Isadora Jacoby

Hoje, o negócio é responsável por fornecer café para mais de 50 operações da Capital

Baden celebra 10 anos de operação em Porto Alegre

Isadora Jacoby

Hoje, o negócio é responsável por fornecer café para mais de 50 operações da Capital

Para Margaret Dorneles e Guert Schinke, mãe e filho, moradores do bairro há mais de 30 anos, foi natural, na hora de empreender, escolher o Santana. Há 10, eles comandam, ao lado de Caroline Borges, o Baden Cafés Especiais no número 431 da avenida Jerônimo de Ornelas. O projeto, contam os sócios, foi um dos precursores a falar de café especial em Porto Alegre e, hoje, com um braço voltado à torrefação de grãos, fornece o produto para mais de 50 cafeterias da Capital.
Para Margaret Dorneles e Guert Schinke, mãe e filho, moradores do bairro há mais de 30 anos, foi natural, na hora de empreender, escolher o Santana. Há 10, eles comandam, ao lado de Caroline Borges, o Baden Cafés Especiais no número 431 da avenida Jerônimo de Ornelas. O projeto, contam os sócios, foi um dos precursores a falar de café especial em Porto Alegre e, hoje, com um braço voltado à torrefação de grãos, fornece o produto para mais de 50 cafeterias da Capital.
 
Margaret lembra que a ideia de empreender veio pelo desejo de ter um espaço de encontro. "Sempre gostamos de ir em cafés e só tinha em shopping. Comecei a conversar com as pessoas e percebi que faltava um café para a gente se encontrar em Porto Alegre. Minha filha, na época, estava fazendo um mestrado na UNB e eu fui a Brasília. Fomos com o guia da Veja nos melhores cafés de lá. Quando chegamos no Grená, que era um café pequeno, com duas mesinhas, o garçom nos explicou o que era café especial. Foi a primeira vez que ouvi falar em café com sabor", lembra a empreendedora.
LUIZA PRADO/JC
A partir dessa experiência, começou a construção do Baden. Foram quatro anos de pesquisa, com viagens para Minas Gerais, nas fazendas de café, e dois anos de obra até a inauguração em abril de 2012. No mesmo período, Guert havia concluído o curso de Agronomia e embarcou no projeto com a mãe. Margaret conta que o cenário das cafeterias era muito diferente na época, tanto que os sócios tiveram receio de como seria a recepção em relação ao modelo de negócio. "O meu medo era saber se o gaúcho ia tomar o café especial, que na época não tinha por aqui. O primeiro pessoal que chegou era o da universidade, aqui do entorno, que tinha muita gente que fazia mobilidade acadêmica em outros países e remetia muito a um café europeu. Foi a primeira fase do negócio", diz Margaret, que percebe as transformações ao longo dos anos de operação. "Não é um público que começou de um jeito e permaneceu, ele se modifica", afirma.
Margaret e Guert fizeram cursos no Coffee Lab, em São Paulo, e receberam a assessoria do Grená para desenvolver o negócio. A escolha do ponto no bairro Santana foi natural, já que a família mora na região há 30 anos. O bairro reunia características importantes para manter o foco no café. "O café tem uma característica. Por mais que tu vendas, ele tem um limite no espaço que tu colocas para manter o café, porque o lucro é pequeno. Então, não podia ser grande, se não virava um bistrô, perdia o foco no café", explica Margaret. "Escolhemos o Santana porque sempre moramos aqui. Olhei vários locais, mas eu não queria ir para outro lugar que não fosse para esse entorno. É o nosso chão, onde estão as pessoas com quem nos relacionamos", pontua a empreendedora. Para Guert, o bairro tem uma diversidade difícil de encontrar em outros pontos."Adoramos o bairro. É bem centralizado, tem a Redenção, o Bom Fim, a Cidade Baixa por perto. Tem pracinhas, tem parque, então as pessoas caminham muito, ao contrário de bairros que as pessoas só andam de carro. O legal aqui é que é bem eclético. Nessa rua tem a Vila Planetário, tem a galera de classe média alta, baixa, tem estudantes que é um público muito legal, com cabeça mais aberta, conseguimos pegar de tudo. Não é uma bolha", acredita. "As pessoas são muito legais. O melhor do bairro são as pessoas. Não teríamos esses clientes em nenhum outro local", completa Margaret.
Em 2014, o Baden se tornou também uma torrefação, localizada na Zona Norte, que é comandada por Guert, enquanto Margaret fica na rotina da cafeteria. Hoje, por mês, é feita a torra de cerca de duas toneladas de café, distribuídos para mais de 50 cafeterias em Porto Alegre. A crescente demanda, percebe Guert, é um indicativo do mercado pujante de cafeterias na Capital. "O cenário de Porto Alegre não deixa nada a desejar para o de São Paulo. Lá tem mais do mesmo, aqui cada uma tem a sua identidade. Tem quem encare como concorrência, mas a ideia, desde que abrimos, é melhorar o cenário", garante Guert, que lembra de uma ação do Baden para incentivar o consumo em outros estabelecimentos. "Fizemos um cartão de cliente infiel, que tu tinhas que ir em quatro cafeterias para carimbar e, quando preenchesse, ganhava um café. As pessoas falavam que eu estava incentivando meu concorrente, mas a ideia era fomentar. Tem espaço para crescer", acredita.
Com oito colaboradores na cafeteria, Margaret conta que o perfil é de pessoas autônomas em suas atividades, o que considera essencial para a operação. "O pessoal que trabalha aqui, ao mesmo tempo que tem as normas rígidas, são todos tipo alfa, tem capacidade de fazer a função deles sem ninguém dizer o que deve ser feito", considera a empreendedora, contando que há funcionários que estão desde o início do negócio, ponto importante para a relação com a clientela. "Eles são a cara do Baden. Eles que fazem o que as pessoas consomem, que atendem, que abrem e fecham. Esse pessoal que está há muito tempo aqui é, de fato, o Baden. A gente só corre atrás do café, da torra, e cuida da parte bancária", afirma.
 
LUIZA PRADO/JC
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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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