Publicada em 02 de Setembro de 2022 às 15:56

Estiagem atrai novatos e turbina venda de equipamentos de irrigação na Expointer

Rockenbach comprou dois sistemas para garantir água à lavoura de soja

Rockenbach comprou dois sistemas para garantir água à lavoura de soja


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
A estiagem teve efeito imediato para os negócios de equipamentos de irrigação na Expointer em Esteio. Este ano apenas duas empresas estavam expondo os pivôs na área de mostra de máquinas e implementos agrícolas. As marcas registraram alta sobre a edição de 2021, que já tinha vindo, mesmo com as restrições da pandemia, com forte procura também na carona da escassez hídrica, que atingiu a safra de verão por dois anos seguidos.
A estiagem teve efeito imediato para os negócios de equipamentos de irrigação na Expointer em Esteio. Este ano apenas duas empresas estavam expondo os pivôs na área de mostra de máquinas e implementos agrícolas. As marcas registraram alta sobre a edição de 2021, que já tinha vindo, mesmo com as restrições da pandemia, com forte procura também na carona da escassez hídrica, que atingiu a safra de verão por dois anos seguidos.
A previsão de repetição de problemas com chuva no próximo verão também motivou a busca pelos pivôs, que são os equipamentos clássicos para culturas de grãos, como milho e soja.
"Vamos para o terceiro ano de seca e as perspectivas são boas de venda", resumiu o supervisor comercial da Região Sul do Brasil da Krebs, com sede em São Paulo, Wellington Henrique Jacometti da Silva. Segundo Silva, o mercado gaúcho é hoje o maior da marca no cenário nacional. 
O Estado tem área irrigada ínfima perto da dimensão cultivada: soja (152,3 mil hectares) e milho (91 mil ha) somam apenas 243 mil hectares com sistema de irrigação, segundo relatório da Secretaria Estadual da Agricultura. Na próxima safra, a previsão é de plantio em 6,8 milhões de ha.
"Pena que não instalei antes. Até pensava em ter irrigação, mas aí chovia, dava certo a lavoura e não comprava", admite o produtor de grãos em Chapada, no Planalto gaúcho, Luís Carlos Rockenbach. Dono de 800 hectares, Rockenbach teve quebra de 50% na safra de soja. Ele já comprou dois sistemas na Expodireto, em março, que começam a ser instalados.   
Na área que terá irrigação, o produtor já planejou como vai conduzir: "Ideia é fazer a safrinha, com milho, e depois entrar com soja. Vai ter água em parte da lavoura", diz um aliviado produtor. Serão 124 hectares cobertos pelos pivôs. Para ter em mais hectares, Rockenbach precisa de mais água (reservatórios) e energia, itens que dependem de mais investimentos em infraestrutura.   
Na Krebs, o perfil de compradores se dividiu pela metade: 50% de quem já usa os sistemas e outros 50% de estreantes. A marca já vinha de vendas recordes na Expodireto, em Não-Me-Toque, e teve alta de 60% na Expointer.
"A procura é acima do esperado. A estiagem impacta diretamente e ainda a falta de seguro das culturas, após a seca passada", lista o supervisor. Outro detalhe que também é efeito da maior procura é o prazo de entrega dos equipamentos, que estão com correção de preços entre 5% e 15%. Quem comprar agora só receberá em 2023.
O supervisor regional da Valmont, com fábrica em Minas Gerais, e dono da marca Valley, Uilson Torrel, valida a grande procura, que segue ritmo de 2021 e que dobrou em Esteio. A colocação nas propriedades para quem adquiriu na feira em Esteio é prevista para o próximo ano. 
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Vidor e o filho estudam a instalação de pivôs em parte da área que hoje tem plantio de grãos. Foto: Patrícia Comunello/JC
"Mesmo com a descapitalização gerada pelas perdas da safra, os produtores estão buscando os sistemas", diz Torrel. Na marca, a proporção foi de 70% que já têm sistema e querem ampliar e30% de novatos em irrigação. "O preço das commodities garante o investimento", avalia o representante da Valley. Os contratos de compra de equipamentos negociados na feira cobriram 2 mil hectares de lavoura.
O que salvou o volume de negócios na edição deste ano foi também a oferta de crédito. A Expointer abriu sem fonte de recursos, com custo subsidiado, devido ao esgotamento do Plano Safra. No quarto dia, instituições como o Banco do Brasil liberaram crédito com juros de 10,5% ao ano do Pró-Irriga, com 10 anos para pagar.
"Se não tivesse isso, teria sido muito fraco por falta de crédito", pondera Torrel. 
De São Francisco de Paula, Cristiano Vidor e o filho Arthur buscaram os estandes para ver propostas de equipamentos para implantar nas áreas que hoje têm cultivo arrendado de batata, soja e milho. A área total dos produtores, que se dedicam á pecuária de corte, é de 1,6 mil hectares. Cristiano conta que tiveram perdas entre 30% a 40%, principalmente na soja.
"Nunca tinha ido atrás (irrigação), mas há três meses surgiu a sugestão e queremos analisar custo e onde implantar", comenta o pai, que cogita implantar em uma área pequena, de 60 hectares. "Decidimos fazer porque tivemos as perdas", admitem os produtores. 
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