A boa arrancada nas vendas verificada já no primeiro sábado da 46ª Expointer gerou entusiasmo nas revendas de máquinas e implementos agrícolas. O comportamento diferente em relação às edições anteriores da mostra, quando os grandes dias para o fechamento de negociações eram entre quarta e sexta-feira, sinalizou um cliente determinado e pronto para comprar.
Foi assim na John Deere, que nesta quinta-feira (31) já superou o faturamento projetado para a mostra deste ano e também os resultados de 2022 em Esteio. “Não é um movimento normal. Mas as negociações estavam mais represadas, e a Expointer é a última grande feira do ano a oferecer condições diferenciadas em valores e nas condições de pagamento. Trouxemos todas as alternativas do nosso porfólio para oferecer a maior rentabilidade nas propriedades. E o produtor veio, mesmo depois de um momento de escassez de recursos próprios”, disse o diretor comercial e de operações da SLC Máquinas, Anderson Strada.
Após três anos de estiagem no Rio Grande do Sul, a perspectiva de melhores condições climáticas combinada com oferta adequada de crédito, prazos e taxas ajudou a potencializar as vendas. E o foco de interesse é inovação e tecnologia. “Não existe mais área para expansão horizontal do cultivo. Então, o caminho é a verticalização da produção. E para isso são necessários insumos, máquinas e equipamentos adequados”, acrescentou Strada.
Ordely Júnior, gerente de vendas da Massey Ferguson, confirmou o bom momento para o fechamento de contratos na Expointer e destacou o crescimento no número de operações em dólares e euros. Produtores que trabalham com exportação de seus produtos têm adquirido equipamentos com a operação balizada em uma ou na outra moeda estrangeira. No momento de efetuar o pagamento, é feita a conversão para o real e a quitação da parcela. "É uma modalidade que tem tido bastante demanda. Além disso, também procuramos fazer a equalização das taxas de juros e trazer o cliente para dentro do nosso próprio financiamento, ainda que os recursos federais estejam disponíveis em abundância", acrescentou.
Mais cauteloso está o gerente comercial da New Holland para a Região Sul, Felipe Dykstra. O grupo veio à feira acreditando que a demanda seria inferior à do ano passado. Mas, embora o volume financeiro possa ser menor, a taxa de conversão entre consultas e efetivações de contratos está maior.
"Mesmo com três safras frustradas, as negociações que se encaminham estão mais quentes. Os bancos parceiros estão atuando com agilidade e, assim, conseguimos fechar as vendas aqui mesmo no parque. E, neste ano, o setor arrozeiro tem vindo renovar seu parque de máquinas, estimulado pela elevação dos preços ao produtor", disse Dykstra.
O sistema financeiro também mostra otimismo para alcançar ou, quem sabe, superar os R$ 6,598 bilhões alcançados com a venda de máquinas e implementos agrícolas na 45ª Expointer. O número de operações de crédito e o volume comprometido serão divulgados somente no balanço geral da mostra, neste domingo. Mas a percepção entre os bancos é de que a feira está indo bem.
“O foco em melhorar a experiência no atendimento ao nosso cliente agro já está mostrando resultados na feira. Projetamos alcançar o recorde de R$ 1 bilhão em volume de negócios nesta edição da Expointer e, até o momento, os números estão dentro das expectativas. Estamos confiantes que iremos atingir a nossa meta”, afirmou o presidente do Banrisul, Fernando Lemos.
Conforme o presidente do conselho de administração da Central Sicredi Sul Sudeste, Márcio Port, os espaços da instituição financeira na feira registram, desde o primeiro dia, volume intenso de associados de todas as partes do Rio Grande do Sul, o que reforça o interesse em buscar, na feira, soluções para os negócios. “Neste sentido, o Sicredi busca atender a todas as demandas dos associados. Até o momento, a instituição avalia como positiva a procura por crédito e espera encerrar a participação na Expointer com números positivos, fomentando o desenvolvimento do nosso Estado”.
A percepção também é positiva para o Bradesco. A instituição veio forte ao parque Assis Brasil e está prospectando bons negócios. “Viemos com um time de mais 50 gerentes e temos visto uma boa demanda, superior ao ano anterior. Nossa expectativa é dobrar a captura de negócios", avaliou Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco.
Para a Caixa Econômica Federal, a Expointer também se tornou ambiente para consolidar uma imagem de proximidade com o agronegócio. O banco mantém dois espaços no parque, um junto ao pavilhão da agricultura familiar e outro na área de máquinas e implementos agrícolas.
"Esta é uma feira prospectiva para nós. Estamos com todas as linhas de crédito abertas, e o Plano Safra 2023-2024 lançou um olhar especial para a agricultura familiar. Esse é o segmento que tem apresentado maior procura, o que é bastante aderente com a nossa missão. Estamos com vários contratos sendo assinados dentro da Expointer", observou Renato Scalabrin, superintendente de Rede da Caixa em Porto Alegre.
Segundo ele, a Caixa detém 10% do share nacional de negócios ligados ao agro. E o Rio Grande do Sul tem participação importante nesse mercado. "Nosso orçamento para a feira é superior ao do ano passado. Esperamos e acreditamos que iremos superar o volume de negócios de 2022".