Todo mundo sabia o que precisava ser feito pelo Grêmio na tarde deste domingo (01): o clube precisava, basicamente, jogar melhor do que vinha jogando para vencer o São Paulo e, finalmente, somar três pontos decisivos para escapar do rebaixamento de vez. Não foi exatamente de encher os olhos, mas deu certo: o 2 a 1 foi suficiente para alavancar o Tricolor aos 44 pontos e praticamente eliminar, matematicamente, qualquer risco de jogar a temida Série B no ano que vem.
O cenário era, sem dúvida, favorável ao Tricolor gaúcho. A torcida compareceu em grande número (nada menos que 39.414 pessoas na Arena), e os resultados paralelos (em especial o triunfo do Corinthians sobre o Criciúma, no sábado) davam ao clube a perspectiva de, com uma vitória, deixar o mal-estar para trás e poder, finalmente, pensar na temporada de 2025. Cabia ao Grêmio fazer a sua parte – o que, como qualquer um que tenha assistido os jogos anteriores do time, sabe que não estava sendo muito fácil. O São Paulo, por sua vez, entrou em campo sem objetivos a disputar no campeonato, e parecia em ritmo de férias, sem muita disposição de criar problemas.
O primeiro tempo começou com maior posse de bola são-paulina – mas era uma troca de passes lenta e desinteressada, contrastando com a pressa que o Grêmio procurava impor sempre que tinha a bola consigo. De início sem consistência, a atuação gremista foi ganhando volume, com Aravena perdendo duas chances claras consecutivas, aos 21 e 22 minutos. As chegadas gremistas, a partir daí, tornaram-se constantes, e a recompensa veio aos 35 da primeira etapa. Em jogada pela direita, Soteldo abriu para João Pedro, que rolou uma bola açucarada para Cristaldo chutar cruzado e encher a Arena de alegria.
Em jogos anteriores, o Tricolor vinha demonstrando o mau hábito de recuar depois de abrir o placar. Desta vez, porém, a equipe de Renato Portaluppi pareceu ter aprendido com seus erros, e manteve a pressão. O resultado veio nos descontos: após boa jogada de Villasanti, a bola ficou viva dentro da pequena área, rebateu em Ruan e acabou indo para as redes. Gol contra, 2 a 0 e sensação generalizada de alívio.
O desafio, a partir de então, era não desconcentrar na segunda etapa. Na volta dos vestiários, o jogo pouco mudou: o São Paulo tinha mais posse, mas raramente se aproximava do gol, e os donos da casa seguiam perigosos na bola ofensiva. O problema é que a bola bandida sempre pode acontecer, e assim foi: aos 18 da etapa final, Luiz Gustavo encheu o pé na cobrança de escanteio e fez um golaço, de fora da área: 2 a 1. Logo em seguida, o mesmo Luiz Gustavo pediu pênalti, mas o VAR analisou e descartou a marcação.
Seja como for, era a tensão de volta às arquibancadas da Arena. E ao gramado: a organização sumiu, a serenidade ficou distante, e o Grêmio passou a apenas segurar as pontas de uma partida que, até minutos antes, estava na mão. Retrancado mesmo em casa, o time gaúcho tomou sufoco dos são-paulinos (embora, verdade seja dita, as chances de gol não fossem assim tão claras) e resumiu-se a ficar esperando o apito final. Minutos para esquecer em uma temporada nada memorável, mas que tiveram sucesso: o placar não se moveu, e o Grêmio pôde, enfim, respirar aliviado.
GRÊMIO (2) – Marchesín; João Pedro (Igor Serrote), Pedro Geromel, Jemerson e Reinaldo; Dodi (Pepê), Villasanti e Cristaldo (Monsalve); Soteldo (Pavón), Aravena (Edenilson) e Braithwaite. Técnico: Renato Portaluppi.
GRÊMIO (2) – Marchesín; João Pedro (Igor Serrote), Pedro Geromel, Jemerson e Reinaldo; Dodi (Pepê), Villasanti e Cristaldo (Monsalve); Soteldo (Pavón), Aravena (Edenilson) e Braithwaite. Técnico: Renato Portaluppi.
SÃO PAULO (1) - Rafael; Igor Vinícius, Ruan, Alan Franco e Rafinha (Patryck); Luiz Gustavo, Alisson (Bobadilla) e Luciano; Lucas Moura, André Silva (William Gomes) e Ferreira (Wellington Rato). Técnico: Luis Zubeldía.
Árbitro: Ramon Abatti Abel.