Isadora Jacoby

O espaço, segundo os empreendedores, oferece a maior grade de tamanhos da Zona Sul

Na Restinga, casal comanda loja de moda plus size com grade de tamanhos do 48 até o 78

Isadora Jacoby

O espaço, segundo os empreendedores, oferece a maior grade de tamanhos da Zona Sul

Foi pensando em atrair público de fora do bairro, que o casal Luiza Passuello, 60 anos, e Roberto Mazzocco, 57, à frente da Toque Moda Plus Size, voltou seus esforços para as redes sociais. A abordagem divertida do casal, que se veste de Chacrinha e Chacrete e Chaves e Chiquinha para divulgar as peças, fez com que a loja triplicasse o faturamento a partir da pandemia. Hoje, com uma grade que vai do 48 ao 78, o negócio pretende fomentar o empreendedorismo e a cultura do bairro atraindo clientes de outros pontos da cidade. 
Foi pensando em atrair público de fora do bairro, que o casal Luiza Passuello, 60 anos, e Roberto Mazzocco, 57, à frente da Toque Moda Plus Size, voltou seus esforços para as redes sociais. A abordagem divertida do casal, que se veste de Chacrinha e Chacrete e Chaves e Chiquinha para divulgar as peças, fez com que a loja triplicasse o faturamento a partir da pandemia. Hoje, com uma grade que vai do 48 ao 78, o negócio pretende fomentar o empreendedorismo e a cultura do bairro atraindo clientes de outros pontos da cidade. 
Luiza, que conta com a ajuda do filho Bruno Passuello, 25, no negócio, lembra que o início da operação, que celebra 15 anos de portas abertas, foi no segmento de cama, mesa e banho. Como o ponto era grande, a empreendedora agregou algumas poucas peças de roupa plus size no comércio, mas logo percebeu que esse seria o seu diferencial. "Trazia roupa até o tamanho 50. Sempre uma cliente pedia um tamanho maior, e assim fui aumentando a grade e diminuindo a roupa de cama, porque vi que não tinha tanta saída. Em uma comunidade, primeiro tu tens que investir na roupa para sair, passear, e a roupa de cama é mais secundária, não girava muito", conta. 
 
Segundo ela, a abordagem do comércio mudou com a chegada de Roberto. "Eu era muito tímida. Mas conheci o Roberto e ele tem outra visão de negócio. Eu tinha uma caixa de som guardada, ele pegou, levou para frente e ficou anunciando a loja", diverte-se Luiza, contando que a pandemia foi um ponto de virada para o negócio. "Quando começou, fizemos um curso de marketing digital para vender no Instagram. Eu tinha muita vergonha, mas entendi que precisava chamar atenção. A ideia do Roberto foi fazer vídeos que mexessem com a memória afetiva das pessoas. Então, nos vestimos de Chiquinha e Chaves, Chacrinha e Chacrete. As clientes comentam. Estabelecemos uma relação com elas e isso fez a loja crescer muito na pandemia, triplicamos o faturamento", revela Luiza sobre a estratégia.
A loja, que opera de segunda a sábado, das 9h30min às 18h, tem peças masculinas e femininas. O casal acredita que um dos diferenciais do negócio é oferecer a venda em casa. "Há pessoas que têm dificuldade de se deslocar e fazemos uma sacola, levamos toda uma grade para experimentarem. E aí criamos uma relação empática com a pessoa levando a loja até ela", percebe Roberto. 
ISABELLE RIEGER/JC
A dupla criou a Associação dos Jovens Empreendedores, Empreendedoras e Empresários do Comércio Lojista da Restinga e do Extremo Sul de Porto Alegre com o objetivo de fomentar os negócios da região. Além disso, eles realizam feiras no espaço em frente à loja para conectar artesãos e os movimentos culturais do bairro. "Para ter comércio em um bairro, tu tens que participar da vida da comunidade. Além de apoiar, tu fazes parte: vai na escola de samba, no churrasco da outra empresa. E, desde que eu comecei a interagir mais com o bairro, mudou minha visão de mundo", destaca Luiza. "Cresce-se muito mais dentro do bairro quando faz parte dele. Tu fazes parte de uma família que é a Restinga. Como diz o nosso slogan: Tinga, teu povo te ama. A Restinga respira cultura", complementa. 
Um dos desafios, segundo o casal, está na baixa autoestima dos moradores em relação à região. Eles contam que é comum, aos fins de semana, que os moradores façam compras ou frequentem restaurantes em outros pontos da cidade. "Tudo se dá pela formação da Restinga. A primeira higienização social aconteceu quando trouxeram o pessoal da Ilhota e de vários bairros do Centro, para poder expandir, e largaram as pessoas aqui. Eles não tinham como se locomover, não tinha ônibus para o centro, ainda não existiam esses conjuntos habitacionais. A Restinga se formou já com uma autoestima muito baixa", percebe Luiza, destacando que reverter esse cenário é objetivo presente na rotina de quem empreende por lá. "O grande desafio é trazer gente de fora para a Restinga e, mais ainda, convencer muitos moradores de que não precisam sair do bairro. As pessoas têm baixa autoestima, e nós estamos tentando mudar isso para que elas consumam no bairro e para trazer gente de onde for, porque somos muito legais", garante. 
 
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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