As previsões para a safra 2022/23 indicam uma recuperação total das lavouras gaúchas, que foram devastadas pela estiagem na última temporada. A estimativa divulgada pela Emater-RS durante a 45ª Expointer indica recorde de produção agrícola no Rio Grande do Sul: 33,8 milhões de toneladas de grãos.

Caso confirmada a previsão, esse seria o maior resultado de produção da história da agricultura gaúcha para a safra de verão, levemente à frente da temporada 2020/21, quando o Estado colheu 33,6 milhões de toneladas.

Comparada à última safra, que foi intensamente afetada pela seca, o ganho de produção é de 69,9%. No ano passado, a colheita foi de 19,9 milhões de toneladas de grãos.

A expectativa positiva é explicada pelas previsões climáticas para o próximo verão. O La Niña, fenômeno natural que foi um dos responsáveis por diminuir as chuvas no início do ano, ainda deve ter algum efeito durante a primavera, mas não deve estar ativo durante o verão.

“Não se espera grandes estiagens. No verão, o La Niña já vai ter findando. A influência ainda deve se dar durante a primavera mas no verão já deve ter acabado”, disse o meteorologista da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Flávio Varone.

Já o inverno está ocorrendo de forma típica e deve ser favorável às culturas de inverno. A primavera deve ser amena, com temperaturas mais frias à noite, com precipitações próximas às médias históricas em setembro e novembro e um pouco abaixo no mês de outubro.

A expectativa é de que seja plantada a maior área de soja da história do agronegócio gaúcho, com 6,568 milhões de hectares - avanço de 2,8% na área plantada. A produção que ultrapassa as 20 milhões de toneladas representa um ganho de 124,4% na cultura.

A safra aguardada para a cultura do Milho também projeta boa recuperação para os produtores e para a economia gaúcha. De acordo com a estimativa inicial apresentada pela Emater/RS-Ascar, o milho deverá alcançar uma produção de 6.102.815 toneladas, ou seja, 104,54% maior do que a safra passada (2.983.634 ton), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, 5,91% acima da safra anterior (785.335 ha), gerando uma produtividade média prevista de 7.337 kg/ha, o que representa 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 kg/ha).

O milho, que também sofreu grande quebra de safra com a estiagem, deve se recuperar totalmente. No Milho Silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13,8 milhões de toneladas. Ou seja, 78% a mais do que a safra anterior, que foi de quase 7,8 milhões. Apesar da área diminuir 8,3%, passando de 398,5 mil para 365,5 mil hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 kg/ha - 93% superior aos 19.614 kg/ha de rendimento do milho silagem na safra passada.

Já a safra de Arroz projeta para a safra de verão uma redução de área de 5,98%, passando de 963,8 mil hectares (safra 21/22) para 906,1 mil hectares. Isso vai fazer com que o Estado tenha, para a safra de 22/23, uma produção de 7,45 milhões de toneladas de arroz. A safra 21/20 foi de 7,4 milhões de toneladas. A produtividade média estimada é de 8.226 kg/ha, um aumento de 3,48%.

Para o Feijão 1ª safra, a Emater/RS-Ascar também projeta uma redução de 4,56% da área a ser cultivada, totalizando, para a safra de verão, 30.561 hectares no RS (na safra passada foram cultivados 32.020 hectares). A produção estimada de feijão é de 51.985 toneladas (42.188 toneladas na safra 21/22), e a produtividade prevista é de 1.701 kg/ha, 28,19% maior do que a da safra anterior.

Na área total a ser cultivada com os grãos de verão no Estado, as estimativas indicam o total preliminar de 8.337.057 hectares, ou 2,06% acima da área cultivada na safra passada, que foi de 8.169,121 hectares.