacam-se.
Por mais que sejam conhecidas no mercado, os sócios afirmam que as produzidas por eles possuem certo grau de originalidade. "É uma IPA que tem uma característica muito forte de aromas, frutas amarelas e amargor. A Pilsen a mesma coisa, é diferente das tradicionais", declara Rodrigo. Outras opções são, porém, conforme dizem, totalmente inusitadas, como a cerveja de pink lemonade, de autoria de uma das marcas convidadas, com valores que variam de R$ 15,00 à R$ 42,00.
Com olhar no futuro, os três sócios almejam consolidar a operação do almoço, que completa um mês, e, quem sabe, expandir para outras franquias. A única certeza que eles têm, no momento, é o desejo de crescer no bairro Auxiliadora e propor um olhar diferenciado à região, até porque a avenida Nova York precisa continuar brilhando, dia e noite.
R$ 101,00. Todas as opções do cardápio, inclusive as sobremesas, são harmonizadas com uma das mais de dez cervejas artesanais comercializadas e produzidas pelos Irmãos Ferraro. A proposta do Garden é justamente esta: unir os diferentes braços da gastronomia e popularizar a cultura de cada um deles.
Mas, como a bebida alcóolica produzida a partir de malte os acompanha desde o princípio do negócio, o braço mais forte acaba sendo a venda de cerveja. Nesse sentido, a Pilsen e a CaturrIPA - com custos de
R$ 12,00 à R$ 36,00, a depender da litragem selecionada - destacam-se.
Por mais que sejam conhecidas no mercado, os sócios afirmam que as produzidas por eles possuem certo grau de originalidade. "É uma IPA que tem uma característica muito forte de aromas, frutas amarelas e amargor. A Pilsen a mesma coisa, é diferente das tradicionais", declara Rodrigo. Outras opções são, porém, conforme dizem, totalmente inusitadas, como a cerveja de pink lemonade, de autoria de uma das marcas convidadas, com valores que variam de R$ 15,00 à R$ 42,00.
Com olhar no futuro, os três sócios almejam consolidar a operação do almoço, que completa um mês, e, quem sabe, expandir para outras franquias. A única certeza que eles têm, no momento, é o desejo de crescer no bairro Auxiliadora e propor um olhar diferenciado à região, até porque a avenida Nova York precisa continuar brilhando, dia e noite.
Loja aposta em marca americana de bicicletas que vão até R$ 140 mil
O ponto no número 1.377 da rua Carlos Von Koseritz, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, foi o escolhido para abrigar a terceira operação da Bike Garden Mechanics and Shop. O negócio, criado por Luís Fernando Stoever, surgiu em Ijuí e conta, também, com uma unidade em Santa Maria. Há quatro anos, a operação chegou à Capital focada em atender ciclistas profissionais e amadores.
Alan Perdomo é o gerente do negócio desde a inauguração. Trabalhando há mais de 20 anos com bicicletas, ele conta que a abertura do negócio em Porto Alegre veio de uma demanda da Specialized, marca americana de ciclismo que é vendida na operação. O gerente diz que a escolha do ponto no bairro Auxiliadora foi estratégica. "Analisaram alguns pontos na cidade. Aqui, o prédio atendia as necessidades, com estacionamento. É um bairro tranquilo, fica perto de tudo, com um acesso fácil. E temos bastante ciclistas por aqui", garante Alan.
Alan Perdomo é o gerente do negócio desde a inauguração. Trabalhando há mais de 20 anos com bicicletas, ele conta que a abertura do negócio em Porto Alegre veio de uma demanda da Specialized, marca americana de ciclismo que é vendida na operação. O gerente diz que a escolha do ponto no bairro Auxiliadora foi estratégica. "Analisaram alguns pontos na cidade. Aqui, o prédio atendia as necessidades, com estacionamento. É um bairro tranquilo, fica perto de tudo, com um acesso fácil. E temos bastante ciclistas por aqui", garante Alan.
Na loja, as bicicletas partem de R$ 3,9 mil e vão até R$ 144 mil para opções profissionais. Além das bikes, o espaço vende diversos acessórios para quem curte o esporte, como vestuário específico, capacetes, garrafas, bancos e suplementos. "A loja atende todos os tipos de ciclistas: o iniciante, a criança que vai começar a pedalar, o entusiasta e até o ciclista profissional", conta o gerente, ressaltando o trabalho de consultoria feito na venda dos itens. "Adquirir uma bike parece muito fácil, mas é uma consultoria. Temos que entender bem a necessidade, qual a aplicação da bike, para indicar a bicicleta certa", afirma Alan, que conta com a parceria dos vizinhos do mesmo nicho. "Temos parcerias com assessorias esportivas da região. Tem, por exemplo, o Pretto Treinamento Funcional, que alguns alunos frequentam a loja", conta.
