A 48ª Expointer se encerra com público recorde, próximo de 1 milhão de visitantes, e um saldo positivo no que diz respeito à mobilidade urbana - pelo menos na visão dos responsáveis pelo trânsito nos arredores do Parque Assis Brasil, em Esteio. Apesar do volume histórico de pessoas e veículos, a avaliação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de que o fluxo fluiu melhor do que em edições anteriores, ainda que gargalos tenham se repetido nos principais acessos à feira.
Logo no primeiro sábado (30), quando o parque abriu os portões, a BR-116 registrou o momento de maior congestionamento dos nove dias. Parte dos expositores tentou entrar por acessos incorretos, o que paralisou temporariamente a rodovia. Depois desse episódio inicial, o fluxo foi considerado mais estável.
“Foi dentro do esperado, mas no primeiro sábado chegamos a registrar a pista parada. Com mais informação, o público já passou a se orientar melhor e o trânsito ficou mais tranquilo. Só quarta e quinta-feira, por conta da chuva, o movimento voltou a ser mais pesado”, avaliou o chefe da Delegacia da PRF em Porto Alegre, José Antônio de Quadros.
Os congestionamentos mais frequentes ocorreram na avenida Celina Kroeff, rota de chegada aos portões 10, 5 e 4. Motoristas que erravam o caminho acabavam bloqueando o fluxo sob o viaduto da BR-116, obrigando a corporação a fechar o acesso em alguns momentos. Já pela BR-448, não houve retenções significativas.
Em dias de maior instabilidade, como a quinta-feira, o problema se agravou pela inutilização de parte das vagas de estacionamento, como no portão 15, que alagou. “Quando a pista principal travava, desviávamos o tráfego para o retorno da BR-118, liberando o sentido Capital-interior. Esse gargalo da Celina é algo que precisa ser melhor trabalhado”, destacou Quadros.
O recorde de público também pressionou a estrutura de chegada e saída do parque como um todo. Para o prefeito de Esteio, Felipe Costella, o desafio é reflexo do sucesso da feira. “É um desafio bom, porque surge justamente pelo grande número de pessoas que prestigiam a Expointer. Para o próximo ano, vamos entregar um novo acesso pela BR-448, já preparando o evento”, afirmou.
O secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, por sua vez, confirmou que o governo deve avançar em uma parceria público-privada para a construção de um estacionamento vertical, possivelmente já em 2026. A alternativa solucionaria - ou ao menos amenizaria - outro problema recorrente na Expointer 2025: a lotação máxima de todos os espaços destinados aos veículos.
Na avaliação da PRF, a operação, que contou com cerca de 90 policiais, garantiu segurança e redução dos impactos no trânsito. Entre os aprendizados, estão o reforço na comunicação dos acessos, a sinalização prévia e a necessidade de estimular ainda mais o uso do metrô, que voltou a bater recorde de usuários durante os dias de feira.
Também estão em estudo áreas específicas de embarque e desembarque para aplicativos, ônibus e caronas, em locais fora das avenidas principais do parque. “Ninguém gosta de ficar parado, mas houve uma evolução clara em relação a anos anteriores. O principal aprendizado é reforçar a comunicação e a sinalização para que o público saiba exatamente por onde acessar antes de chegar à feira”, resumiu Quadros.