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Publicada em 05 de Setembro de 2025 às 18:38

Femers estimula preservação das abelhas sem-ferrão na 48ª Expointer

Licores, velas aromáticas, cosméticos, extrato de própolis e, até mesmo, colmeias são alguns dos destaques do setor, onde as estrelas são as abelhas sem-ferrão

Licores, velas aromáticas, cosméticos, extrato de própolis e, até mesmo, colmeias são alguns dos destaques do setor, onde as estrelas são as abelhas sem-ferrão

Luana Pazutti/Especial/JC
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Luana Pazutti
Luana Pazutti
Você já imaginou cultivar abelhas dentro do seu próprio apartamento? Para quem visita o espaço da Federação das Associações de Meliponicultores do Rio Grande do Sul (Femers) na 48ª Expointer, isso é uma possibilidade. Licores, velas aromáticas, cosméticos, extrato de própolis e, até mesmo, colmeias são alguns dos destaques do setor, onde as estrelas são as abelhas sem-ferrão. Esse grupo de insetos é nativo do Rio Grande do Sul e reúne uma série de diferenciais, incluindo um mel com propriedades medicinais.
Você já imaginou cultivar abelhas dentro do seu próprio apartamento? Para quem visita o espaço da Federação das Associações de Meliponicultores do Rio Grande do Sul (Femers) na 48ª Expointer, isso é uma possibilidade.

Licores, velas aromáticas, cosméticos, extrato de própolis e, até mesmo, colmeias são alguns dos destaques do setor, onde as estrelas são as abelhas sem-ferrão. Esse grupo de insetos é nativo do Rio Grande do Sul e reúne uma série de diferenciais, incluindo um mel com propriedades medicinais.
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“Cada vez mais, fica evidente a importância dessa abelha e a contribuição ecológica que ela tem pra nós. Ela tem essa função de garantir a manutenção da fauna e da flora. Então todos os seres que interagem no meio ambiente precisam das abelhas sem ferrão”, explica Glauber Ferreira do Meliponário Habitantes da Flora, de Gravataí.

De acordo com o apicultor, essas abelhas são mais eficientes na polinização e geram mais alimento. E foi aí que surgiu a ideia de começar o negócio. “Desde criança, eu já tinha um contato com as primeiras colônias. E aí de 2017 pra frente, nós amadurecemos essa ideia para trabalhar profissionalmente. A gente viu que a atividade tinha um potencial e a gente acabou investindo”, destaca.


Da Expointer para a sala de estar

Conservação é a palavra-chave para o apicultor Valcir Kerber, de Caxias. “A gente dá todo o conhecimento. Como funciona? Como criar? Como mantê-las? Não é só vender. A gente dá todo o acompanhamento e suporte para podermos manter as espécies nativas”, explica.

Por via de regra, o maior ponto de atenção é não deixar as abelhas abandonadas. “A gente sempre explica que a cada 15 ou 20 dias, é importante dar uma olhada. Ver como estão os potes de mel, ver se o ambiente tem florada pra ela. Se não tiver, a gente ensina como fazer um xarope”, destaca Kerber.

De acordo com o produtor, as abelhas sem-ferrão não causam nenhum prejuízo à população e podem ser criadas em diferentes ambientes, incluindo apartamentos do primeiro ao quinto andar. Na feira, Kerber está comercializando colmeias de dez espécies distintas, incluindo Jataí, Mandaçaia e Manduri. E a procura cresceu bastante neste ano.

O estande não é o único a comercializar as colmeias. O apiário e meliponário Bella Mata também oferece espécies nativas. Mas, não para por aí. Há diversos itens feitos com produtos derivados de insumos das abelhas sem-ferrão, incluindo velas aromáticas, balas, vinagre de mel, hidromel e licores. Há ainda uma linha de cosméticos - incluindo sabonetes, lip balms e cremes hidratantes e cicatrizantes - produzidos pela empresa Mel e Cravo.


Apicultura e tecnologia
No espaço, a inovação não fica de fora. A trajetória do gaúcho Valmir Morschheisier na apicultura e meliponicultura começou há três gerações. Natural do município de Capitão, no Vale do Taquari, o porta-voz da Apimor é técnico em agropecuária, informática e eletrônica. E foi a partir dessa junção de conhecimentos, que decidiu desenvolver aparelhos voltados ao manuseio e cuidado das abelhas sem-ferrão.

O carro-chefe da casa é o “detonador de forídeos”, que combate uma espécie de pequenas moscas com potencial de danificar as colmeias. “É o único que tem no mundo, já está patenteado”, afirma Morschheisier. Além disso, há o sugador de mel e o contador de abelhas, que otimizam a produção e favorecem o controle dos enxames.

Embora o grande diferencial da Apimor esteja nos equipamentos, o estande também oferece uma série de méis, licores e extratos. “A diferença que a gente mais nota é na polinização, que ela pega as florzinhas pequenas. Geralmente essas florzinhas são chás. São méis mais gostosos, perfumados e medicinais”, explica o produtor.

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