Padaria no bairro Auxiliadora expande operação e inclui opções para brunch, almoço e jantar
Mais de um ano depois de passar pelas páginas do GeraçãoE, em novembro de 2021, a Casa NY 231 conta com diversas novidades. O espaço de 180m², que foi idealizado para ser um foodworking entre duas marcas, agora é exclusivo da Horneria, negócio que trabalha com produção de pães, massas e pizzas artesanais. Adriana Hackmann, um dos nomes à frente do espaço, admite que, apesar da operação ter expandido neste último ano, os empecilhos vividos no período foram desafiadores. De lá para cá, ela e a sócia Deise Roman tiveram de se dedicar quase que totalmente ao espaço, que agora conta com almoço, pizzas e brunch aos domingos.
A dupla foi pega de surpresa quando a Ciockolato, marca que dividia casa com a Horneria, decidiu encerrar as atividades. "Uma coisa é se planejar com metade dos custos e, de repente, ter que assumir com todas as despesas de uma casa desse tamanho. Tivemos de tomar uma decisão, se iríamos nos dedicar ainda mais, ir na cara e na coragem mesmo, para não deixar morrer o nosso sonho. Persistimos muito até chegar no ponto em que vemos nosso nome crescendo e nosso brunch virar referência na região", comemora Adriana, que garante nunca ter considerado mudar o negócio de endereço. "Não enxergamos a Horneria em nenhum outro lugar, participamos de tudo na reforma da casa e o bairro nos abraçou desde o início. O carinho de cada vizinho, apoio, a torcida deles, a participação, fidelidade, tudo isso faz com que a relação seja muito próxima. Conhecemos todos, estamos superfamiliarizadas no bairro, sabemos os nomes de quem frequenta toda semana", conta.
A dupla foi pega de surpresa quando a Ciockolato, marca que dividia casa com a Horneria, decidiu encerrar as atividades. "Uma coisa é se planejar com metade dos custos e, de repente, ter que assumir com todas as despesas de uma casa desse tamanho. Tivemos de tomar uma decisão, se iríamos nos dedicar ainda mais, ir na cara e na coragem mesmo, para não deixar morrer o nosso sonho. Persistimos muito até chegar no ponto em que vemos nosso nome crescendo e nosso brunch virar referência na região", comemora Adriana, que garante nunca ter considerado mudar o negócio de endereço. "Não enxergamos a Horneria em nenhum outro lugar, participamos de tudo na reforma da casa e o bairro nos abraçou desde o início. O carinho de cada vizinho, apoio, a torcida deles, a participação, fidelidade, tudo isso faz com que a relação seja muito próxima. Conhecemos todos, estamos superfamiliarizadas no bairro, sabemos os nomes de quem frequenta toda semana", conta.
Buscando atender a demanda da região, a Horneria conta com brunch todos os sábados, a partir das 10h, e, em breve, contará com uma torre de degustação para chás da tarde. "É graças aos nossos clientes que conseguimos expandir e, hoje, servir desde o pão fresquinho no café da manhã até o almoço, lanche da tarde e janta com as pizzas napoletanas", garante Adriana. Com dois andares e um terraço com vista para a rua, o local opera de terça a sábado, das 10h às 22h.
Há oito anos, cheesecake é carro-chefe de cafeteria de Porto Alegre
Desde que abriu as portas, há oito anos, todos os dias, a vitrine da cafeteria Johnny & Julie tem como estrela a cheesecake com cobertura de frutas vermelhas. Quem garante é Gabriele Wobeto, 35 anos, nome à frente do negócio, que fica na rua 24 de Outubro, nº 1.681. Com foco nos doces, a empreendedora conta que a torta feita à base de queijo cremoso é o destaque entre os clientes e a responsável por atrair novos consumidores à cafeteria.
Publicitária, Gabriele diz que o desejo de empreender surgiu da sua experiência com o trabalho remoto. Na época, para fugir um pouco do home office, procurava cafeterias para cumprir sua jornada ao longo do dia. O hábito despertou o desejo de ter o seu próprio espaço. "A ideia do café sempre foi ter um ambiente onde as pessoas pudessem se sentir em casa. Sempre gostei muito de decoração, do feito à mão. Esse espaço surgiu como um lugar onde pude trazer um pouco disso tudo que eu gostava: da publicidade, do manual, da decoração", explica Gabriele, que colocou a mão na massa para deixar o espaço - todo colorido, com objetos que misturam um tom mais moderno com itens de crochê - como é hoje. "Tudo aqui sempre foi feito muito por mim, os detalhes, as frases das paredes. Fugimos um pouco do tradicional, usamos muito colorido, pratos delicados. A proposta é fazer com que a pessoa se sinta em casa, que seja um ambiente acolhedor no meio do caos que é a rua 24 de Outubro", destaca.
