O calor e o grande movimento voltaram a marcar presença no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, neste domingo (31), segundo dia da 48ª Expointer. O público, que definitivamente tem um carinho especial pelo evento, circulou em peso, especialmente no início da tarde, quando um termômetro chegou a marcar 38ºC. A maior aglomeração de pessoas se concentrou, além das ruas, em dois pontos: o tradicional Pavilhão da Agricultura Familiar e o Pavilhão de Pequenos Animais, que voltou a receber aves após dois anos de ausência.
LEIA MAIS: Queda de luz é ponto fora da curva em estreia "quase perfeita" para o comércio na Expointer
A organização da feira ainda não divulgou as parciais de público, mas, visualmente, a movimentação foi semelhante ou até superior à de sábado (30), quando 119,5 mil pessoas passaram pelos portões. A diferença é que, se no primeiro dia o pico ocorreu pela manhã, neste domingo a maior concentração de visitantes foi registrada à tarde. Mesmo com a multidão, os estacionamentos não chegaram a lotar, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Vagas permaneceram disponíveis durante todo o dia nos portões 14 e 15.
Entre os expositores, um dos destaques é a Associação Gaúcha do Cavalo Árabe (AGCA), que reúne 76 animais na feira - a terceira maior participação entre as raças, atrás apenas da Crioula e da Quarto de Milha. “A repercussão com o público é a melhor possível. Sábado e domingo a pista ficou lotada de visitantes assistindo às provas. O cavalo é um animal que atrai desde crianças até idosos, e o árabe, além de dócil, é muito bonito”, afirmou o presidente da AGCA, Luis Fernando Tarragô.
Ele destacou que a Expointer é também a etapa final do campeonato anual da associação e lembrou que a edição deste ano reflete um momento de crescimento após a superação da enchente de 2024. “Na edição passada, foi uma Expointer de reconstrução, e agora vemos o parque muito maior e o público presente em grande número. Isso mostra o interesse das pessoas em participar e conhecer os animais”, diz.
Retorno das aves
Outro ponto de celebração foi a volta das aves ao Pavilhão de Pequenos Animais, após dois anos de suspensão em razão da Influenza Aviária (2023) e da Doença de Newcastle (2024). O local, completamente lotado de pessoas durante todo o dia, era sucesso principalmente com a criançada.
“Para nós, o retorno das aves é muito simbólico. Ficamos dois anos sem expor, o que impactou bastante na comercialização e na divulgação do nosso trabalho. Hoje já tivemos procura por matrizes e pintinhos, o que mostra que havia uma demanda reprimida” contou Carlos Menezes, 54 anos, criador de aves ornamentais de Cachoeirinha.
Nesta edição, o espaço reúne 381 aves (galinhas e galos de 33 raças) e 542 pássaros (de quatro raças). “É uma atração que desperta a curiosidade desde crianças a produtores interessados em genética”, acrescentou Menezes.
A movimentação intensa foi percebida pelos visitantes. Para Luísa Rocha, 10 anos, de Porto Alegre, a volta das galinhas e galos foi o ponto alto da feira. “Eu gosto muito porque são diferentes das que vejo no sítio da minha vó. Tem umas com penas coloridas, outras bem grandonas. Nos últimos anos não tinha, e eu perguntava sempre para a minha mãe quando iam voltar. Hoje tirei várias fotos para mostrar para os colegas da escola”, conta.
Já Ricardo Fagundes, engenheiro de Novo Hamburgo, reforçou a tradição de visitar a Expointer com a esposa. “A gente vem todos os anos, é quase uma tradição da família. O evento mostra a força do campo e esse ano é muito bonito ver o Parque tão cheio, mesmo com o calorão”, celebra.
Por outro lado, o segundo dia também registrou novos problemas de energia elétrica, entre 9h e 10h, por conta de um disjuntor defeituoso. A falha foi menos grave do que a de sábado e a energia foi restabelecida ainda pela manhã, mas chegou a causar preocupação em alguns comerciantes.