Publicitária, Gabriele diz que o desejo de empreender surgiu da sua experiência com o trabalho remoto. Na época, para fugir um pouco do home office, procurava cafeterias para cumprir sua jornada ao longo do dia. O hábito despertou o desejo de ter o seu próprio espaço. "A ideia do café sempre foi ter um ambiente onde as pessoas pudessem se sentir em casa. Sempre gostei muito de decoração, do feito à mão. Esse espaço surgiu como um lugar onde pude trazer um pouco disso tudo que eu gostava: da publicidade, do manual, da decoração", explica Gabriele, que colocou a mão na massa para deixar o espaço - todo colorido, com objetos que misturam um tom mais moderno com itens de crochê - como é hoje. "Tudo aqui sempre foi feito muito por mim, os detalhes, as frases das paredes. Fugimos um pouco do tradicional, usamos muito colorido, pratos delicados. A proposta é fazer com que a pessoa se sinta em casa, que seja um ambiente acolhedor no meio do caos que é a rua 24 de Outubro", destaca.
A escolha do ponto foi, segundo ela, uma oportunidade, já que um conhecido estava fechando uma operação no endereço. "Sabia que era um bairro muito bom, porque já frequentava, trabalhei um tempo por aqui. Na época, não tinha tudo isso que se tornou o bairro agora. Cresceu muito desde então. Quando chegamos, não tinham muitas cafeterias", lembra sobre o contexto do bairro Auxiliadora há oito anos. Em um passado mais recente, a empreendedora destaca que a pandemia também provocou mudanças na região e, consequentemente, no seu negócio. Como muitos prédios comerciais do entorno migraram suas operações para home office, a cafeteria passou a adotar mais o sistema de entregas. "Temos esse segundo braço, além do café, que são as caixas de café da manhã, de aniversário. Não era meu foco, meu objetivo era que a pessoa viesse no local e vivesse a experiência. Com a pandemia, tivemos que reformular muita coisa e foi para melhor, porque expandiu o negócio. O iFood se tornou bem forte. As caixas já fazíamos, mas não era muito divulgado, e também cresceu muito", conta.
Apesar do negócio ter surgido com foco nos cafés, os doces tomaram a frente na preferência da clientela e, hoje, são a base da operação. "O negócio foi migrando, não era exatamente o propósito inicial. Tive pessoas que trabalharam comigo na cozinha durante muitos anos e fomos juntas criando receitas. É uma parte que eu gosto muito. A cheesecake, desde o primeiro dia que abrimos tinha uma na vitrine, e fomos cada vez mais trabalhando na receita e explorando isso, já que o público gosta muito. Hoje, as pessoas nos procuram muito como uma confeitaria, querem uma torta à pronta-entrega, mas não consigo ter por falta de espaço. Mas a cheesecake é uma que sempre tem à pronta-entrega", garante.
Com diversas cafeterias abrindo as portas em Porto Alegre, Gabriele recebe bem o surgimento de novas operações e encara os desafios de estar em um mercado aquecido. "As pessoas gostam e procuram as novidades. Mas acho que tem público para ambos. É um desafio diário: mudança no cardápio, tentar trazer novidades, atualizar conforme o que tem de novo. Trabalho com uma confeitaria mais tradicional, caseira, mais de mãe mesmo, e acho que o pessoal acaba procurando justamente por isso. Tem negócios tradicionais que tu sabes que vai encontrar qualidade sempre. Um negócio novo tem a questão de estar começando, conhecendo um público. Mas é um desafio diário se renovar sempre e ter o diferencial da qualidade do produto", pondera.
O Johnny & Julie Café opera de segunda a sexta-feira das 9h às 19h e, aos sábados, das 13h às 19h. Gabriele afirma que, para o futuro, pretende expandir com uma operação pocket, focada nos doces, na região da Cidade Baixa. No entanto, abrir mão do ponto no bairro Auxiliadora não está nos planos da empreendedora, que acredita no potencial gerado pela chegada de novos negócios na região. "Só agrega, porque traz públicos de outros bairros, um pessoal que não conhecia, que não vinha para cá. Tendo outros negócios interessantes no bairro, as pessoas vêm, circulam, conhecem os outros pontos. Só vejo a acrescentar. De quando iniciamos, o bairro só tem melhorias", garante.
O Johnny & Julie Café opera de segunda a sexta-feira das 9h às 19h e, aos sábados, das 13h às 19h. Gabriele afirma que, para o futuro, pretende expandir com uma operação pocket, focada nos doces, na região da Cidade Baixa. No entanto, abrir mão do ponto no bairro Auxiliadora não está nos planos da empreendedora, que acredita no potencial gerado pela chegada de novos negócios na região. "Só agrega, porque traz públicos de outros bairros, um pessoal que não conhecia, que não vinha para cá. Tendo outros negócios interessantes no bairro, as pessoas vêm, circulam, conhecem os outros pontos. Só vejo a acrescentar. De quando iniciamos, o bairro só tem melhorias", garante.

